Certo dia, conversando
com uma pessoa sobre assuntos cotidianos e como o ano "está passando
rapidamente", a mesma, na sua simplicidade, disse que os dias estão
passando mais rapidamente e, que na Bíblia existe uma passagem que diz que nos
últimos tempos os dias seriam abreviados. Por conhecer o versículo e o contexto
em que ele está inserido, rapidamente expliquei aquela irmã, que o versículo em
questão não se referia as horas do dia, ou os meses do ano, mas que se referem há um tempo específico.
Conclusão
Os dias que foram abreviados se referiam aos dias do cerco Romano contra Jerusalém, caso contrário ninguém suportaria tamanha Tribulação. Algo parecido também ocorrerá na grande tribulação mundial, onde aqueles dias serão abreviados, para que os redimidos não sejam completamente destruídos. Tanto Daniel 7.25, quanto Ap.12.14 sugerem que o comprimento real do tempo durante o qual a Besta terá permissão de aterrorizar o mundo está fixado em três anos e meio. Em relação a impressão que temos que o tempo está "passando mais rapidamente", é simplesmente uma questão de percepção. Devido à nossa rotina, com correria e excesso de trabalho, não encontramos tempo suficiente para realizar todas as atividades que nos propomos à fazer. A modernidade e a velocidade em que as informações chegam até nós, aliados á prazos curtos de entregas de planilhas, memorandos ou trabalhos de faculdade, nos faz ter a percepção de que o tempo de fato está passando mais rapidamente. Mas é só ficar um dia sem fazer nada, olhando para o relógio que iremos ter a percepção que de as horas custaram a passar!
Na realidade não era a primeira vez
que eu ouvia alguém dizer isso. Até em pregações já ouvi alguns irmãos dizendo
que os dias estão se abreviando e cumprindo-se o profetizado pela Bíblia
Sagrada. Resolvi então, fazer um artigo tratando sobre a interpretação dessa
passagem bíblica e o que de fato ela quer nos ensinar. Vamos ao texto:
"E se aqueles dias
não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão
abreviados aqueles dias." (Mateus 24:22)
Quais "dias"
que seriam abreviados a qual o texto se refere? Voltando simplesmente alguns
versículos atrás, podemos verificar a qual período de tempo específico a
passagem em questão faz alusão:
"porque haverá
então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo
até agora, nem jamais haverá." (Mateus 24:21)
Enquanto Jesus estava sentado no monte das Oliveiras, que permite visualizar a área do Templo, os discípulos lhe fizeram uma pergunta tríplice: "Dize-nos quando serão essas coisas, (a destruição do Templo) e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?"(vs. 3). A resposta de Jesus envolve as questões que se referiam à queda de Jerusalém e consequentemente do Templo, mas também às questões concernentes à Sua Volta e ao fim. Mas é difícil separar as respostas para essas perguntas. Definitivamente, elas não parecem ser respondidas em seqüência, contudo parece que Jesus começa respondendo a segunda pergunta.
Grande parte do capítulo 24 de Mateus se refere à profecias que ainda irão se cumprir. Porém, algumas passagens tiveram seu cumprimento durante o cerco de Jerusalém, no ano 70 pelo General Tito que, de certa forma foi um "prelúdio" da tribulação que viria sobre todos os moradores da terra. Devemos entender que também houve uma "Tribulação" sobre os Judeus, conforme profetizado por Jesus quando alertou os seus discípulos sobre a "abominação da desolação"(vs. 15).
Grande parte do capítulo 24 de Mateus se refere à profecias que ainda irão se cumprir. Porém, algumas passagens tiveram seu cumprimento durante o cerco de Jerusalém, no ano 70 pelo General Tito que, de certa forma foi um "prelúdio" da tribulação que viria sobre todos os moradores da terra. Devemos entender que também houve uma "Tribulação" sobre os Judeus, conforme profetizado por Jesus quando alertou os seus discípulos sobre a "abominação da desolação"(vs. 15).
O Comentário Bíblico de Beacon nos traz a
seguinte nota:
"“O termo Thlipsis é usado aqui quase no seu sentido literal para a opressão diária do cerco. Sempre se objetou que as palavras desse
versículo são fortes demais, e por isso não poderiam ser aplicadas ao ano 70
d.C. Mas Josefo escreve: “Penso que os infortúnios de todos os homens, desde o
princípio do mundo, se comparados ao infortúnio dos judeus, não são tão
importantes”. Carr assim resume a situação:
"Não há palavras que possam descrever
os incomparáveis horrores desse cerco. Era a época da Páscoa, e os judeus de
todas as partes estavam comprimidos dentro das muralhas. Três facções, inimigas
entre si, estavam cravadas em Sião e no monte do Templo (...) o pátio do Templo
estava inundado com o sangue da discórdia civil, que literalmente se misturava
com o sangue dos sacrifícios."
Josefo afirma que mais de um milhão de
judeus morreram nessa catástrofe, e que aproximadamente cem mil foram vendidos
como escravos. Parece que a melhor maneira de interpretar o versículo 21 é
permitir a aplicação dupla - à queda de Jerusalém em 70 d.C., e também à
“grande tribulação” do final desta era.[1](grifo meu)
Em relação á abreviação daqueles dias, o
comentarista continua:
"Abreviar aqueles dias (versículo 22) se
refere ao cerco final de Jerusalém, que surpreendentemente durou menos de cinco
meses (de abril a setembro de 70 d.C.). Isto aconteceu por causa dos escolhidos
- para que os judeus cristãos da Judeia não fossem, em sua totalidade,
eliminados em uma guerra que visava o extermínio dos judeus. A frase por causa
dos escolhidos também poderia significar “por causa das orações dos cristãos em
Pella, orações pelos judeus que eles tinham deixado para trás”.[2]
Lembrando-se das profecias de Jesus sobre a queda do Templo de Jerusalém, alguns cristãos vendo que o cerco romano era iminente, fugiram para Pella, cidade localizada do outro lado do Jordão. De alguma forma, durante a "Grande Tribulação" que virá sobre todo o mundo, podemos entender que aqueles dias também serão abreviados.
Alguém poderia dizer que grandes mudanças, como grandes terremotos poderiam mudar a rotação da Terra, fazendo com que ela girasse mais rapidamente. De fato, existem algumas mudanças fortes
o suficiente para alterar a rotação da Terra. Por exemplo, o terremoto de 8,9
graus na escala Richter que assolou o Japão em 2011 foi tão forte que acelerou
a rotação da Terra e encurtou os dias em 1,6 microssegundo, segundo a Nasa.
Algo parecido ocorreu por causa do terremoto no Chile, um ano antes. Já o abalo
de Sumatra, em 2004, causou uma aceleração de 6,8 microssegundos, segundo
cientistas.[3] Porém essas mudanças são tão sutis que são imperceptíveis á nós.
Conclusão
Os dias que foram abreviados se referiam aos dias do cerco Romano contra Jerusalém, caso contrário ninguém suportaria tamanha Tribulação. Algo parecido também ocorrerá na grande tribulação mundial, onde aqueles dias serão abreviados, para que os redimidos não sejam completamente destruídos. Tanto Daniel 7.25, quanto Ap.12.14 sugerem que o comprimento real do tempo durante o qual a Besta terá permissão de aterrorizar o mundo está fixado em três anos e meio. Em relação a impressão que temos que o tempo está "passando mais rapidamente", é simplesmente uma questão de percepção. Devido à nossa rotina, com correria e excesso de trabalho, não encontramos tempo suficiente para realizar todas as atividades que nos propomos à fazer. A modernidade e a velocidade em que as informações chegam até nós, aliados á prazos curtos de entregas de planilhas, memorandos ou trabalhos de faculdade, nos faz ter a percepção de que o tempo de fato está passando mais rapidamente. Mas é só ficar um dia sem fazer nada, olhando para o relógio que iremos ter a percepção que de as horas custaram a passar!
Paz do Senhor Jesus à todos
Prof. Saulo Nogueira
Notas:
[1]Comentário Bíblico Beacon, pg. 165-166
[2]Ibid.
[3]Uol Notícias Ciência
Prof. Saulo Nogueira
Notas:
[1]Comentário Bíblico Beacon, pg. 165-166
[2]Ibid.
[3]Uol Notícias Ciência