sábado, 30 de janeiro de 2016

Escritor ateu reconhece que o cristianismo é a "melhor defesa contra o Islã radical"

Richard Dawkins é um famoso escritor britânico ateu.
Ele observou que o cristianismo não faz uso
de métodos violentos para cumprir seus ensinamentos.
     Apesar de passar anos criticando o cristianismo, o famoso ateu Richard Dawkins está agora a admitir que o cristianismo é muito melhor do que o Islã. Dawkins admitiu que "o cristianismo pode realmente ser a nossa melhor defesa contra as formas aberrantes de religião que ameaçam o mundo", segundo o The Gospel Herald. Dawkins observou que o cristianismo, ao contrário do Islã, não faz uso de métodos violentos para cumprir seus ensinamentos. "Não há cristãos, pelo menos que eu saiba, explodindo edifícios. Não tenho conhecimento de quaisquer ataques suicidas dos cristãos. Não tenho conhecimento de qualquer grande denominação cristã que acredita que a pena de morte é por apostasia", disse ele.

       Ele admitiu que tem "sentimentos mistos" sobre o declínio do cristianismo, porque este grupo baseado na fé pode ser apenas "um baluarte contra algo pior". O ateu argumentou que ele constantemente atacava o cristianismo no passado simplesmente porque é a religião que ele está mais familiarizado, tendo frequentado escolas cristãs enquanto crescia. Mesmo que ele tenha nascido na África, Dawkins e sua família se mudaram para a Inglaterra quando tinha nove anos de idade.

       Seu desdém para com a religião pode ter se originado a partir do abuso sexual que ele encontrou na escola, embora ele costumava dizer: "Horrível como o abuso sexual era, sem dúvida, o dano que foi indiscutivelmente inferior ao dano psicológico a longo prazo infligido por trazer a criança para um contexto católico, em primeiro lugar".
Por causa do profundo amor da ciência de seus pais, Dawkins seguiu o exemplo e perseguiu o campo da biologia. Mesmo que Dawkins pareça ser um cientista de pensamento lógico, o ateu alega que ele é muitas vezes incompreendido pelos meios de comunicação e pelo público.

       "Eu pareço ser percebido como agressivo e estridente e eu realmente não acho que eu sou estridente e agressivo. O que eu acho é que nós nos tornamos tão acostumados a ver a religião autonomizada por um muro de proteção especial que, quando alguém oferece mesmo uma leve crítica a religião, é entendido como agressivo, mesmo quando ele não é. Eu gosto de pensar que sou mais pensativo e reflexivo", disse ele.

Via: Guiame

Nota do Blog: Dawkins tem gastado muito do seu tempo militando contra a religião, principalmente contra o Cristianismo. O que ele tem apontado é que a crença em Deus é um delírio e, que Deus não passa de uma invencionice meramente humana. Os que acreditam nEle são, portanto, desonestos, iludidos ou tolos. Os religiosos são descartados como "anticientíficos, intelectualmente irresponsáveis ou existencialmente imaturos", isso quando ele está de bom humor. Porém, não me admiro muito de ouvir esse "elogio" de Dawkins da fé cristã, pois ainda lhe resta, creio eu, um pouco de bom senso. Pois dizer que o cristianismo verdadeiro é uma religião nociva, violenta e que carece de fundamentos é atentar contra toda racionalidade e não ter o mínimo de conhecimento sobre a fé cristã.

Paz do Senhor à todos

Prof. Saulo Nogueira

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Embriologia e design inteligente (parte 3)

                O desenvolvimento fetal

     A partir da nona semana após a concepção tem início o período fetal, que se estende até o dia do nascimento, regra geral, 266 dias ou 38 semanas depois da concepção. Esse período se caracteriza pela maturação de tecidos e órgão e o crescimento rápido do corpo envolvendo um processo de intenso aprimoramento de todos esses órgãos e tecidos, que até então possuíam estrutura rudimentar. Uma das mais notáveis modificações que se verificam nesse período é o desenvolvimento da cabeça do feto que se torna mais lento em relação ao restante do seu corpo. 

       Nessa etapa, o feto já consegue rolar de trás para frente e para todos os lados com elegância e, de tempos em tempos, dá suaves cambalhotas para trás e para a frente. As atividades mais modestas são um balanço para os lados. Faz movimentos preguiçosos com as pernas e escancara os braços. Na nona semana, o comprimento do feto é de cerca de 30 milímetros. Ao longo do período que vai da nona semana até a décima segunda semana após a concepção, começa a formação da urina. Durante o terceiro mês a face adquire uma aparência “mais humana”. Inicialmente mais laterais, os olhos agora movem-se ventralmente na face e as orelhas vêm a situar-se próxima de sua posição definitiva. Os membros atingem seu comprimento relativo em comparação ao resto do corpo, embora os membros inferiores ainda sejam um pouco mais curtos e não estejam tão bem desenvolvidos quanto as extremidades superiores. Centros de ossificação primária estão presentes nos ossos longos e no crânio por volta da 12ª semana, onde já se consegue determinar o sexo do feto através do exame de ultrassonografia. Curioso registrar que a genitália externa dos fetos masculino e feminino tem aparência semelhante até o fim da nona semana.

Funções da Placenta

       Da décima terceira à décima sexta semana após a concepção, o crescimento do feto se intensifica ainda mais, graças ao funcionamento pleno da composição placentária. E com esse crescimento, sua necessidade de fatores nutricionais e outros fatores aumenta, causando alterações importantes na placenta. A principal dentre estas é um aumento da área de superfície entre os componentes maternos e fetais, para facilitar as trocas. A placenta e o cordão umbilical funcionam como um mecanismo de transporte entre a mãe e o feto. Os nutrientes passam do sangue materno para o sangue fetal, enquanto as excretas passam do feto para a mãe. A disposição das membranas fetais também é alterada ao aumentar a produção de líquido amniótico. Além disso, a placenta ainda tem outras funções, que são indispensáveis à vida do feto:

Troca de gases: A troca de gases, como oxigênio, dióxido de carbono e monóxido de carbono é feita por difusão simples. O feto extrai cerca de 20 a 30 ml de oxigênio por minuto da circulação materna e qualquer interrupção desse suprimento de oxigênio é fatal. O fluxo sanguíneo placentário é fundamental para o suprimento de oxigênio, pois a quantidade de oxigênio que chega ao feto depende basicamente da entrada e não da difusão. Durante o período uterino, o bebê não respira – pelo menos não no sentido usual.  Ele recebe todo o oxigênio necessário para as funções do seu organismo através do chamado sistema circulatório fetal, em que a placenta e o cordão umbilical são responsáveis por fornecer oxigênio e nutrientes para o desenvolvimento do feto, bem como pela remoção de produtos residuais. Portanto, o oxigênio chega pelo sangue da mãe e circula do coração para os pulmões do feto; em seguida, para fora do corpo. Leia esse artigo sobre a complexidade da primeira respiração.

Troca de Nutrientes e eletrólitos: A troca de nutrientes e eletrólitos, como aminoácidos, ácidos graxos livres, carboidratos e vitaminas é rápida e aumenta com o avanço da gravidez.

Transmissão de anticorpos maternos: A competência imunológica começa a desenvolver-se tardiamente no primeiro trimestre, ocasião em que o feto produz todos os componentes do complemento. As imunoglobulinas consistem quase totalmente em imunoglobulina materna G (IgG), que começa a ser transportada da mãe para o feto aproximadamente 14 semanas. Desse modo, o feto adquire uma imunidade passiva em relação a diversas doenças infecciosas. Os recém-nascidos começam a produzir sua própria IgG, mas não são atingidos níveis adultos senão por volta dos três anos de idade.

Produção de hormônios: No final do quarto mês a placenta produz progesterona em quantidade suficiente para manter a gravidez se o corpo lúteo for removido ou não funcionar adequadamente. Com toda a probabilidade os hormônios são sintetizados no trofoblasto sincicial. Além da progesterona, a placenta produz quantidades crescente de hormônios estrogênicos, predominantemente estriol, somente até antes do fim da gravidez, quando é atingido um nível máximo. Esses níveis elevados de estrógeno estimulam o crescimento uterino e o desenvolvimento das glândulas mamárias. Além de outros hormônios produzidos pela placenta, não podemos de deixar de citar a somatomamotrofina ou somatotrofina coriônica humana (anteriormente lactogênio placentário), substância semelhante ao hormônio de crescimento, que dá ao feto prioridade sobre a glicose sanguínea materna e torna a mãe algo diabetogênica. Essa substância também promove o desenvolvimento da mama para a produção de leite. Infelizmente, muitas drogas e muitos metabólitos de drogas atravessam a barreira placentária e causam danos graves ao bebê. Além disso, o uso materno de heroína e cocaína podem causar hábito no feto.

       Cabem aqui algumas perguntas: se o desenvolvimento humano fosse fruto da evolução, como seria possível essa interligação tão perfeita entre a mãe e o bebê pela placenta? Se a placenta, desde o início, não fosse projetada para nutrir e oxigenar o feto, como seria possível sua sobrevivência, visto que uma “placenta primitiva” não conseguiria cumprir com essas funções? A embriologia é uma das maiores provas de que é necessária uma estreita sintonia entre todas as estruturas, tanto da mãe quanto de bebê, para o correto andamento da gestação. Qualquer falha ou mudança gradual nesse processo, o tornaria fatal para a continuação da espécie.

O crescimento do feto

     Nesse período, inicia-se a ossificação propriamente dita do esqueleto do feto. No término dessa etapa, a cabeça se torna bem menor se comparada com a do feto de doze semanas e os membros inferiores já se apresentam mais longos. No feto feminino, com dezesseis semanas, os ovários estão diferenciados e possuem folículos primordiais com ovogônias. No período que se estende da décima sétima à vigésima semana após a concepção, a velocidade de crescimento do feto diminui, não obstante os membros inferiores atinjam as suas proporções relativas finais e os movimentos do feto já podem ser percebidos pela mãe.

     O feto fica suspenso no líquido amniótico, que tem a função de: absorver golpes, possibilitar os movimentos fetais e impedir a aderência do embrião aos tecidos circundantes. O sistema é tão perfeito e com uma relação tão harmônica, que o feto engole o líquido amniótico, que é absorvido por meio do seu trato digestivo e eliminado pela placenta, pois o volume excessivo de líquido amniótico (hidrâmio) associa-se à anencefalia e atresia esofágica. Já um volume insuficiente do líquido (oligoidrâmio) está relacionado à agenesia renal.

     No feto feminino, com dezoito semanas, o útero já está formado e se inicia a canalização da vagina. No feto masculino, com vinte semanas, os testículos começam a descer, mas ainda estão localizados na parede abdominal posterior. Por volta da vigésima semana após a concepção, o feto já tem todos os neurônios que terá para sempre em seu cérebro. São bilhões deles. Essa também é a ocasião em que ele começa a mostrar variações no número de seus batimentos cardíacos. Da vigésima primeira à vigésima quinta semana após a concepção, o feto tem um considerável ganho de peso. O corpo ainda magro, em seu conjunto, já se mostra bem proporcional. Embora os fetos de vinte e duas a vinte e cinco semanas possam sobreviver, caso dados à luz prematuramente, eles geralmente sucumbem em razão da imaturidade de seu sistema respiratório.

       Na etapa da trigésima à trigésima quarta semana após a concepção, a pele rosada do feto deixa de ser enrugada e os seus membros inferiores e superiores exibem um aspectos mais arredondados. Da trigésima quinta à trigésima oitava semana, toda a aparência do feto é rechonchuda, como consequência do depósito de gordura subcutânea e a sua cabeça possui circunferência maior do que qualquer outra parte do corpo, que é um fator de extrema importância em relação à sua passagem pelo canal de parto.

Preparado para nascer

       
       O parto é o processo de nascimento durante o qual, após a dilatação (aumento) e a obliteração (achatamento) da cérvix (orifício na base do útero), o feto, a placenta e as membranas fetais são expelidos do trato reprodutivo da mãe. Com o nascimento, estabelece-se uma mudança radical no ambiente existencial do ser humano dado à luz. O bebê passa a obter alimentos pela boca e oxigênio através dos pulmões. Esta mudança, entretanto, exige adaptações e não rompimentos. Os pulmões, por exemplo, não são “funcionais” durante a vida pré-natal, já que o sistema cardiovascular do feto é estruturalmente projetado de modo que o sangue seja oxigenado na placenta. Assim, as modificações que estabelecem o padrão circulatório pós-natal não são abruptas, mas estendem-se ao longo da primeira infância. 


     Nas primeiras 34 a 38 semanas de gestação, o miométrio uterino não responde a sinais para o parto (nascimento). Durante as duas a quatro últimas semanas da gravidez, porém, esse tecido passa por uma fase de transição em preparação para o início do trabalho de parto. Essa fase terminal afinal com o miométrio na região superior do útero mais espesso, enquanto na região inferior e no colo ele é mais mole e mais fino. Quando o útero se contrai a parte superior se retrai, produzindo uma luz cada vez menor, enquanto a parte inferior se expande, dando assim direção à força. As contrações se iniciam geralmente e intervalos de cerca de 10 minutos. Mas durante o segundo estágio do trabalho de parto podem ocorrer em intervalos de menos de um minuto e durar de 30 a 90 segundos. Sua ocorrência em pulsos é essencial para a sobrevida fetal, pois elas têm força suficiente para comprometer o fluxo sanguíneo uteroplacentário para o feto.

     É interessante pontuarmos, que durante a fase fetal, os ossos do bebê continuam a endurecer, exceto os do crânio, que se mantêm macios e flexíveis. Isso irá permitir que, no parto eles se sobreponham durante a passagem da cabeça do bebê pelo canal vaginal. Por seu turno, os ossos mantêm-se separados por uma zona membranosa flexível, a que se chama fontanelas (moleiras), até sensivelmente os dois anos de idade, período em que se finaliza a ossificação. Sem esse engenhoso mecanismo os bebês não conseguiriam passar pelo canal vaginal. Além disso, o corpo da mulher produz um hormônio chamado relaxina, que causa um amolecimento das articulações pélvicas e das suas cápsulas articulares, o que dá a flexibilidade necessária para o parto, diminuindo a união dos ossos da pelve e alargando o canal de passagem do feto. Assim, a pelve da mulher também dilata para permitir a passagem do bebê. Para facilitar ainda mais o parto, o recém-nascido nasce coberto por um material esbranquiçado e gorduroso denominado vérnix caseosa. Ele ajuda a diminuir o atrito, facilitando a saída do bebê através do canal do parto, e também funciona como uma barreira de proteção contra bactérias e fungos e na termo regulação. Prova incontestável de um projeto muito bem elaborado!

        É importante lembrar que os órgãos reprodutivos da mulher têm uma capacidade elástica muito grande. O útero vazio não mede mais de 8cm de diâmetro, e se expande para sustentar um bebê, sua placenta e líquido amniótico, que às vezes passam dos cinco quilos. A vagina da mulher também faz coisas incríveis. É um espaço virtualmente inexistente, ou seja, só existe quando preenchido. Quando não tem nada dentro, as paredes da vagina se tocam. E ela se adapta exatamente à forma e ao tamanho do que a preenche, inclusive um bebê! Mãe e bebê vão adaptar seus corpos para o nascimento, e ambos são feitos de forma que seus corpos voltem ao normal depois.

       A ocitocina endógena, que estava sendo produzida em grandes quantidades para aliviar a dor, agora está sendo produzida sem que haja dor, e acontece o que se chama de pico de ocitocina. Esse pico de ocitocina produz uma sensação de imenso amor e prazer, a sensação de se apaixonar, que, juntamente com o alívio pela dor ter acabado e da alegria pela chegada do bebê. Pai e mãe, agora podem tomar o novo ser nos braços e contemplar mais uma fascinante obra prima, com a assinatura de um designer. 



Esse vídeo resume todo o processo, desde a concepção:



Prof. Saulo Nogueira

Colaborou nesse artigo: Everton Fernando Alves - Enfermeiro - Mestre em Ciências da Saúde pela UEM.

Referências:

Sadler, TW. Langman Fundamentos de embriologia médica. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2007.

MOORE, Keith L. Embriologia básica. Tradução de Fernando Simão Vugman. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1991.

HARRISON, R. G. Clinical embryology. Embriologia clínica. Tradução de Patrícia Lydie Voeux Pinho. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1980.

SILVA, Reinaldo Pereira. Reflexões éticas sobre o estatuto da Vida: Uma abordagem político-jurídica da concepção humana (Tese apresentada ao curso de pós-graduação em direito para a obtenção do título de Doutor em Direito), disponível em 
file:///D:/Meus%20documentos/Downloads/179126%20(1).pdf

http://www.criacionismo.com.br/2015/07/a-primeira-respiracao-do-bebe-e.html;




sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Expressar gratidão pode mudar seu cérebro

     Pesquisadores da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, chegaram à conclusão de que ser grato pelas pequenas coisas da vida pode causar grandes mudanças – inclusive cerebrais. Um artigo publicado no jornal científico NeuroImage atesta que, depois de poucos meses exercitando sua gratidão por meio da escrita, seu cérebro passa a se sentir ainda mais condicionado a ser grato. E isso traz benefícios. Para a experiência, foram chamados 43 voluntários que passavam por terapia para tratar depressão e problemas relacionados à ansiedade. Todos foram recrutados para uma terapia em grupo semanal, porém apenas 22 deles foram chamados para a “sessão de gratidão”, por assim dizer: nos três primeiros encontros, os participantes passaram vinte minutos escrevendo cartas em que revelavam gratidão pelo destinatário (e poderiam escolher se enviariam ou não a carta). O outro grupo não participou desse exercício. 

     Três meses depois desses encontros, todos passaram por um escaneamento cerebral, que ocorria simultaneamente a outro exercício: eram exibidas fotos de pessoas que, em tese, teriam feito grandes doações de dinheiro à pesquisa. Os participantes precisavam agradecer a eles pelo investimento, enquanto seus cérebros eram examinados. Todo mundo sabia que era apenas um exercício, mas foi dito a cada um deles que as doações realmente seriam feitas em algum momento. 

     O teste foi claro: quem escreveu as cartas, três meses antes, demonstrou mais atividade cerebral nas áreas relacionadas ao sentimento de gratidão. Vale ressaltar que essas áreas responderam de forma ímpar: ações como se colocar no lugar do outro ou demonstrar empatia não reverberam da mesma forma no cérebro. É um sentimento único. E o mais empolgante é que o efeito de “exercitar a gratidão” é realmente duradouro: seja duas semanas ou três meses depois da experiência, é como se a massa cinzenta se “lembrasse” do comportamento carinhoso e passasse a agir mais dessa forma. A pesquisa compara esse treinamento a como exercitar um músculo: quanto mais você pratica a gratidão, mais propenso estará a senti-la espontaneamente no futuro. Isso ajuda a diminuir a depressão e passar mais tempo com aquele calorzinho bom de se sentir feliz com a ajuda de alguém.

      Essas investigações sobre os efeitos de se sentir grato ainda são bastante primordiais – e os próprios pesquisadores admitem isso. Há muito a aprender em termos de efeitos desse sentimento no cérebro e se realmente podemos relaciona-los a efeitos de longo prazo na forma como pensamos e agimos no cotidiano. Mas enquanto isso, talvez seja mesmo bom espalhar #gratidão por aí – e não apenas em uma hashtag. 


Nota do Blog: Muito interessante a pesquisa. Porém, não creio que somente a gratidão seja uma qualidade que, se exercitada, se torna um hábito na vida das pessoas. Tanto a gratidão, como o bem, a bondade e a empatia, se tornando corriqueiros na vida das pessoas, também possuem essas características de moldar o nosso cérebro a fazer as coisas corretas. Tudo nessa vida são hábitos que devem ser exercitados como um músculo. Fazendo sempre o que é correto, isso vai se tornando mais fácil para nós, ainda mais que o próprio Deus nos oferece uma "ajudinha extra", o Seu próprio Espírito para nos ajudar nas nossas fraquezas. Creio que se as pessoas seguissem as orientações Bíblicas, sobre amor ao próximo e como viver bem com seu semelhante, teríamos um mundo bem melhor. Interessante é que a Bíblia nos ensina sobre isso:

"O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom. Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios. Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor. Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração. Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade. Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem, e não os amaldiçoem. Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram. Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos. Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: "Minha é a vingança; eu retribuirei", diz o Senhor. Pelo contrário: "Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele". Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem." (Romanos 12:9-21)

Paz do Senhor à todos
Prof. Saulo Nogueira


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Agenor Duque: O autointitulado apóstolo com “vocação teatral”

Revista Época faz extensa reportagem sobre o líder que "anda de Porsche e voa de jatinho"
      O "apóstolo" Agenor Duque, da Igreja Plenitude do Trono de Deus, segue a mesma fórmula da  Igreja Universal do Reino de Deus e da Igreja Mundial do Poder de Deus. Tendo passado pelas duas, em setembro de 2006, disse ter recebido uma visão de Deus para abrir seu próprio ministério. Vendeu seu carro, um Astra, e usou os R$ 25 mil para comprar espaço nas madrugadas de rádios. Alugou um galpão na Avenida Celso Garcia, em São Paulo e em pouco tempo começou a multiplicar os templos de sua própria denominação.
      Segundo reportagem extensa da revista Época desta semana, Duque é o mais novo fenômeno das igrejas neopentecostais. Hoje comanda pelo menos 20 templos, espalhados por São Paulo, Amazonas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal. Além disso, são dezenas de núcleos, galpões que, por não terem toda a documentação, não são considerados templos. Nos últimos dois anos, a Plenitude do Trono de Deus saiu de quatro para 18 horas no canal de televisão RBI. Também ocupa mais de nove na Rede Brasil TV.  Ainda segundo a Época, seu crescimento “começa a incomodar as igrejas concorrentes”. Acostumado a negociar produtos “ungidos” nos seus cultos, vários trechos de suas campanhas e ensinos não ortodoxos estão disponíveis na internet. Comumente ele sobe ao púlpito da igreja vestindo uma roupa que imita estopa, para imitar o que a Bíblia chama de “pano de saco”, que representaria a humildade.
        Agenor Duque é ex-viciado em drogas. Tem 37 anos e vem de uma família pobre da Zona Leste de São Paulo.  Após sua conversão, passou a pregar a doutrina da prosperidade que atrai milhões aos cultos em diferentes igrejas no Brasil. Casado com a bispa Ingrid Duque, tem um filho adotivo, o pastor Allan. Milionário, dirige um Porsche e um BMW. Posa fotos nas redes sociais com cordões, anéis e relógios dourados, bonés e tênis de marcas como Nike e Hugo Boss. Também faz uso de um jatinho Cessna Citation.
       Para teólogos, como Paulo Romeiro, doutor em ciências da religião e autor de livros sobre o movimento neopentecostal. “A igreja neopentecostal brasileira é cega, infantilizada, cheia de picaretas e cambalacheiros”. Rodrigo Franklin de Sousa, professor de pós-graduação em ciências da religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, “A religiosidade brasileira sempre foi muito sincrética. O brasileiro valoriza tudo o que o ajuda a se relacionar diretamente com o sagrado”.
       O que Duque mostra em seus programas no rádio e na TV da Igreja Plenitude do Trono de Deus é quase sempre a mesma coisa. Embora a pregação da Bíblia seja quase inexistente, há vários "milagres e libertações". Quase sempre como um prelúdio para se pedir dinheiro e ofertas “de sacrifício” como prova de fé. A Época entrevistou um ex-obreiro da Igreja Plenitude do Trono de Deus, o qual afirma que as ações de Duque não passam de uma “trapaça”. Segundo ele, os pastores da denominação que arrecadam mais são recompensados e crescem. “Eles recebem até bônus, eles dizem que você tem de entrar na mente da pessoa, convencê-la a aceitar o que você diz”, conta.

Sinais e campanhas

       Nos cultos de sua igreja, além das curas de doenças e vícios, Duque promete apagar o passado da mente dos fiéis. Em um dos vídeos mais conhecidos, ele trava (e vence) uma ‘batalha espiritual’ com um homem que diz ser pai-de-santo. Seguindo a tradição de outras igrejas similares, ele constantemente promove campanhas temáticas com objetivos específicos. A mais recente, chamada de Vale de Elah, coloca no templo um boneco de isopor que procura reproduzir a figura de Golias, vestido como um guerreiro, com escudo e espada no altar da igreja. Com um ‘grito de vitória’ dado pelo apóstolo o boneco (representando todas as lutas dos fiéis) cai ao chão e se quebra.
         Para 2016, já anunciou que irá lotar o Maracanãzinho, no Rio de Janeiro – capacidade para 13 mil pessoas, e o estádio do Canindé, em São Paulo, que acomoda 21 mil pessoas. Para isso, trará o polêmico pastor Benny Hinn.

Nota do Blog: Algumas considerações que eu gostaria de fazer sobre a reportagem da Revista Época:

1) A reportagem da revista já começa da seguinte forma:
"Numa incansável cruzada por arrecadação, o autointitulado apóstolo Agenor Duque, da Igreja Plenitude do Trono de Deus, pede à plateia que raspe a carteira e que doe até o décimo terceiro salário. Já anda de Porsche e voa de jatinho."


       Essa é a visão que as igrejas neopentecostais tem passado: uma ânsia de arrecadação que tem beirado o ridículo! A comparação do repórter é que enquanto as pessoas tem que doar, a ponto de não sobrar nada para elas, o seu líder, que deveria ser o extremo máximo de simplicidade anda de Porsche e jatinho.


2) "No concorrido mercado das igrejas neopentecostais, Duque é o pastor emergente do momento. Com uma forte vocação teatral e adepto da prática de prometer o impossível, Duque abocanha cada vez mais fiéis e começa a incomodar as igrejas concorrentes. Além das usuais curas de doenças e vícios, Duque promete apagar o passado da mente dos fiéis."


       A repórter é feliz ao separar as coisas: Ela entende que as igrejas neopentecostais é que  estão distorcendo o verdadeiro Evangelho e, até criando um mercado onde as igrejas que deveriam ter comunhão se tornam concorrentes. São como empresas que se utilizam de um Marketing agressivo, fazendo até promessas antibíblicas e infundadas com o intuito de enganar os mais incautos.

3) "Num roteiro já conhecido entre os pastores das neopentecostais, Duque começou na Igreja Universal do Reino de Deus e migrou para a Mundial – até que teve uma “visão espiritual” e decidiu criar seu próprio templo. Em setembro de 2006, abria a porta da Igreja Plenitude do Trono de Deus. Com R$ 25 mil da venda de um Astra, Duque comprou algumas poucas horas nas madrugadas de rádios e alugou um galpão na Avenida Celso Garcia – que, pela facilidade de acesso e circulação intensa, concentra boa parte das igrejas neopentecostais. Há dois anos, Duque tinha cinco modestas igrejas em São Paulo."

       Aqui a repórter desvenda o sucesso das neopentecostais: pragmatismo, Marketing e aposta na ignorância dos fiéis. Duque foi muito bem treinado pelo seu mestre Macedo e depois fez uma pós graduação com o "apóstolo" Valdemiro Santiago. Quando pensou que já estava preparado para alçar sua própria carreira solo, se utiliza da mesma tática dos outros: diz ter recebido uma "revelação especial" para abrir seu próprio ministério (como se já não tivessem tantos), como se as suas igrejas fossem as únicas representantes de Cristo na Terra. Não admitem isso obviamente, mas lutam com todas as forças para atraírem membros de outras igrejas para sua grei. Dizem que a "mão de Deus está aqui" ou levam em seus "altares" testemunhos de pessoas que peregrinaram por várias denominações e só encontraram a verdadeira paz espiritual em seus ministérios. Como um empresário, Duque fez um investimento na certeza de lucro garantido. Ele conhece as fórmulas e "macetes" para tirar o máximo daqueles que chegam desesperados e moribundos em suas igrejas, buscando o reino do homem e suas riquezas e curas somente físicas, mas não a cura da alma. Por que ser um pastor subordinado a uma "bispo" ou um "apóstolo" se ele mesmo pode ter sua própria igreja?

3) "A pregação da Bíblia é quase inexistente. Invariavelmente, o pastor apresenta um “milagre” e, na sequência, pede dinheiro ostensivamente."

   Outro ponto importante levantado pela autora. A pregação e o ensino da Palavra são indispensáveis para o crescimento e edificação do corpo de Cristo. Se você priva sua Igreja disto, produzirá apenas crentes egoístas e hedonistas que sempre irão querer ver e receber mais e mais, sem buscarem verdadeiramente o mais importante: O Reino de Deus e a sua justiça (Mt. 6.33)

      A autora da matéria, além de separar esses movimentos das igrejas sérias, convida teólogos idôneos e gabaritados para darem suas opiniões sobre a reportagem. Um deles é o Dr. Rodrigo Franklin de Sousa, professor de pós-graduação em ciências da religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Outro convidado é Paulo Romeiro, doutor em ciências da religião, pastor da Igreja Cristã da Trindade e autor da obra SuperCrentes, Evangélicos em Crise e Decepcionados com a Graça, todos publicados pela Editora Mundo Cristão. Completando o tríduo, temos o teólogo João Flávio Martinez, presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas. 

       Quero deixar claro, que a intenção do presente artigo não é fazer uma crítica ao ministério nem a pessoa de Agenor Duque. Porém, demonstrar como esse movimento, da qual ele também faz parte, tem escandalizado a verdadeira Igreja e até os que estão de fora. E não falo isso sem conhecimento de causa. Quem quiser comprovar isso, é só ligar no canal RBI e assistir horas de espetáculo e distorção da Palavra de Deus ou acessar inúmeros vídeos no Youtube como esse, esse e esse para comprovar. 

Maranata!

Paz do Senhor à todos que amam a Palavra de Deus.

Prof. Saulo Nogueira