sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

As Profecias num Relance: Profecias já cumpridas e as que ainda faltam se cumprir.

“Eis que as primeiras predições já se cumpriram, e novas coisas eu vos anuncio; e, antes que sucedam, eu vô-las farei ouvir” (Is 42.9).
       A Palavra de Deus é eterna e infalível e podemos olhar para ela como a única fonte confiável da Revelação de Deus ás nós. A Bíblia Sagrada é o único livro que contém profecias que se cumpriram de forma inequívoca e fiéis ao que foi entregue por Deus aos seus santos profetas. Nesse artigo, demonstrarei de forma resumida algumas profecias que foram cumpridas cabalmente, em relação á Israel, as Nações e á Igreja do Senhor.

As Profecias que já foram cumpridas

Em relação á Israel
Abraão e Sara teriam um filho chamado Isaque (Gn 15.4-6; Gn 17.17-19; Gn 18.9-15). Cumprida literalmente (Gn 21.1-5; Hb 11.17-19).
Jacó e Esaú: o mais velho serviria ao mais novo (Gn 25.23). Cumprida literalmente (vv.30-34; Gn 27.1-46).
Escravidão no Egito, seguida de libertação e grande recompensa (Gn 15.13-14; Gn 46.1-4). Cumprida literalmente (Êx 5.1-14.31).
A Tribo de Judá governaria (Gn 49.10). Cumprida literalmente através do rei Davi (1Sm 16.1-13).
Remoção da terra por causa de pecado (Dt 28.15-68). Cumprida literalmente: cativeiro na Assíria, 722 a.C.; cativeiro na Babilônia, 586 a.C.
Problemas de Davi devido ao pecado com Bate-Seba (2Sm 11.1-12.11). Cumprida literalmente: Amnom estupra Tamar (2Sm 13.1-39); Absalão mata Amnom (vv.28-30); Absalão se rebela e morre (2Sm 14.1-18.33).
O reino seria dividido devido ao pecado de Salomão (1Rs 11.29-40). Cumprida literalmente (1Rs 12.16-24).
Julgamento de Jeroboão; nomeação de Josias (1Rs 13.1-5). Cumprida literalmente 300 anos mais tarde (2Rs 23.15-20).
O cativeiro duraria 70 anos; o retorno seria sob o governo de Ciro (Is 44.21-28; Is 45.1,5; Jr 25.11-12). Cumprida literalmente (Ed 1; Dn 9.2).

Em relação ás Nações

Síria (Damasco): Destruição por meio do fogo (Am 1.3-5). Cumprida literalmente: a Assíria arrasa Damasco em 732 a.C. (2Rs 16.7-9).
Filístia (terra dos filisteus): Punição por vender o povo judeu à escravidão (Am 1.6-8). Cumprida literalmente: a Babilônia destrói as cidades dos filisteus (2Cr 26.6).
Tiro (Fenícia): Punição por quebrar os votos e entregar o povo judeu a Edom (Am 1.9-10). Cumprida literalmente: Alexandre, o Grande, derrota a fortaleza da ilha em 322 a.C.
Edom: Punição por causa da crueldade e do ódio ao povo judeu (Jr 49.15-20; Ez 25.12; Am 1.11-12; Ob 10). Cumprida literalmente: Roma conquista os nabateus no ano 106 a.C.; no século IV, Petra fica desabitada.
Amom: Punição por seus freqüentes ataques às fronteiras, tortura de mulheres e morte de crianças antes de seu nascimento (Am 1.13-15). Cumprida literalmente: a Assíria destrói Amom em 732 a.C.
Babilônia: Seria capturada por medos e persas (Is 21.1-9; Jr 25.11-12; Jr 51.1,7-14). Cumprida literalmente em 539 a.C. (Dn 5.25-30).

As Profecias que serão cumpridas: 

em relação á Israel
O povo judeu retorna à sua terra, vindo dos países para onde havia sido levado (Jr 16.14-15; Jr 23.7-8; Jr 24.6).
O Anticristo promete a Israel sete anos de paz (Dn 9.27).
O Anticristo desencadeia terrível perseguição contra Israel (Dn 7.24-25; Mt 24.21; Ap 12.13).
Israel foge para o deserto em busca de proteção (Ap 12.6,14).
Israel volta para Deus de todo o seu coração (Jr 24.7; Zc 12.10-13.1).
O Senhor Retorna. Ele defende Seu povo e destrói seus inimigos (Zc 9.14-17; Zc 12.1-9; Zc 14.3-5; Ap 19.17-21).
O Rei Messias governa sobre o novo Reino Davídico (Is 9.7; 11.1-5; Jr 23.5-6; Jr 33.14-17).
Israel recebe uma porção dobrada de bênçãos em sua terra (Is 61.7).
O lobo habita junto com o cordeiro, e o leão come palha no Reino Messiânico (Is 11.6-9; Is 65.25).
Israel habita em paz e segurança em sua Terra Prometida (Jr 23.6).
Israel guia os gentios em louvor ao Deus de Israel (Is 61.6; Zc 8.23).

Em relação ás Nações 
A Rússia, o Irã, a Líbia, a Etiópia (hoje o Sudão) e outras nações atacam Israel (Gogue e Magogue, Ez 38-39).
O Anticristo surge do Império Romano reavivado (Dn 7.7-8; Ap 13.1-2).
Os juízos dos selos, das trombetas e dos flagelos (Ap 6.1-12; Ap 8.1-9.21; Ap 11.15; Ap 15.5-16.21).
O Anticristo exige adoração e engana o mundo (Dn 11.36-37; 2Ts 2.3-4; Ap 13.2,4,8).
Os sistemas comerciais e os falsos sistemas religiosos do mundo são destruídos (Ap 17-18).
As nações vêm a Armagedom. O Senhor Retorna. Ele derrota o Anticristo e Satanás (Jl 3.9-16; Zc 14.2-4; Ap 19.11-20).
As nações são julgadas com base no tratamento que deram ao povo judeu (Mt 25.31-46).
Os gentios são abençoados no Reino Messiânico Milenar (Is 11.10; Is 42.1; Is 49.1; Is 66.12,19).
O Egito, a Assíria e Israel são bênçãos (Is 19.23-25).
O Julgamento do Grande Trono Branco. Todo joelho se dobrará diante do Messias, Jesus, e todos confessarão que Ele é o Senhor (Fp 2.10-11; Ap 20.11-15).

Em relação á Igreja 
Livrada da Tribulação (o Tempo da Angústia de Jacó) por meio do Arrebatamento (Jo 14.2-3; 1 Ts 4.13-18; Ap 3.10.
Os crentes recebem corpos ressurretos como o de Cristo e O vêem fisicamente (1Co 13.12; 1Co 15.52; 1Jo 3.2-3).
Trono do Julgamento de Cristo; recebimento de recompensas; ceia das Bodas do Cordeiro (Rm 14.10; 1Co 3.12-15; 2Co 5.10; Ap 19.9).
O Senhor retorna. Os santos vêm com Ele e Ele prende Satanás por 1.000 anos (Zc 14.5; Ap 20.1-3).
Os santos reinam e governam com o Messias no Reino Messiânico (2Tm 2.12; Ap 20.4-6).
Os santos julgam os anjos (1Co 6.3).
No final dos 1.000 anos, após uma breve rebelião de Satanás, todos os redimidos, de todos os tempos, judeus e gentios, entram na eternidade, onde estarão diante do Senhor nos novos céus e na nova terra, para sempre (Is 66.22; Ap 21.1-7).

Nunca mais chorarão, nunca mais morrerão, nunca mais serão separados de seus amados (Ap 7.17; Ap 21.4).

Maranata! Vem, Senhor Jesus! (Thomas C. Simcox - Chamada.com)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Livros que não podemos deixar de ler: Ensaios apologéticos

      Em nossa sociedade fascinada pela espiritualidade, mas comprometida com o pluralismo religioso, a cosmovisão cristã enfrenta uma oposição sofisticada e agressiva. O compromisso prévio com a diversidade, com sua indispensável abertura e perspectiva relativista, tem levado os céticos, críticos e até mesmo muitos cristãos a crer que o cristianismo, seja ele o que for, não pode ser a única verdade ou salvação.

       Nesta era de sincretismo, o que necessitamos é de uma resposta cristã abrangente e dotada de plena autoridade. Ponto por ponto, argumento por argumento, a fé cristã deve ser apresentada e defendida de maneira eficiente. Ensaios apologéticos: Um estudo para uma cosmovisão cristã oferece tal resposta. Neste livro, estão reunidos ensaios que cobrem todos os aspectos da apologética, incluindo: Fé e razão, Argumentos em prol da existência de Deus, a causa de Jesus, o problema do mal, pós-modernismo, pluralismo religioso e exclusivismo cristão. Essa obra conta com a colaboração das mentes mais brilhantes da atualidade em questão de apologética: William Lane Craig, Francis J. Beckwith, J.P. Moreland, entre outros. Livro indispensável para aqueles que se interessam por uma defesa mais profunda da fé cristã e necessitam de respostas em meio á tantas críticas e secularização da fé. 

      Por mais que cada autor se relacione diretamente com apenas um tópico e ser uma obra condensada, Ensaios apologéticos oferece ao leitor de forma sucinta e direta, respostas para grandes indagações, sejam elas no âmbito da própria fé ou para aqueles que necessitam de bons argumentos contra os detratores. Excelente trabalho que me ajudou muito em minha caminhada dentro da apologética cristã e me deu uma base sólida para responder (parafraseando) com mansidão e temor a qualquer um que me pedir a razão da esperança que há em mim, (1 Pedro 3:15

Prof. Saulo Nogueira

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Estado Islâmico ameaça acabar com cristãos e judeus de todo o mundo

       Embora muitos líderes mundiais, como a presidente Dilma Rousseff, defenda que poderia haver alguma chance de diálogo com o grupo terrorista Estado Islâmico (EI), essa premissa se mostra impossível. Em outubro de 2014, o EI declarou que os cristãos eram seus maiores inimigos, embora nenhum grupo cristão tenha atacado os muçulmanos extremistas. Porém, o porta-voz do grupo, Abu Muhammad al-Adnani, enfatizou que eles preparam uma “limpeza religiosa” de escala mundial para os próximos anos.
        “O Estado Islâmico é apenas 1% do movimento islâmico no mundo. Mas este 1% tem o poder de um tsunami nuclear. É incrível”, disse o jornalista alemão Juergen Todenhoefer, que conseguiu viver entre os jihadistas por algum tempo.
       Os líderes do EI vêm amaçando constantemente os países que fazem parte da coalização que luta contra eles na Síria e no Iraque. Pediram inclusive que os muçulmanos que vivem nesses países lutem contra as autoridades em nome de Alá. “Quebre a cabeça deles com uma pedra, ou mate-os com uma faca, ou atropele-os com seu carro, ou derrube-os de um lugar alto, ou sufoque-os, ou envenene-os… você pode destruir tanto seu sangue quanto sua riqueza”, ensinaram em um vídeo divulgado na internetConvictos que estão lutando (e vencendo) a batalha do final dos tempos, o EI agora emitiu uma nova mensagem que ameaça tanto judeus como cristãos de todo mundo. “Assim que essa campanha de cruzadas acabar aqui, depois, se Deus quiser, nos encontraremos em Jerusalém e depois atacaremos Roma. Mas, antes, os exércitos da cruz serão derrotados em Dabiq”, insta o novo comunicado do EI divulgado esta semana.
       Profecias dos escritos sagrados muçulmanos chamados de Hadith apontam para a batalha de Dabiq como o marco do “fim do mundo”. Também ensina que o Apocalipse será anunciado pela guerra em Damasco, capital da Síria, por um “anticristo”, chamado pelo Islã de ad-Dajjal. Esse ad-Dajjal declarará uma grande guerra até ser derrotado após o surgimento de uma figura messiânica chamada de “Madhi”. Esse poderoso guerreiro se levantará na Arábia Saudita, na cidade sagrada de Meca, onde reunirá seu exército. Receberá então o apoio de Jesus Cristo que, segundo o Hadith, aparecerá “em algum momento durante o final dos dias”.
       Com o nome de “Morra na sua raiva”, a mensagem desta semana mostra que os jihadistas apostam que mais voluntários farão ataques em nome do EI fora do Oriente Médio. “Prometemos aos cristãos que vão continuar a viver em estado de terror, medo e insegurança”, afirma al-Adnani, no áudio difundido na internet. Lembrando de ataques de terroristas que agiram de forma independente no Canadá, Austrália e Bélgica. “Vocês ainda não viram nada”, finalizou. Esse tipo de apelo já deu resultado na África, através dos ataques de grupos como Boko Haram e Al-shabab, além de outros menos conhecidos que atuam nessa rede internacional de terrorismo islâmico especialmente na Ásia e África. Reforça ainda que o ataque a uma cafeteria na Austrália realmente tinha ligação com o EI, embora as autoridades do país tenham negado. Porém, com os ataques em Paris à redação do semanário Charlie Hebdo, ficou claro que nenhum país ocidental está a salvo. Ao exigir que os muçulmanos se unem e derrotem todos os “inimigos” em seu próprio território, virtualmente nenhuma nação está segura. No Brasil já foram identificados ativistas nas redes sociais e um homem andou pregando em favor do EI numa mesquita no Rio de Janeiro.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O Êxodo na mira da imprensa e do cinema

       “Os Dez Mandamentos”, “O Princípe do Egito”, e agora, “Êxodo: Deuses e Reis”. Enquanto os dois primeiros filmes foram lançados em épocas em que o ceticismo contra o relato bíblico ainda era confinado às universidades e a poucos segmentos da sociedade, a mais recente versão da história bíblica do Êxodo surge como mais um ingrediente no debate envolvendo religião, violência, mitologia e antagonismo bíblico. O texto abaixo não é a minha reflexão sobre o filme. Ainda não pude assisti-lo por, justamente, estar estudando história egípcia e de outros povos do Antigo Oriente para meus exames finais do mestrado. O que você lerá a seguir é uma reação à matéria de capa da revista Superinteressante deste mês sobre o principal evento da nação israelita, como registrado nas páginas sagradas. Antes de mais nada, devo parabenizar o autor da matéria pela maneira clara e descontraída com que descreveu a história do Antigo Oriente. Apesar de não concordar com muitas das opiniões dele sobre o Antigo Testamento, como será demonstrado abaixo, isso não tira o mérito de Alexandre Versignassi pelo seu texto. Porém, apresento aqui dois problemas metodológicos do articulista. Primeiro, em linhas gerais, ele traduziu para um português bem claro a chamada “hermenêutica da dúvida”, que sempre trata o texto bíblico “culpado, até ser provado inocente”. Isso porque muitos acadêmicos confundiram leitura crítica com leitura cética. Lidar com um texto antigo com o ceticismo do século 21 não é a melhor abordagem metodológica. E não estou falando do sobrenatural. Estou falando de uma reconstrução histórica do ambiente que o relato bíblico supostamente descreve. Por que não lidar com o texto antigo desta forma: “Inocente, até ser provado culpado”?

       Em segundo lugar, o autor cita dois acadêmicos para falar sobre Israel no Antigo Testamento, Richard Freedman e Israel Finkelstein. Isso é para lá de tendencioso. Seria o mesmo que pedir para os líderes do Hamas e do Hezbollah opinarem sobre Israel e EUA. Não há como esperar uma visão equilibrada sobre o Êxodo e o surgimento da nação Israelita da parte deles. Não estou desqualificando o trabalho dos dois, o que estou dizendo é que existem opiniões diferentes e que deveriam também ser ouvidas e contrastadas.

      Um deles é meu professor, James K. Hoffmeier, egiptólogo formado pela Universidade de Toronto, no Canadá. Dois dos seus livros lidam diretamente sobre o assunto: Israel in Egypt (1996) e Ancient Israel in Sinai (2005), ambos publicados pela Oxford University Press. Além de professor de Antigo Testamento, Hoffmeier leciona Egípcio Antigo há mais de 30 anos, o que lhe permite falar naturalmente sobre condições políticas, econômicas e militares do período do Reino Novo do Egito (Dinastias 18-20), a época em que a Bíblia situa o Êxodo.

        Outro acadêmico que deu inúmeras contribuições para o estudo do Antigo Oriente e Antigo Testamento é Kenneth Kitchen, egiptólogo aposentado da Universidade de Liverpool, na Inglaterra. Seu domínio em mais de 15 línguas do Antigo Oriente lhe permite falar como ninguém sobre o dia a dia das cortes, dos templos e fortes militares durante a Idade do Bronze e do Ferro. Ele, inclusive, aprendeu português com a única finalidade de publicar o texto dos monumentos (estelas) de Ramsés II que estão no Museu do Rio de Janeiro, já que ele é uma respeitada autoridade no período Ramessida. E imagine só: tanto Kitchen como Hoffmeier são cristãos evangélicos! Eles não usam as publicações para converter pessoas ao cristianismo, mas, sim, para apresentar uma visão equilibrada sobre o mundo do Antigo Oriente e as páginas do relato bíblico.

       Num debate intelectual, cristãos geralmente são chamados de preguiçosos. Fica aqui uma simples comparação: em seu livro E a Bíblia não Tinha Razão, Israel Finkelstein gastou 24 páginas para falar sobre o Êxodo, com onze sugestões de leitura sobre o assunto no fim do livro. Numa obra com a mesma temática, Kitchen escreveu 72 páginas e com um total de 145 notas de rodapé. Quantos leram as páginas de Finkelstein? Quantos leram o que Kitchen escreveu? Não tenho números exatos, mas sem dúvida a sede por informações rápidas e condensadas da nossa geração preferiria o que Finkelstein escreveu, e o pior, não se daria ao trabalho de ler opiniões contrárias.

        A ausência de evidências diretamente relacionadas com Moisés, os israelitas e o Êxodo bíblico é a avenida principal para o ceticismo - ingênuo, eu diria - de muitos historiadores, curiosos no assunto, e até mesmo teólogos bíblicos, principalmente aqueles que gastam mais tempo estudando teorias literárias sem fundamento e esquecem de olhar o mundo ao redor do Antigo Testamento. Existem pelo menos três motivos pelos quais não dispomos de tais evidências:

       Primeiro, o contexto geográfico de Êxodo 1–14 é a região do Delta do Nilo, uma região que por milênios tem acumulado lama das inundações anuais do Nilo. Estruturas de tijolos de barro tinham duração limitada e eram repetidamente substituídas por outras, devido a essas inundações. Afirmar que “nenhuma evidência dos israelitas no Egito jamais foi encontrada” é muitas ingenuidade, e esperar por essas evidências é perda de tempo. Até mesmo estruturas de pedra dificilmente foram preservadas na região.

        Segundo, a situação se torna mais drástica quando se pensa em papiros. Na lama, 99% dos papiros desaparecem para sempre. Apenas um pouco dos papiros da região oriental do delta foi recuperada no deserto próximo a Mênfis. 

       Terceiro, faraós não registravam suas derrotas. Eles jamais deixariam um monumento ou registro nas paredes de um templo relatando a rebelião de um grupo de escravos que resultou na perda de carruagens e soldados, como na história bíblica do Êxodo. Os textos egípcios sobre a batalha de Qadesh, por exemplo, apresentam Ramsés II como o grande vitorioso. Já a versão hitita da mesma batalha tem o rei Muwatali como vencedor.

       Portanto, para “confirmar” a história bíblica, é inútil esperar evidências que não estão lá no Delta. Se, como cavalos, limitarmos nossas viseiras para o pouco que a arqueologia pode trazer à luz, então não há nada a ser dito sobre o Êxodo. Há necessidade de uma abordagem mais contextual, tanto do relato bíblico como do ambiente histórico que ele supostamente descreve.

Dito isso, apresento abaixo algumas considerações sobre a matéria da Super:

“Os israelitas não foram escravos e nunca migraram para o Egito”: o chamado Segundo Período Intermediário da história Egípcia (Ca. 1650-1550 a.C.) encaixa-se bem nas descrições da história de José, no fim do livro de Gênesis, e do primeiro capítulo de Êxodo. Os hekau khasut, também conhecidos como Hyksos, estavam dominando a região do Delta do Nilo. Eles eram de origem siro-palestina. Anterior a esse período, temos o famoso painel de Beni Hassan, que descreve um semita chamado Absha (ou Ibsha) chegando ao Egito com seu grupo de 37 pessoas e entregando seu “visto” em um dos pontos de imigração. Sendo assim, imaginar um grupo de aproximadamente 70 pessoas, a família de Jacó, entrando no Egito na mesma época, não é nenhum problema do ponto de vista histórico. Também dispomos de ilustrações de trabalho escravo no período da 18ª dinastia, exatamente o período em que o poder voltou para as mãos dos egípcios que reinavam a partir de Tebas, com uma política fortemente anti-hyksos, porque não antissemita. Numa das pinturas da tumba de Rekhmire, um vizir (i.e. primeiro ministro), é possível ver prisioneiros de guerra semitas e núbios fazendo tijolos. Em suma, não precisamos de uma fé extraordinária para imaginar grupos de semitas indo para o Egito e, depois de um tempo, se depararem com uma mudança radical nas políticas internas e enfrentar trabalho escravo.

Foto 1 - Mural de Beni Hassan: semitas entram no Egito
O número dos israelitas: somos informados de que o número de israelitas que saíram do Egito era de 600 mil homens, sem contar mulheres e crianças (Êx 12:27). Como o articulista calculou, adicionando uma esposa e uma criança para cada homem, temos quase dois milhões de pessoas. E aqui temos um grande problema. Há informações detalhadas sobre o exército egípico no período do Reino Novo. Era um total de aproximadamente 25 mil soldados, de acordo com Anthony Spalinger, uma das principais autoridades no assunto. A população egípcia era de aproximadamente dois a três milhões de pessoas. Se os israelistas fossem uma nação tão grande assim, eles não precisariam de um Moisés ou de Deus para libertá-los. Eles poderiam sair a hora que bem entendessem! Em lugar de descartar a informação bíblica, seria bom tentar entendê-la melhor. O que significa a palavra “mil” (heb. ‘eleph)? Ela pode significar unidade de mil pessoas, unidade militar ou pelotão, líder de um grupo, clã e tribo. Em algumas passagens do Antigo Testamento em que ela é utilizada, o significado “mil” não parece ser uma boa opção. Por exemplo, 2 Reis 13:7 menciona 50 cavalheiros, 10 carruagens e 100 mil soldados! Esse é um número discrepante, comparado com os dois anteriores. Em 1 Reis 20:29, 30, vinte e sete “mil” soldados foram mortos porque uma parede caiu sobre eles! Essa deveria ser uma parede enorme.

         Kitchen, Hoffmeier e outros acadêmicos sugerem que ‘eleph, no contexto das passagens do Êxodo, deve ser entendido como um “pelotão” ou “líder militar”; e de acordo com a correspondência diplomática do faraó Akhenaten e reis de Canaã e Síria, as chamadas cartas de Amarna, um pelotão tinha nove soldados. Seiscentos líderes de pelotões ou unidades militares com nove soldados cada um são 5.400 homens.

       Atribuindo uma esposa e alguns filhos para cada um, temos aproximadamente 20 a 22 mil israelitas saindo do Egito. Sendo que a população de Canaã durante a Idade do Ferro (Ca. 1150 a.C.) era de 50 a 70 mil, esse número de israelitas se encaixa muito bem com o que se conhece por meio de estudos arqueológicos em Israel. Apenas a título de ilustração, a maior cidade de Canaã naquela época (13º século a.C.), Hazor, não era maior do que um quilômetro quadrado. As outras cidades que os israelitas conquistaram eram bem menores do que ela. Uma população de dois milhões de israelitas certamente deixaria um rastro muito claro e impossível de não ser notado em escavações feitas em Israel. Note que não se trata de acreditar ou desacreditar o relato bíblico, mas, sim, de entendê-lo corretamente à luz de sua língua original e do seu contexto histórico.

Origens de Israel: esse é um dos tópicos mais discutidos em simpósios e fóruns bíblicos ao redor do mundo. Não temos espaço para discutir o assunto em um parágrafro, mas basta dizer que existem basicamente três teorias para a origem de Israel em Canaã: (1) o modelo bíblico da “conquista”, como numa leitura equivocada e exagerada do livro de Josué; (2) tribos nômades entrando naquele território pela região da Transjordânia, a região à direita do rio Jordão; e (3) Israel nunca saiu da “Terra Prometida”, eles se originaram e se desenvolveram lá. Uma quarta teoria tem sido defendida por Finkelstein, afirmando que os israelitas eram pastores cananeus que sempre viveram ali na região.

        Se Israel se originou em Canaã, como o articulista sugere, e não de uma saída em massa do Antigo Egito, por que diversos elementos da religião israelita tinham um curioso reflexo da religião egípcia? O tabernáculo no deserto (Êx 25–40), por exemplo, segue o mesmo modelo da tenda de Ramsés II em suas campanhas militares, e os utensílios desse tabernáculo portátil, a arca da aliança, o candelabro, o altar de incenso, as cortinas, entre outros, têm uma clara influência egípcia.

         Se Israel se originou em Canaã, por que a vemos proibição do porco na dieta israelita (Lev. 11), algo facilmente verificável em restos arqueológicos, enquanto os filisteus tinham carne suína como parte fundamental de sua dieta? Porcos eram considerados impuros no Antigo Egito, e até mesmo chamados de bw, abominar, detestar, ou bwt, abominação. Existem elementos na cultura e na religião israelita que não são explicados pela teoria de Finkelstein apresentada na Super.

Yahweh e as origens do monoteísmo: vemos traços de monoteísmo no Antigo Egito muito antes do polêmico faraó Akhenaten. No chamado “Hino a Atom” (Ca. 1500/1400 a.C.), Amun-Ra é exaltado como criador de outros deuses e da humanidade. O conteúdo do hino parece ser mais antigo, tendo sido preservado em uma estátua produzida entre as 13ª e 17ª dinastias (Ca. 1790–1540 a.C.), muito próximo da época dos patriarcas. Por falar neles, Abraão, Isaque e Jacó usam os nomes divinos El e Yahweh de maneira intercambiável. Afirmar que o nome El é reflexo de influências pagãs na religião israelita pode ser uma conclusão apressada, já que nas narrativas patriarcais existe ausência de qualquer adoração a Ba’al, um deus que também fazia parte do mesmo panteão de que El era o líder. Quanto a Yahweh (ou Javé) ser uma divindade vinda de Midiã, realmente existem diversos poemas antigos no Antigo Testamento que parecem sugerir isso (Juízes 5; Habacuque 3, etc.), e o fato de Moisés ter passado boa parte de sua vida adulta ali parece favorecer a ideia de que o libertador israelita tenha aderido ao culto a Yahweh ali. O tópico é controverso, mas por que não considerar esses textos como uma descrição poética da marcha militar de Yahweh e dos israelitas saindo do Egito e passando por Midiã rumo a Canaã? Por que eles precisariam necessariamente ser uma declaração da origem do culto a Yahweh?

“Êxodo” na época da invasão dos “povos do mar”: a sugestão apresentada por Versignassi que o “Êxodo” na verdade foi a fuga de poucos escravos cananeus numa época onde o exército egípcio estava ocupado demais tentando proteger as fronteiras do império é interessante, mas requer uma grande ginástica histórica. Ramsés III lutou contra os “povos do mar”, entre eles os conhecidos filisteus, em 1180 a.C., logo no começo do seu reinado. Alguns anos antes, o faraó Merneptah deixou registrado um documento comemorativo (Estela) de suas campanhas em Canaã, no qual ele menciona pela primeira vez um grupo étnico que ele chama de “Israel” e que vivia ali por volta de 1207 a.C. Nesse documento, Israel é descrito como um grupo nômade vivendo em Canaã, e essa é exatamente a informação que temos de Israel no livro de Juízes. Um povo sem rei e sem uma capital; apenas um centro religioso onde o tabernáculo estava localizado, Siló. Mas em vez de de se manter com esse cenário bem fundamentado, o articulista está pressupondo a teoria de Finkelstein de que os israelitas se originaram em Canaã, uma teoria que está longe de ser unanimidade nos círculos arquelógicos.
Foto 2: Estela do faraó Merneptah


Abertura do “Mar Vermelho”: “Mar Vermelho” é uma tradução baseada na versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta (LXX). O texto hebraico de Êxodo simplesmente traz “mar de juncos” (heb. yam suph), região também conhecida em textos egípcios do Reino Novo como pa tufy, como sugerido pelo arqueólogo austriáco Manfed Bietak. Se reunirmos as coordenadas geográficas e os nomes dos lugares (topografia) mencionados em Êxodo 12:37 e 14:1-9 e compararmos com a documentação egípcia obtida nas inscrições de Seti I, pai de Ramsés II, no Templo de Karnak, em Luxor, podemos localizar com segurança o “mar vermelho”. Tradicionalmente pensa-se que este seria o Golfo de Suez, entre o Egito e a Península do Sinai. Na verdade, trata-se dos lagos el-Ballah, que não existem mais desde que o canal de Suez foi feito no século 19. Estudos naquela região em 1995 revelaram um porto no qual barcos ficavam estacionados. Ele tinha aproximadamente 15 km de extensão e uma profundidade de três metros. Seria perfeitamente possível comparar tamanha quantidade de água com um muro à esquerda e à direita dos israelitas (Êx 14:22).

Foto 3 - A proposta rota do Êxodo está marcada em vermelho.
O “Mar Vermelho” são os lagos El-Ballah, no lado direito do mapa
 
       Esse é o principal aspecto sobrenatural da história e é aqui que os céticos se apegam para desmentir todo o relato do Êxodo. Essa é outra discussão. Bastaria dizer por agora que ninguém no Antigo Oriente colocava uma roupagem histórica num mito para lê-lo como uma história real. Se você compartilha de uma visão de mundo onde Deus é real e Ele é o Criador, eventos miraculosos não são um problema, afinal é Ele quem governa toda a Sua criação.

       Hoffmeier apresentou recentemente duas palestras sobre a geografia do Êxodo e as diversas teorias que circulam na internet. Uma delas foi com o geólogo Stephen Moshier. Você pode ter acesso a elas aqui e aqui. Vale a pena também ler um artigo publicado há alguns anos neste blog pelo Dr. Rodrigo Silva (confira).

Levitas: a teoria de que os levitas foram o único grupo que esteve no Egito não é nova. Desde muito cedo, acadêmicos reconheceram a presença de nomes egípicios entre alguns membros dessa tribo. Se esse é o argumento, deveríamos incluir a tribo de Naftali, já que um dos seus líderes se chamava Ahira, uma combinação das palavras “amigo” e “Rá”, em hebraico e egípcio, respectivamente (Nm 1:15; 2:29; 7:78; 8:3; 10:27). Também deveríamos incluir a tribo de Judá, já que Hur, que ajudou Moisés a manter seus braços erguidos numa batalha contra os amalequitas, muito provavelmente é o nomedo deus egípcio Hórus (hr). Recentemente, outro acadêmico, Richard Hess, fez um estudo dos nomes daqueles que saíram do Egito e a conclusão dele é a de que são nomes de várias etnias (egípcios, semitas, hititas e hurritas), no mesmo período do Êxodo, fortalecendo o relato bíblico que afirma que um “misto de gente” saiu do Egito com os israelitas. (Êx 12:38).

Leis do Pentateuco: a opinião quase generalizada de biblistas treinados única e exclusivamente em hebraico, e treinamento amador nas línguas do Antigo Oriente, é que o Pentateuco foi escrito na época do rei Josias, rei de Jerusalém, no sétimo século a.C., e não na época de Moisés. Mas os mesmos biblistas parecem se esquecer de que códigos eram comuns no Antigo Oriente, entre eles os textos sumerianos das leis de Ur-Nammu (2100 a.C.), Lipit-Ishtar (1930 a.C.), e o famoso código de Hamurabi (1780 a.C.), escrito em acadiano. A estrutura do livro de Deuteronômio, por exemplo, é idêntica à de tratados entre um suzerano e seus vassalos do século 13 a.C., muito comuns no Antigo Oriente, na época de Moisés e dos israelitas que saíram do Egito, não na época do rei Josias. Colocar a produção do Pentateuco na época desse rei é o mesmo que ignorar a vasta literatura do Antigo Oriente, disponível para ser comparada. 

Escravidão: escrevi sobre escravidão no Antigo Testamento em resposta a outra matéria do mesmo autor (confira aqui). Se você assitiu ao recente filme “12 anos de escravidão”, deve se lembrar de uma cena em que o dono de uma fazenda começa o dia de trabalho lendo um trecho de Êxodo 21 para seus escravos negros. É inegável que muitas atrocidades foram cometidas em nome do cristianismo, apesar de seu Fundador jamais sancioná-las. Mas a pergunta é: O texto bíblico estava realmente autorizando essas práticas? No caso da escravidão, aí vão alguns breves comentários à luz de Êxodo 21:1-11: (a) por escravidão, entenda servidão. O trabalho de seis anos era para pagar dívidas; (b) o texto aparentemente sugere que a escravidão separava famílias, já que após o período de trabalho o homem deixaria a esposa e os filhos, caso houvesse começado solteiro seus seis anos de trabalho. Em outra passagem em que a mesma lei é repetida, é-nos dito que mulheres também estavam sujeitas ao mesmo período de trabalho (Dt 15:12). Ou seja, a mudança no status matrimonial não anulava o contrato de trabalho de seis anos. A esposa, que também seria escrava, teria que cumprir o período de servidão.

Essa foi a primeira lei que Deus deu aos israelitas após o pronunciamento dos Dez Mandamentos (Êx 20). Se você ler atentamente esse texto (Êx 21:1-11), vai notar a constante repetição de um verbo: “sair”. Esse é o mesmo verbo utilizado para falar da “saída” (Êxodo) dos israelitas. Em outras palavras, o Legislador de Israel, Yahweh, estava dizendo: vocês tiveram um êxodo como escravos, agora seus servos também devem ter um.

Conclusão

      Quando convocado a deixar os israelitas saírem do Egito, faraó respondeu prepotentemente: “Quem é o Senhor para eu Lhe ouça a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel” (Êx 5:2). Sendo assim, Yahweh fez questão de se revelar a ele mostrando a impotência da religião egípcia. Diversos textos egípcios falam do “braço forte” de faraó, mas ironicamente o Deus hebreu usa essa expressão para falar do Seu poder. Por meio de um simples cajado de pastor Ele fez Seus grandes atos na terra do Egito, não com os cetros carregados de simbolismo e poderes mágicos usados pelo faraó. Nessa guerra entre Deus e um rei com complexo de divindade, faraó finalmente descobriu quem era Yahweh.

       Numa era marcada pela mesma arrogância faraônica diante da existência de Deus, a história da libertação dos israelitas do Egito é um constante lembrete para nossa geração do perigo da exaltação do poder e da capacidade humanos. Ao invés de “Deuses e Reis”, a história bíblica é entre um Deus e um rei arrogante. Verseginassi diz ser grato aos israelitas pelas grandes histórias e pelos filmes. Creio que a história do Êxodo nos oferece algo mais importante para sermos gratos. Ela nos lembra da inutilidade do orgulho humano diante de um Ser mais poderoso.

(Luiz Gustavo Assis é teólogo e mestrando em Arqueologia Bíblica e do Oriente Médio na Trinity International University)

Via: Criacionismo.com

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Cópia mais antiga do Evangelho é encontrada em múmia

       Cientistas encontraram a cópia mais antiga de um Evangelho dentro de uma tumba egípcia. O fragmento em papiro do Evangelho de Marcos fazia parte da máscara de uma múmia e foi achada três anos atrás. Porém, somente agora conseguiram comprovar que é autêntico. Trata-se de uma dentre as centenas de documentos analisadas pela equipe de Craig Evans, doutor em Estudos Bíblicos, ligado à Universidade Evangelista de Acadia, no Canadá.
       O grupo comandado por Evans reúne mais de 30 especialistas. Oficialmente, este é o manuscrito do Novo Testamento mais antigo de que se tem conhecimento. Testes indicam que ele foi escrito entre o ano 80 e 90 d.C. Até recentemente, as cópias mais antigas eram do segundo século depois de Cristo. A datação do material é realizada utilizando-se o isótopo carbono-14.
        O papiro era um material muito caro na época e alguém reutilizou o material na confecção da máscara funerária provavelmente sem saber do que se tratava. Segundo a tradição, o evangelista Marcos escreveu seu evangelho em Roma, seguindo o relato do apóstolo Pedro.
       Como essa cópia chegou ao Egito? “No antigo Império Romano, o correio tinha a mesma velocidade de hoje em dia. Uma carta escrita em Roma poderia chegar a um destinatário no Egito poucas semanas depois. Marcos escreveu seu evangelho no final da década de 60 d.C. Logo, seria possível encontrar uma cópia dele no Egito 20 anos depois”, esclarece Evans. O especialista relata inda que as máscaras funerárias de papiro eram comuns entre a população mais pobre, nada tendo a ver com as luxuosas máscaras de ouro dos faraós. Usando uma técnica delicada, eles eliminam as camadas de tinta, dissolvem a tinta para então ler o conteúdo do material, mesmo após milhares de anos.
      “Estamos recuperando vários documentos antigos, do primeiro, do segundo e do terceiro século depois de Cristo. Não apenas documentos bíblicos. Há também textos gregos clássicos ou cartas pessoais”asseverou ele ao site LiveScience. O que diz o trecho recuperado somente será revelado quando todas as descobertas forem publicadas em uma revista especializada, o que deve ocorrer nos próximos meses.
       Um dos principais debates entre os especialistas é que o fragmento poderá mostrar se houve algum tipo de alteração nos fragmentos do Evangelho de Marcos datados de séculos posteriores. Como papiro dura muito tempo, os cientistas acreditam que “um escriba podia fazer uma cópia de um texto no terceiro século tendo à sua disposição (os) originais do primeiro século, ou cópias do primeiro século, ou ainda cópias do segundo século”.
Comentário de Luiz Gustavo Assis, ao Site CriacionismoHá uns três anos, outro estudioso do Novo Testamento, Daniel Wallace, já havia mencionado a existência desse manuscrito. Ele de certa forma é revolucionário, já que o fragmento mais antigo do Novo Testamento era o chamado P52, Papiro Johns Rylands, contendo alguns versos do capítulo 18 de João, produzido aproximadamente em 125 d.C. Há uma discussão envolvendo um fragmento encontrado em Khirbet Qumran, o local onde os Manuscritos do Mar Morto foram encontrados. O 7Q5, como ele é chamado, estaria aparentemente relacionado com o evangelho de Marcos capítulo 7, e sendo que a comunidade que ali morava foi destruída no começo dos anos 60, o livro de Marcos teria de ter sido escrito na década de 50. Mas essa opinião está longe de ser dogmática. Esse novo manuscrito recentemente anunciado é inquestionavelmente do primeiro século d.C. Se a tradição estiver correta ao afirmar que esse evangelho foi escrito em Roma por João Marcos, o fato de ele ter sido encontrado no Egito é sugestivo. Sugere que o cristianismo, de fato, estava se espalhando pelo Oriente em um curto período de tempo e numa época em que testemunhas oculares dos eventos ali narrados ainda estavam vivas. Um dos acadêmicos que estão trabalhando no estudo desse manuscrito e de outros ali encontrados é Craig Evans, da Acadia Divinity College, no Canadá. Ele é um dos entrevistados por Lee Strobel, no livro Em Defesa de Cristo.

Cristofobia


Por Reinaldo Azevedo.

Cristofobia, que mata 100 mil cristãos por ano, ataca quatro igrejas e uma escola brasileiras no Níger. E o que dizem os tais “intelectuais”? Ora, nada!
       
“No ano passado — portanto, em 2012 —, pelo menos 105 mil pessoas foram assassinadas no mundo por um único motivo: eram cristãs. O número foi anunciado pelo sociólogo Maximo Introvigne, coordenador do Observatório de Liberdade Religiosa, da Itália. E, como é sabido, isso não gerou indignação, protestos, nada. Segundo a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), 75% dos ataques motivados por intolerância religiosa têm como alvos os… cristãos. Mundo afora, no entanto, o tema quente, o tema da hora — e não é diferente na imprensa brasileira —, é a chamada ‘islamofobia’”.
No dia 16 de agosto de 2013, escrevi aqui no meu blog um post cujo primeiro parágrafo dizia o seguinte:
     
        Pois é… Logo depois dos ataques facinorosos ocorridos em Paris, teve início o debate sobre a, quem diria?, “islamofobia”. E, é evidente, não foi diferente nas terras brasileiras. Que coisa! Leandro Colon informa na Folha que duas igrejas protestantes brasileiras, presbiterianas, foram atacadas no Níger, no Norte da África, em manifestações de protesto contra a publicação da charge de Maomé pelo jorna francês “Charlie Hebdo”. Outras duas igrejas protestantes e uma escola, também comandadas por brasileiros, foram atacadas. As agressões aconteceram em Niamey, capital do país. Dez cristãos já foram assassinados no Níger desde sexta-feira, e 20 templos, depredados. “Estou em estado de choque. Moro aqui desde 2009; na África, há 14 anos, e nunca vi algo parecido. A relação com os muçulmanos sempre foi tranquila. Só pode ser coisa do satanás”, afirmou o pastor Roberto Gomes, que pertence à Igreja Presbiteriana Viva, com sede em Volta Redonda, no Estado do Rio.

       Pois é… O satanás não tem nada a ver com isso. A ação é fruto de milícias islâmicas, que se espalham mundo afora e que respondem, reitero, pelo assassinato, a cada ano, de 100 mil cristãos. Critiquei aqui na semana passada a fala ambígua do papa Francisco sobre os ataques terroristas em Paris. Tanto eu estava certo que o próprio Vaticano veio a público para, mais uma vez, botar os devidos pingos nos is e esclarecer o que, afinal de contas, o Sumo Pontífice quis dizer. A imprensa ocidental e a própria Igreja Católica, como instituição, são omissas a respeito da perseguição a que são submetidos os cristãos mundo afora. Ora, o que presbiterianos, católicos e outras denominações cristãs têm a ver com as charges do “Charlie Hebdo”? Resposta: nada! Também eles são alvos das críticas da publicação. A verdade é que as democracias ocidentais combatem uma “islamofobia” que não existe e são omissas a respeito de uma “cristofobia” que é real.

        Imaginem se 100 mil muçulmanos morressem todo ano, vítimas de milícias cristãs… O mundo talvez já estivesse em chamas. Como são apenas cristãos morrendo, ninguém dá bola. A impostura já foi denunciada mundo agora pela ativista somali Ayaan Hirsi Ali, que hoje mora na Holanda. Em Darfur, no Sudão, estimam-se em 400 mil os mortos por milícias islâmicas desde 2003. Depois de aterrorizar a Nigéria, o grupo terrorista Boko Haram agora ataca o norte de Camarões. Dezenas de pessoas foram assassinadas, e há pelo menos 80 sequestradas — 50 são crianças.
Mas, como já apontou Ayaan Hirsi Ali, os intelectuais europeus não se interessam pela morte de cristãos nem buscam combater a cristofobia. Estão ocupados demais com a tal “islamofobia”.
Reinaldo de Azevedo, colunista da VEJA

Nota do Blog: Essa é uma grande verdade dita pelo jornalista Reinaldo Azevedo. Quando o traficante internacional de drogas Marco Archer não recebeu clemência na Indonésia, as pessoas ficaram indignadas, a presidente chamou o embaixador e criticou o sistema penal do país. Mas quando a situação envolve cristãos perseguidos na Coréia do Norte, Irã, Arábia Saudita, ou a situação do Pastor Saeed Abedini, preso simplesmente por pregar o evangelho, nada é feito por essas mesmas autoridades. Ninguém se revolta, ninguém se manifesta. Graças á Deus que temos um que com seus olhos como chama de fogo está vendo toda a injustiça na terra. Os grandes mártires podem passar desapercebidos pelas autoridades mundiais, porém, eles jamais serão esquecidos pelo Soberano Deus Criador que os receberá de braços abertos para desfrutarem da Vida Eterna.


Paz á todos que estão em Cristo Jesus
Prof. Saulo Nogueira