quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Embriologia e o design inteligente (parte 1)

(Espermatozoide fecundando o óvulo. Ilustração: koya979 / Shutterstock.com)
A notícia chegou de uma forma meio inusitada. Minha esposa e eu, após cinco anos, decidimos que já estava na hora de termos outro bebê. Agora que a nossa filha mais velha já tem mais autonomia e liberdade para fazer certos tipos de coisas, resolvemos dá à ela um irmãozinho(a). Minha esposa parou de tomar o anticoncepcional e, mais ou menos 40 dias depois fomos à médica para que ela passasse os exames necessários para sabermos se estava tudo bem. Mas para nossa surpresa, minha esposa já estava grávida de seis semanas. Pelas contas, ela teria engravidado já na primeira semana após a última menstruação. Já no primeiro ultrassom, foi possível ver o “saco vitelino” e aquele pequeno ser nas suas primeiras fases de desenvolvimento embrionário. Aproveitando a oportunidade, tive a ideia de fazer algumas postagens analisando a complexidade de cada fase de gestação, a interação mamãe-bebê e os processos de desenvolvimento semanalmente, demonstrando e extrema complexidade da gestação e a impossibilidade de uma explicação naturalista.

Fecundação

Após o ato sexual, milhões de espermatozoides “nadam” em direção ao útero. Essas células reprodutoras são produzidas nos testículos, que são verdadeiros mestres da produção em massa, cuspindo espermatozoides a uma taxa de 200 milhões por dia, numa prefeita linha de montagem. [1] Assim que o espermatozoide entra em contato com o corpo da mulher, começa toda a “magia”. A vagina é revestida por epitélio estratificado pavimentoso, cujas células produzem glicogênio usado para fermentação pelos Lactobacillus acidophilus (bacilos de Döderlein), liberando ácido lático. Isso confere ao meio vaginal um pH ácido, que impede a proliferação da maioria dos micro-organismos patogênicos. Acontece que o pH do sêmen está entre 7,0 e 8,3 e ao entrar em contato com a vagina, ocorreria a morte instantânea dos gametas. Com o pH alcalino do sêmen, o pH da vagina passa, em 10 segundos, de 3,5 para 7,2, permitindo a sobrevivência dos espermatozoides [2]. Essa mudança é indispensável para que os espermatozoides não morram ao entrar em contato com a mucosa vaginal. Isso ocorre, porque os espermatozoides são depositados durante a ejaculação no meio vaginal, protegidos pelo líquido seminal e não isolados. O líquido seminal, inicialmente “coagulado” é lentamente diluído pela acidez vaginal e seus componentes alcalinos funcionam como um tampão. Ao líquido seminal se associa a ação alcalinizante (básica, oposto de ácido) das secreções vaginais que surgem durante a excitação sexual, bloqueando a acidez vaginal em segundos e mantendo o pH adequado à sobrevida espermática por entre 6 e 16 horas [3]. O interessante é que se não ocorresse essa mudança de pH a nova vida já seria eliminada logo no início.

Dos cerca de 300 milhões de espermatozoides eliminados na ejaculação, apenas cerca de 300 atingem a tuba uterina, e somente um fecunda o Ovócito.  A ovulação ocorre através da pressão exercida pelo folículo maduro na superfície do ovário fazendo com que se inicie uma isquemia o que contribui para o enfraquecimento dos tecidos, facilitando a saída do ovócito. Esse ovócito, se desprende do ovário e segue em direção ao útero, impulsionado pelas contrações da tuba uterina e pelos movimentos ciliares do seu epitélio. A presença do ovócito é fundamental na aquisição, antes da fertilização, de propriedades funcionais por parte do espermatozoide, e também imprescindível para a ativação do metabolismo celular do ovócito, o qual será encarregado de conduzir o desenvolvimento durante os primeiros momentos após a fecundação. Como resultado da fecundação, dois padrões serão definidos em princípio: o complemento cromossômico diploide (2n) e o sexo cromossômico (XX, fêmea, e XY, macho). Os espermatozoides só conseguem encontrar o ovócito porque são atraídos por uma substância liberada pelas células foliculares. [4]

Quando o espermatozoide encontra com o ovócito, ele se depara com uma grande “barreira” que impede que ele penetre no óvulo: a corona radiata, um grupo de células foliculares que envolvem o ovócito. Acredita-se que a enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do espermatozoide, é responsável pela dispersão das células foliculares da corona radiata. Mas não é só isso que facilita a passagem:  os movimentos da cauda do espermatozoide junto às enzimas da mucosa tubária também contribuem bastante. Além de estruturas semelhantes a “arpões”, pequenos filamentos que existem para ajudar o espermatozoide a se fixar na parede do óvulo e fecundá-lo. [5] Algumas das glicoproteínas presentes nesta zona são receptores específicos da espécie no momento da fertilização. Ou seja, somente espermatozoide humano consegue fecundar óvulo humano.

Após passar pela corona radiata e ao atingir a zona pelúcida, o espermatozoide sofre alterações formando a membrana de fecundação, que impede a penetração de outros espermatozoides no ovócito [6]. Ou seja, somente um consegue atingir seu objetivo. Isso ocorre devido à uma reação química que causa um bloqueio à polispermia.




O óvulo humano normalmente é fertilizado na ampola da tuba uterina e sua segmentação ocorre à medida que ele se desloca passivamente na direção do útero. Após a entrada do espermatozoide, o ovócito secundário termina sua divisão meiótica, formando um óvulo maduro. Começa então uma complexa sequência de eventos moleculares coordenados que se inicia com o contato entre um espermatozoide e um ovócito e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos, resultando no zigoto, um embrião unicelular. 

      Todo esse processo dura cerca de 24 horas. Já nesse início de formação, as interações devem ser perfeitas, pois quaisquer alterações ocorridas em qualquer estágio dessa sequência, podem causar a morte do zigoto. Esse zigoto, (com 46 cromossomos) é formado da união das duas células. Seus núcleos perdem as membranas e se fundem, dando origem ao início da vida humana. Após a formação do zigoto, começa o processo de sucessivas divisões mitóticas, que resultam em um rápido aumento de células. O zigoto primeiramente se divide em duas células, chamadas de blastômeros, e estes se dividem em quatro blastômeros, estes quatro se dividem em oito e assim sucessivamente. Estas divisões ocorrem enquanto o zigoto atravessa a tuba uterina, em direção ao útero, e geralmente iniciam 30 horas após a fertilização. As repetidas divisões formam uma esfera compacta de células, denominada mórula.

Aproximadamente quatro dias após a fertilização, a mórula penetra no útero e, nesse estágio, surgem espaços entre os blastômeros que são preenchidos por líquidos provenientes da cavidade uterina. Com o aumento de líquido, as células são divididas em duas camadas, uma camada interna (ou embrioblasto) e uma camada externa (ou trofoblasto). Logo os espaços se fundem, e dão origem a uma só cavidade, denominada cavidade blastocística. A partir deste momento, o concepto passa a ser chamado de blastocisto.

O blastocisto permanece livre na cavidade uterina por apenas um ou dois dias, após os quais ele se implantará na parede do útero por ser envolvido pela secreção das glândulas endometriais. Na fase de blastocisto, a zona pelúcida se desfaz, permitindo que as células do trofoblasto, que têm o poder de invadir as mucosas, entrem em contato direto com o endométrio, ao qual se aderem. Ele emite substâncias químicas que debilitam o sistema imunológico da mulher dentro do útero para que este pequeno corpo estranho não seja rejeitado pelo corpo da mãe. Na realidade, é a existência de uma intensa comunicação materno-embrionária que, ao conduzir ao aumento da produção de progesterona na mãe para garantir a manutenção da gestação, também impede a rejeição do blastocisto no exato momento da nidação. Após a nidação, começa a multiplicação intensa das células do trofoblasto que vão assegurar a nutrição do embrião à custa do endométrio. 

As células do trofoblasto produzem enzimas que digerem localmente o endométrio, onde ele se fixa promovendo a implantação ou nidação do embrião no interior da mucosa uterina. A implantação inicia-se por volta do sexto dia e, aproximadamente no nono dia após a fertilização, o embrião se encontra totalmente mergulhado no endométrio, do qual receberá proteção e nutrição até o fim da gravidez [7].

Por volta do décimo dia, estágio em que o embrião já está totalmente implantado no endométrio surge uma grande cavidade envolvendo o âmnio e o saco vitelino primitivo, denominada celoma extraembrionário. O saco vitelino primitivo diminui de tamanho, e surge o saco vitelino secundário, que desempenha importante papel na transferência seletiva do líquido nutritivo para o disco embrionário. Por volta do 14° dia, o embrião ainda apresenta a forma de um disco bi laminar, e células hipoblásticas, formam uma área espessa circular, denominada placa pré-cordal, que indica o futuro local da boca, a região cranial do embrião. Enquanto todo esse processo está ocorrendo dentro do corpo da mãe, provavelmente ela ainda nem saiba que dentro do seu útero já está sendo formado um novo ser.

Esses são os primeiros dias gestacionais, marcado por reações químicas e interações que necessitam de uma interdependência mútua e perfeita. A complexidade irredutível de cada uma dessas fases, faz nos pensar como seria possível que todos esses processos fossem resultado de uma evolução cega e ao acaso. Até que esses mecanismos bioquímicos evoluíssem, como os seres humanos sobreviveram? Para que a evolução fosse crível, todas essas interações teriam que ter evoluído simultaneamente, de forma que a transição ainda fosse funcional. Por isso que eu não tenho fé para ser evolucionista, pois diante de nós está uma das mais marcantes provas de um designer inteligente.

 Na próxima postagem, daremos continuidade a essa maravilhosa viagem pelos processos gestacionais e a demonstração da perfeição e da complexidade de todo o processo, onde falaremos um pouco sobre a gastrulação e o início da morfogênese.

Prof. Saulo Nogueira

Colaborou nesse artigo: Everton Fernando Alves - Enfermeiro - Mestre em Ciências da Saúde pela UEM. 


Esse vídeo resume muito bem essa primeira fase:




quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A fraude dos embriões de Haeckel

     Ernst Haeckel, um zoólogo alemão e forte defensor do darwinismo, propôs novas noções de descendência evolutiva dos seres humanos para a sua época.[1]Haeckel usou seus desenhos falsificados para apoiar não só a teoria da evolução, mas também sua própria “teoria da recapitulação”, segundo a qual os embriões passam pelos estágios adultos de seus ancestrais no processo de desenvolvimento. Nas palavras de Haeckel, a “ontogenia [desenvolvimento] recapitula a filogenia [evolução]”. Em outras palavras, isso significa que os estágios adultos de antepassados ​​seriam repetidos durante o desenvolvimento dos descendentes. A versão de Haeckel, com uma visão verdadeiramente evolucionista, foi inspirada em A Origem das Espécies (1859), de Charles Darwin, traduzido para o alemão em 1860.[2]
Haeckel postulou a teoria da recapitulação, a qual se tornou conhecida como a “lei biogenética”. O curioso em relação a essa lei reside no fato de que 38 anos antes da publicação de Haeckel, o anti-evolucionista e embriologista Karl Ernst von Baer publicou sua obra (1828), que foi ignorada por Haeckel.[3] Sua quarta lei dizia: “Os primeiros estágios no desenvolvimento de um animal não são como os estágios adultos de outros animais inferiores na escala, mas são como as primeiras fases daqueles animais.”[4: p.40, 52] Assim, vemos que a pressão exercida pela teoria evolutiva sobre a teoria de Haeckel fez com ela prevalecesse sobre a de von Baer.

     Darwin, é claro, também acreditava na recapitulação. Ele escreveu em A Origem das Espécies que a evidência embrionária parecia mostrar que “os embriões das mais distintas espécies pertencentes à mesma classe são mais aproximadamente similares, mas se tornam, quando plenamente desenvolvidos, amplamente dissimilares”, um padrão que “revela a comunidade da descendência”.[5: p. 386-96; 6: p. 79] Ele pensou que os embriões em seu estágio inicial “nos mostram, mais ou menos completamente, a condição do progenitor de todo o grupo no seu estado adulto”.[7: p. 395] Dito de outra forma, Darwin acreditava que a semelhança de embriões de vertebrados nos seus estágios iniciais revelava sua suposta ancestralidade comum.

     Devido ao fato de não ser embriologista, Darwin se apoiou no trabalho de alguns biólogos. Ele citou, por exemplo, von Baer acerca da suposta ideia de que os embriões são mais parecidos em suas primeiras fases: “Os embriões de mamíferos, de aves, lagartos e cobras, provavelmente também de chelonia [tartarugas], estão em seus estados primários extremamente semelhantes entre si, ambos como um todo e no modo de desenvolvimento de suas partes; tanto, de fato, que muitas vezes podemos distinguir os embriões apenas pelo seu tamanho.”[8: p. 387-8] Entretanto, essa citação está totalmente fora de seu contexto original, visto que von Baer minimizava em seus textos a similaridade desses animais durante a ontogenia. Nesse sentido, é possível perceber que a recapitulação defendida por Darwin e Haeckel foi uma tentativa de aplicar a semelhança embrionária (homologia) em apoio da descendência comum. Apesar da falta de consistência da lei biogenética, e das muitas críticas fundamentadas de muitos renomados embriologistas contra essa suposta teoria, ela se popularizou, pois era muito atraente para os evolucionistas.

     Em seu livro Natürliche Schöpfungs-geschichte (A História Natural da Criação), publicado em alemão em 1868[9] e em inglês em 1876,[10] Haeckel usou uma série de desenhos que sustentavam sua teoria. Dentre esses desenhos estava um do 25º dia de um embrião de cachorro que tinha sido anteriormente publicado por T. L. W. Bischoff, em 1845, e um desenho da 4ª semana de um embrião humano, publicado em 1851-59 por A. Ecker.[11] Se não bastasse, Haeckel havia somado 3,5 mm ao desenho da cabeça do embrião de cachorro, desenhado por Bishoff, e subtraído 2 mm do desenho da cabeça do embrião humano desenhado por Ecker, dobrou a duração do posterior humano e alterou substancialmente os detalhes do olho humano.


     Em 1874, os desenhos de embriões de Haeckel foram provados falsos pelo famoso embriologista comparativo e professor de anatomia na Universidade de Leipzig, Wilhelm His.[11] Ele havia visto que os desenhos de Haeckel omitiam completamente os estágios iniciais, que são muito diferentes, e começava em um ponto, na metade do caminho do desenvolvimento, em que são mais similares. Em 1910, por sua vez, o jornal New York Times publicou uma reportagem que expôs a fraude de Haeckel e a popularizou.[12] Daí em diante, diversos cientistas criticaram tanto a teoria quanto os desenhos de Haeckel. Em 1976, o embriologista William Ballard escreveu que é “somente com o uso de truques semânticos e seleção subjetiva da evidência”, ao “dobrar os fatos da natureza”, que alguém pode argumentar que os estágios iniciais dos vertebrados são mais semelhantes que seus adultos.[13] Embora os desenhos de Haeckel tivessem sido denunciados como fraude pelos seus contemporâneos, e ele próprio tivesse confessado que uma pequena porcentagem de seus desenhos eram falsificações e, diante disso, condenado por um tribunal universitário (Universidade de Jena),[14] os livros didáticos de Biologia os usaram, ou as suas versões redesenhadas, ao longo do século 20, para convencer os estudantes de que os humanos partilham um ancestral comum com os peixes.
                                                                                                 
     Então, em 1997, uma publicação científica de autoria do embriologista Michael Richardson e colaboradores trouxe novamente à tona o trabalho meticuloso e fraudulento de Haeckel ao comprovar cientificamente a falsificação por meio da comparação de fotos reais dos embriões vertebrados com os desenhos de Haeckel.[15]  Em uma entrevista publicada na revista Science, o autor descreveu esse episódio como “uma das mais famosas fraudes em Biologia”.[16] Em 2000, o paleontólogo evolucionista de Harvard, Stephen Jay Gould, chamou os desenhos de Haeckel de “fraudulentos” e escreveu que os biólogos deveriam “ficar atônitos e envergonhados pelo século de reciclagem estúpida que resultou na persistência desses desenhos num grande número, se não na maioria dos livros didáticos modernos”.[17: p. 45] Apesar de toda essa exposição negativa, também no século 21 essa fraude continuou sendo compartilhada em seus livros didáticos.[18-20] Até recentemente, de igual modo, o Science Museum, em sua página virtual, resistia em retirar os desenhos de Haeckel.[21] A seguinte frase acompanhava os diagramas: “Parece que um eficiente processo de elaborar o plano corporal surgiu há milhões de anos, e permaneceu virtualmente inalterado através da evolução animal.”

     Então, em 2006, devido à pressão da Truth in Science (organização inglesa que apoia o design inteligente), enfim, o museu alterou o texto (retirou o termo “virtualmente”), e substituiu os desenhos de Haeckel por uma fotografia daquilo que parece ser um embrião. No entanto, na opinião da Truth in Science, eles deveriam sustentar o novo texto com fotografias atuais de embriões, de humanos e de ratos, na mesma fase de desenvolvimento, permitindo aos visitantes avaliar por eles mesmos as semelhanças e diferenças.[22]

     Atualmente, já se sabe que embriões de diferentes grupos de vertebrados não possuem semelhanças em suas fases iniciais de desenvolvimento.[23] Ok, isso está esclarecido! Mas como disse o biólogo evolutivo Walter Bock: “A lei biogenética tornou-se tão profundamente enraizada no pensamento biológico que não pode ser eliminada, apesar de ter sido demonstrado estar errada por numerosos estudiosos subsequentes.”[24] De fato, essa afirmação é suportada por evidências recentes. Uma versão moderna da recapitulação escrita por Jerry Coyne, por exemplo, alega que embriões “se parecem com as formas embrionárias de seus ancestrais”.[6: p. 78] Porém, uma vez que os embriões fósseis são extremamente raros,[25] essa alegação é mais uma especulação acerca da suposta ancestralidade comum baseada na suposição de veracidade da teoria de Darwin. É lamentável, mas o conto continua vivo!

(Everton Fernando Alves é enfermeiro e mestre em Ciências da Saúde pela UEM; seu e-book pode ser lido aqui)

Referências:[1] Robinson G. Ernst Haeckel. [Jul. 2014]. Encyclopaedia Britannica. Disponível em:http://global.britannica.com/EBchecked/topic/251305/Ernst-Haeckel

[2] Desmond A, Moore J. Darwin: The Life of a Tormented Evolutionist. United Kingdom: W. W. Norton & Company, 1991.

[3] Kischer CW. “The Final Corruption of Human Embryology.” [Fev. 2007] Lifeissues.net, 2007. Disponível em: http://www.lifeissues.net/writers/kisc/kisc_28corruption.html

[4] De Beer, Sir Gavin. Embryos and Ancestors. 3 ed., Londres: Oxford University Press, 1962.

[5] Darwin CR. The origin of species by means of natural selection, or the preservation of favoured races in the struggle for life. 6th edition. London: John Murray, 1872; with additions and corrections. Disponível em: http://darwin-online.org.uk/content/frameset?viewtype=side&itemID=F391&pageseq=415

[6] Coyne JA. Why Evolution Is True. New York: Viking Adult, 2009.

[7] Capítulo XIV: “Mutual Affinities of Organic Beings: Morphology - Embryology - Rudimentary Organs, Development and Embriology”, p. 395. In: Darwin CR. The origin of species by means of natural selection, or the preservation of favoured races in the struggle for life. 6th edition. London: John Murray, 1872; with additions and corrections. Disponível em: http://darwin-online.org.uk/content/frameset?pageseq=423&itemID=F391&viewtype=side

[8] Capítulo XIV: “Mutual Affinities of Organic Beings: Morphology - Embryology - Rudimentary Organs, Development and Embriology”, p. 387, 388. In: Darwin CR. The origin of species by means of natural selection, or the preservation of favoured races in the struggle for life. 6th edition. London: John Murray, 1872; with additions and corrections. Disponível em: http://darwin-online.org.uk/content/frameset?viewtype=side&itemID=F391&pageseq=415

[9] Haeckel E. Natürliche Schöpfungs-geschichte. Berlin:George Reimer, 1868; os desenhos podem ser vistos na página 240. Disponível em: https://archive.org/stream/natrlichesch1868haec#page/260/mode/2up

[10] Haeckel E. The History of Creation, or, the development of the earth and its inhabitants by the action of natural causes. New York: D. Appleton and Co, 1876, two volumes. Disponível em: http://catalog.hathitrust.org/Record/009549162

[11] Grigg R. “Ernst Haeckel: Evangelist for evolution and apostle of deceit.” Journal of Creation 1996; 18(2):33-36.

[12] “Accused of Fraud, Haeckel Leaves the Church.” [Nov. 1910]. The New York Times, 1910, Part V, p. 11. Disponível em: http://query.nytimes.com/mem/archive-free/pdf?_r=1&res=9A0DE6DF153BE733A25754C2A9679D946196D6CF&oref=slogin

[13] Wells J. “Survival of the Fakest.” American Spectator 2000; 33(10):18-26. Disponível em: http://www.unz.org/Pub/AmSpectator-2000dec-00018?View=PDF

[14] Ferrel V. “The Evolution Cruncher.” Altamont, TN: Evolution Facts, Inc., 2001.

[15] Richardson MK.  Hanken J, Gooneratne ML, Pieau C, Raynaud A,  Selwood L,  Wright et GM. “There is no highly conserved embryonic stage in the vertebrates: implications for current theories of evolution and development.” Anatomy and Embryology 1997; 196(2):91-106.

[16] Pennisi E. “Haeckel’s Embryos: Fraud Rediscovered.” Science. 1997; 277 (5331):1435.

[17] Gould SJ. “Abscheulich! Atrocious!” Natural History 2000; p. 42-49.

[18] Raven P, Johnson GB, Mason KA, Losos JB, Singer SS. Biology. 9 ed., New York: McGraw-Hill, 2011.

[19] Mader S. Inquiry Into Life. 13 ed., New York: McGraw-Hill, 2011.

[20] Prothero DR. Bringing Fossils to Life: An Introduction to Paleobiology. 3 ed., New York: Columbia University Press, 2013.

[21] Science Museum. Seção “Who am I?”, Londres, 2015. Disponível em:http://www.sciencemuseum.org.uk/on-line/lifecycle/24.asp

[22] “Science Museum takes down fake pictures.” [Dez. 2006]. Truth in Science, 2003. Disponível em: http://www.truthinscience.org.uk/tis2/index.php/news-blog-mainmenu-63/215-pictures-down.html

[23] Bininda-Emonds ORJeffery JERichardson MK. “Inverting the hourglass: quantitative evidence against the phylotypic stage in vertebrate development.” Proc Biol Sci. 2003; 270(1513):341-6.

[24] Bock WJ. “Evolution by Orderly Law.” Science. 1969; 164(3880):684-685.

[25] Morris SC. “Fossil Embryos.” p. 703-711. In: Stern CD (ed.). Gastrulation: From Cells to Embryos. Cold Spring Harbor, NY: Cold Spring Harbor Laboratory Press, 2004.


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Por que Jesus Cristo não disse claramente: "Eu sou Deus"?

     
     Essa semana, assisti um vídeo onde um Muçulmano tenta humilhar uma católica, dizendo à ela, que os muçulmanos seguem mais à Jesus do que os próprios cristãos, apresentando versículos descontextualizados para "provar" que Jesus não é Deus e nunca pretendeu ser. A pergunta da jovem foi a seguinte: "se eu sou católica, então eu vou para o inferno?" A resposta dele, saindo pela tangente foi: "De acordo com o que penso, se você for uma boa cristã. Se você realmente segue os ensinamentos de Jesus [...] Você irá para o céu". Um líder islâmico dizendo isso pode parecer estranho, ou até blasfêmia! Mas se você continuar vendo o vídeo, irá perceber que para ser um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo, na visão do muçulmano, você dever ser tornar um muçulmano. Isso mesmo! Um verdadeiro cristão, necessariamente deveria seguir os ensinamentos de Jesus e isso inclui se tornar um adepto do Islã! Ele argumenta que a igreja transformou Jesus em um ser divino e, segundo ele, não existe base Bíblica para defender a divindade do Senhor Jesus. Argumenta também que Ele jamais disse claramente ser Deus ou pretendeu que a Igreja assim interpretasse Suas palavras. E completou dizendo que se mostrassem à ele algum versículo inequívoco que provasse que Jesus afirmou ser Deus, ele se converteria ao cristianismo. 

     Mas será que ele está certo? Será que os primeiros discípulos interpretaram incorretamente as Palavras do Mestre e podemos jogar no lixo dois mil anos de Teologia cristã. Ou existe base bíblica para defendermos a divindade de Jesus? A intenção desse artigo não é fazer uma defesa exaustiva da divindade de Jesus, presente em toda Escritura, mas utilizar somente textos com as próprias Palavras de Cristo. Nesse artigo não vou refutar os versículos utilizados pelo muçulmano, pois senão a postagem ficará gigantesca, porém aos poucos todas as passagens descontextualizadas citadas por esse senhor serão refutadas em artigos posteriores. 

      Antes de continuar, é interessante pontuarmos o que realmente pensa o Islã em relação à Jesus (Issa). De fato, o islamismo professa grande respeito por Cristo. Muitos muçulmanos afirmam que Cristo é um dos mais poderosos profetas que precederam o maior profeta, Maomé. Admiram Cristo, mas não o adoram. Os muçulmanos acreditam que o único pecado imperdoável é associar alguém ou qualquer coisa com o Todo-poderoso. Portanto, a própria ideia da encarnação é anátema. Pensam que os cristãos pegaram um homem e o fizeram Deus [1]. Como diz Anderson: "Acham extremamente difícil perceber que o movimento no cristianismo não é para cima mas para baixo: não exaltando um homem e comparando-o com Deus, mas adorando um Deus que tornou-se homem”.[2]

"[...] O santo Alcorão fala de outra grande tribulação na forma da doutrina cristã relativa à divindade de Cristo. Nos mais fortes termos, o livro denuncia esta doutrina como a maior de todas as tribulações para a humanidade. [...] Por causa dela os céus podem quase ser rasgados, e a terra fendida, e as montanhas caírem em pedaços, e ainda por cima atribuem um filho para o beneficente! Assim a doutrina da divindade de Jesus, de acordo com o Alcorão, não pode ser designada a Cristo mas ao anticristo".[3] (grifo meu)

      Bom, mas ao contrário do que esse Senhor disse e, contrariando o título da minha postagem, Jesus disse sim, claramente que ele era Deus. Isso mesmo! Existem versículos inequívocos que relatam as falas de Jesus, assumindo a Sua divindade. Talvez não seja tão explícita para aqueles que desconsideram a exegese das passagens. Mas os Fariseus entenderam muita bem essa "blasfêmia". No Evangelho de João, lemos: 
"Respondeu Jesus: "Se glorifico a mim mesmo, a minha glória nada significa. Meu Pai, que vocês dizem ser o Deus de vocês, é quem me glorifica. Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se eu dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vocês, mas eu de fato o conheço e guardo a sua palavra. Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se". Disseram-lhe os judeus: "Você ainda não tem cinqüenta anos, e viu Abraão? "Respondeu Jesus: "Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou! "Então eles apanharam pedras para apedrejá-lo, mas Jesus escondeu-se e saiu do templo". (João 8:54-59) (grifo meu)
     Eu não consigo ver uma declaração mais explícita de divindade do que essa! E os Judeus entenderam muito bem o que Ele quis dizer, pois quiseram apedrejá-lo, de acordo com a Lei de Moisés (Levítico 24:16). A referência à Eu Sou no Antigo Testamento nos remete ao próprio Deus de Israel, o Senhor Javé, quando se apresenta a Moisés, na sarça: "Disse Deus a Moisés: "Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês". (Êxodo 3:14). (grifo meu). 

"Mas ele continuou: "Vocês são daqui de baixo; eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo; eu não sou deste mundo. Eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados. Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados". (João 8:23,24)

"Então Jesus disse: "Quando vocês levantarem o Filho do homem, saberão que Eu Sou, e que nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou." (João 8:28)

     Os ensinamentos de Jesus estão repletos de declarações Eu Sou, o que define claramente sua identificação como Javé (YHWH). 

      No Evangelho de Marcos, que segundo alguns especialistas, seria o mais antigo dos Evangelhos, nos traz a seguinte declaração de Jesus:
"Mas Jesus permaneceu em silêncio e nada respondeu. Outra vez o sumo sacerdote lhe perguntou: "Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito? "Sou", disse Jesus. "E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso vindo com as nuvens do céu". O sumo sacerdote, rasgando as próprias vestes, perguntou: "Por que precisamos de mais testemunhas? Vocês ouviram a blasfêmia. Que acham?" Todos o julgaram digno de morte. (Marcos 14:61-64)
       Porque será que o Sumo sacerdote ficou tão indignado com a declaração de Jesus? Só por que ele disse que era filho do Deus Bendito e filho do Homem? Talvez para um leitor que não se aprofundou no conhecimento bíblico, pode parecer uma declaração sem sentido. Mas para conhecedores profundos da Torá, como os Judeus, Jesus disse algo impensável para um homem: disse ser o próprio Deus.

    "Devemos nos lembrar de que os judeus não eram uma tribo de selvagens ignorantes, mas um povo de elevado nível cultural e de intensa vida religiosa; e foi com base nessa mesma acusação que, sem uma única voz discordante, Sua morte foi decretada pelo Sinédrio — o grande concilio nacional dos judeus, composto pelos seus mais destacados líderes religiosos, inclusive homens como Gamaliel e seu grande discípulo, Saulo de Tarso." [4]

 Vejamos de onde o Senhor tira essa declaração: 
"Na minha visão à noite, vi alguém semelhante a um filho de um homem, vindo com as nuvens dos céus. Ele se aproximou do ancião e foi conduzido à sua presença. A ele foram dados autoridade, glória e reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído." (Daniel 7:13,14) (grifo meu)
      A referência que Jesus fez, ao chamar a si por “Filho do Homem” encontra-se no livro de Daniel. E claramente esta referência profética trata de Sua divindade, como está muito claro no texto. A acusação contra Jesus era de blasfêmia. Assim, vemos que Jesus foi crucificado por ser quem Ele realmente era, por ser o Filho de Deus, ou seja, o próprio Deus. Um esboço de Seu testemunho deixará isso claro:

1. Ele era o Filho do Deus Bendito.
2. Ele era aquele que se sentaria à direita do Todo-poderoso.
3. Ele era o Filho do homem, que viria sobre as nuvens do céu. 

Diante disso William Child Robinson conclui que:
"Cada uma dessas (três) afirmações é caracteristicamente messiânica. Em termos messiânicos, essas afirmações têm um impacto potencializador de 'significado impressionante"'. Por sua vez, Herschel Hobbs reitera que: "O Sinédrio compreendeu as três questões. Eles as resumiram em uma única pergunta: 'És o Filho de Deus?' Essa pergunta aguardava uma resposta afirmativa. A pergunta equivalia a uma declaração da parte deles. Por isso Jesus simplesmente respondeu: 'Vós dizeis que eu sou'. De modo que Ele os fez admitirem Sua identidade antes que formalmente o declarassem réu de morte. Foi uma estratégia inteligente da parte de Jesus. Ele iria morrer com base em seu próprio reconhecimento de que era Deus, mas também com base no reconhecimento deles". "De acordo com eles não havia necessidade de qualquer outro testemunho, pois eles próprios haviam no ouvido dizer. De sorte que o condenaram pelas palavras da 'sua Própria boca'. Mas Ele também os condenou pelas palavras que pronunciaram. Não poderiam dizer que não declararam o Filho de Deus réu de morte."[5]
Em outra passagem, inequívoca, Jesus declara: "Eu e o Pai somos um". A reação foi imediata:

 "Novamente os judeus pegaram pedras para apedrejá-lo, mas Jesus lhes disse: "Eu lhes mostrei muitas boas obras da parte do Pai. Por qual delas vocês querem me apedrejar?" 

Então ouvimos a comprovação da nossa tese:

"Responderam os judeus: "Não vamos apedrejá-lo por nenhuma boa obra, mas pela blasfêmia, porque você é um simples homem e se apresenta como Deus". (João 10:30-33) (grifo meu)

     Irwin Linton, um advogado, traz esse detalhe à tona; quando declara: "Dentre os julgamentos de crimes cometidos, o de Jesus é sui generis, pois não são as ações, mas a identidade do acusado que está em questão. A acusação de crime feita contra Cristo, a confissão ou testemunho ou, melhor, o comportamento diante da corte, pelo qual Ele foi condenado, a pergunta feita pelo governador romano e a inscrição e proclamação colocadas sobre a cruz, na hora da execução, tudo isso diz respeito a uma só questão, a da verdadeira identidade e importância de Cristo.[6]

Prerrogativas Divinas      


Jesus também tem prerrogativas divinas, como perdoar pecados, por exemplo:
"Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama". Então Jesus disse a ela: "Seus pecados estão perdoados". Os outros convidados começaram a perguntar: "Quem é este que até perdoa pecados?"(Lucas 7:47-49) (grifo meu)
Ou Mateus:
"Entrando Jesus num barco, atravessou o mar e foi para a sua própria cidade. Alguns homens trouxeram-lhe um paralítico, deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: "Tenha bom ânimo, filho; os seus pecados estão perdoados"Diante disso, alguns mestres da lei disseram a si mesmos: "Este homem está blasfemando!"   (Mateus 9:1-3) (grifo meu)
       Alguém poderia dizer: Mas qualquer um pode dizer isso! Realmente. Dizer qualquer um pode. O problema é provar! De fato, o perdão é um milagre invisível que não pode ser verificado diretamente. Falar é fácil. Mas fazer um milagre físico que pode ser verificado objetivamente é mais difícil. Para provar que Ele tinha de fato esse poder, ele termina a frase:
"Conhecendo Jesus seus pensamentos, disse-lhes: Por que vocês pensam maldosamente em seus corações? Que é mais fácil dizer: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou: ‘Levante-se e ande’? Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados" — disse ao paralítico: "Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa". Ele se levantou e foi." (Mateus 9:4-7)
     Como disse Erwin Lutzer: A argumentação de Cristo foi: “Que este milagre visível seja prova de que Eu tenho autoridade sobre o mundo invisível”[7]

     Lee Strobel, em seu livro “Em Defesa de Cristo”, em uma entrevista com o Dr. Donald A. Carson Ph.D., especialista em Novo Testamento e em diversas áreas teológicas, incluindo o estudo do Jesus histórico, ouviu a seguinte sentença: 
“De todas as coisas que Ele fez, a que mais me surpreende é o perdão de pecados (…). Se você faz alguma coisa contra mim, tenho o direito de perdoá-lo. Todavia, se você faz algo contra mim e aí vem uma pessoa e diz ‘eu lhe perdoo’, que ousadia é essa? A única pessoa capaz de pronunciar genuinamente essas palavras é Jesus, porque o pecado, mesmo se cometido contra outras pessoas, é, antes de tudo e principalmente, um desafio a Deus e às suas leis (…). Aparece então Jesus e diz aos pecadores: ‘os seus pecados estão perdoados’. Os judeus imediatamente viram nisso uma blasfêmia. Eles reagiram dizendo: ‘quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?”[8]
      As afirmações são explícitas demais! Só não é para aqueles que não compreende a profundidade das afirmações de Jesus. C.S. Lewis ex-ateu e grande escritor cristão, resume muito bem:
 "O verdadeiro choque vem depois. Entre os judeus surge, de repente, um homem que começa a falar como se ele próprio fosse Deus. Afirma categoricamente perdoar os pecados. Afirma existir desde sempre e diz que voltará para julgar o mundo no fim dos tempos. Devemos aqui esclarecer uma coisa: entre os panteístas, como os indianos, qualquer um pode dizer que é uma parte de Deus, ou é uno com Deus, e não há nada de muito estranho nisso. Esse homem, porém, sendo um judeu, não estava se referindo a esse tipo de divindade. Deus, na sua língua, significava um ser que está fora do mundo, que criou o mundo e é infinitamente diferente de tudo o que criou. Quando você entende esse fato, percebe que as coisas ditas por esse homem foram, simplesmente, as mais chocantes já pronunciadas por lábios humanos." [9]
      No Antigo Testamento não vemos uma declaração que chegue sequer perto do que Jesus afirmou ser. Nem Abraão, Moisés, Davi ou qualquer um dos profetas, teve a "audácia" de dizer o que Cristo disse. Homens que receberam a Revelação de Deus, Reis, sacerdotes ou Juízes nunca fizeram alegações como a que Jesus fez. Em nenhuma outra grande religião monoteísta vemos algo semelhante. Thomas Schultz escreve que, conforme vemos, seguramente Ele não se encaixa dentro do molde de outros líderes religiosos: 
"Nenhum dos grandes líderes religiosos, nem Moisés, nem Paulo, nem Buda, nem Maomé, nem Confúcio, nem qualquer outro, alguma vez afirmou que era Deus; ou melhor, com a exceção de Jesus Cristo. Cristo é o único líder religioso que chegou a declarar a sua divindade e o único indivíduo que convenceu uma grande parte do mundo de que era Deus" [10]

Um pouco mais de referências:


 "Pois o Filho do homem é Senhor do sábado". (Mateus 12:8)

 "Por essa razão, os judeus mais ainda queriam matá-lo, pois não somente estava violando o sábado, mas também estava até mesmo dizendo que Deus era seu próprio Pai, igualando-se a Deus." (João 5:18)

"Pois, da mesma forma que o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, o Filho também dá vida a quem ele quer dá-la. Além disso, o Pai a ninguém julga, mas confiou todo julgamento ao Filho, para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou"Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida. Eu lhes afirmo que está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão. Pois, da mesma forma como o Pai tem vida em si mesmo, ele concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. E deu-lhe autoridade para julgar, porque é o Filho do homem. "(João 5:21-27)


"Então lhe perguntaram: "Onde está o seu pai? " Respondeu Jesus: "Vocês não conhecem nem a mim nem a meu Pai. Se me conhecessem, também conheceriam a meu Pai". (João 8:19)

"Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim". (João 14:1)

"Respondeu Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim." (João 14:6)

"Jesus respondeu: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?" (João 14:9)

"E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse." (João 17:5)

Concluo com as memoráveis palavras de C.S. Lewis:
“Com isso, tento evitar que alguém caia na suprema tolice em que muitas vezes se incorre a respeito de Cristo: ‘Sim, estou disposto a aceitar que Jesus foi um grande mestre de moral, mas não aceito a sua pretensão de ser Deus’. Esta é a única afirmação que não podemos fazer. Um homem que não fosse senão um homem, e mesmo assim dissesse aquilo que Cristo dizia, não poderia nunca ser um ‘grande mestre de moral’. Ou seria um lunático – em pé de igualdade com alguém que afirmasse ser um ovo frito -, ou então teria de ser o próprio demônio das profundezas do inferno. Cada um de nós tem que fazer a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou então era um louco ou coisa pior. Você poderá recluí-lo num hospício por acha-lo maluco, cuspir nEle e mata-lo por considera-lo um demônio, ou cair a seus pés e chamar-lhe Senhor e Deus. Só não pode vir com tolices condescendentes como essa de que é um dos ‘grandes mestres de moral’ da humanidade. Ele não nos deixou aberta essa porta. Nunca pretendeu faze-lo”. [11]
        Se Ele não foi Deus, foi um lunático, enganador, pecador, mentiroso e o mais vil de todos os homens, que se enganou quanto a Sua pessoa e sua missão. Que iludiu seus seguidores, pois simplesmente não poderia cumprir as Suas promessas de conceder Vida eterna aqueles que nEle cressem.

       Porém, podemos ter a plena convicção de que Jesus, o Nosso Senhor é a segunda Pessoa da Trindade Santa, Eterno, pois "Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre." (Hebreus 13:8) e o nosso eterno Redentor, "ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação." (2 Coríntios 5:19) e "sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento, para que conheçamos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna." (1 João 5:20) (grifo meu)


Digno de adoração

"Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões. Eles rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os anciãos, e cantavam em alta voz: "Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor! " Depois ouvi todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há, que diziam: "Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o poder, para todo o sempre! " Os quatro seres viventes disseram: "Amém", e os anciãos prostraram-se e o adoraram. (Apocalipse 5:11-14) 
"E ainda, quando Deus introduz o Primogênito no mundo, diz: "Todos os anjos de Deus o adorem". (Hebreus 1:6)
 "Disse-lhe Tomé: "Senhor meu e Deus meu! " (João 20:28) (grifo meu)
       Portanto não existe dúvida: Jesus reivindicou Sua autoridade Divina e nos deu provas incontestáveis de que era o próprio Deus, assim como quis que essa fosse a interpretação dos seus discípulos e de toda a Igreja.

Paz do Senhor Jesus à todos
Prof. Saulo Nogueira

Referências: 

[1] LUTZER, Erwin E. Cristo entre outros deuses. São Paulo: CPAD, 2000, p. 113
[2] J. N. D. Anderson, Christianity and Comparative Religion (Downers Grove: InterVarsity, 1970), p. 49.
[3] Moslem Society of U.S.A. (Chicago: Heaven On Earth Publications, s.d.).
[4] MCDOWEL, Josh. Evidência que exige um veredito. São Paulo:Candeia, 1996, p. 87
[5] Ibid; p. 87
[6] Ibid; p. 86
[7] LUTZER, Erwin E. Ibid; p. 102
[8] STROBEL, Lee. Em defesa de Cristo. São Paulo: Vida, 2001 p. 166
[9] LEWIS, C.S. Cristianismo puro e simples. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 24.
[10] MCDOWEL, Josh. Ibid; p. 85
[11] LEWIS, C.S. Ibid; p. 24.