sábado, 31 de maio de 2014

Qual foi o pecado de Adão e Eva?

Essa semana foi postado um vídeo com uma cena da novela "Em família" da Rede Globo, que pode ser visto aqui, em que uma das atrizes exibe uma cobra e dialoga com suas amigas sobre a serpente. Ela começa dizendo que a cobra é uma "entidade divina" e que devemos a ela "o milagre da vida". Prossegue dizendo que "se não fosse a serpente, Adão e Eva ainda estariam no paraíso, mortos de tédio, sem saber nada de sexo". Além de blasfêmia, a desinformação foi gritante, pois nota-se que o autor da novela não tem um pingo de noção bíblica (ou fez de propósito). Eis que surge a pergunta: O pecado de Adão e Eva foi ter praticado sexo? Bom, vamos ao texto bíblico: 
"E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." (Gênesis 2:23-24)

Não existe nenhuma proibição ao sexo pelo Senhor. Muito pelo contrário. Deus orienta ao homem e a mulher serem uma só carne. Quando um homem se casa com uma mulher, após passar pela cerimônia civil e religiosa, os noivos vão para a lua de mel para "consumarem" o casamento, ou seja, só estão de fato casados após a relação sexual, ou tornarem-se uma "só carne". O sexo foi instituído por Deus e deve ser praticado dentro de um contexto marital e entre um homem e uma mulher. O que é mais engraçado é que o próprio Deus, através do Apóstolo Paulo exorta aos casados a não ficarem muito tempo sem fazer sexo, para que não sejam tentados pela abstinência. Confere comigo:
"Não vos negueis um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos ajuntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência."(1 Coríntios 7:5)
Se lermos o Livro de Cantares, veremos claramente uma demostração da importância da relação sexual entre os cônjuges e como isso é louvável diante de Deus. O Senhor quer que desfrutemos da nossa sexualidade, tendo prazer e dando prazer ao nosso cônjuge vivendo a plenitude do casamento.
"Os teus lábios são como um fio de escarlate, e a tua boca é formosa; as tuas faces são como as metades de uma romã por detrás do teu véu.O teu pescoço é como a torre de Davi, edificada para sala de armas; no qual pendem mil broquéis, todos escudos de guerreiros valentes.Os teus seios são como dois filhos gêmeos da gazela, que se apascentam entre os lírios." (Cânticos 4:3-5 ).
Vemos o elogio do noivo pela sua noiva, alusão a sua beleza e sensualidade, culminando com o ato sexual em si, onde a noiva, que antes era um jardim fechado, mas agora estava aberta para o seu noivo:

"Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul; assopra no meu jardim, espalha os seus aromas. Entre o meu amado no seu jardim, e coma os seus frutos excelentes!" (Cânticos 4:16)

Vemos claramente que o texto Bíblico jamais proibiu a relação sexual, desde que praticado dentro dos parâmetros do casamento. O conceito do pecado do sexo, existia entre os gnósticos e ganhou força durante a Idade Média, onde a abstinência sexual era visto como um caminho para se atingir a santidade. O pecado do primeiro casal não foi ter feito sexo, e nem terem comido a maçã, como muitos erradamente deduzem, mas foi desobedecerem uma ordem expressa do Senhor Deus, conforme a Palavra testifica:
"E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." (Gênesis 2:16-17).
O homem desconsiderou a advertência Divina para ouvir sua mulher, comendo do fruto que Deus disse para que se abstivessem, abandonando sua liderança e cedendo aos desejos de sua esposa. A mulher pecou porque agiu independente de seu marido, desprezando sua liderança, o conselho e a proteção dele. O que a serpente fez, foi justamente enganar Eva, plantando a dúvida no seu coração para que ela desobedecesse à Deus.

Mas quem é de fato serpente. João tem a resposta:
"Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos."(Apocalipse 20:2)
Não se deixe enganar querido leitor, a serpente ainda continua seduzindo os incautos e se transfigurando em anjo de luz (2 Coríntios 11.14)

Prof Saulo Nogueira.
Referência: Bíblia de Estudo MacArthur.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Quem foi a mulher de Caim?

Se Deus criou Adão e Eva e eles tiveram dois filhos, Caim e Abel e um matou o outro, como é possível que após Caim assassinar seu irmão, e ser exilado, lá no exílio ele ter conhecido sua mulher?

Essa é uma pergunta que ouço muito, até nos círculos acadêmicos. Muitas pessoas já fizeram essa indagação sem terem uma resposta satisfatória. O Pastor Lucinho Barreto, do Ministério Diante do Trono, durante seu programa "nunca é tarde", foi indagado sobre as mulheres de Abel e Caim e disse que, na sua opinião Deus havia feito mulheres para eles, assim como fez Eva para Adão. Mas será que essa resposta se sustenta diante das evidências Bíblicas? Essas mulheres feitas por Deus herdaram ou não o pecado original?

Por mais que essa pareça uma questão difícil, ela se resolve facilmente com um pouco de leitura Bíblica. Primeiramente: A pergunta já está equivocada. A Bíblia em momento nenhum diz que Adão e Eva só tiveram dois filhos. A narrativa de Gênesis foca nos dois pelo fato de ter sido o primeiro homicídio na história humana.

Segundo: a Palavra de Deus nos diz em Gn.5.4: "E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos, e gerou filhos e filhas." Adão e Eva tiveram outros filhos e quando houve o assassinato, Abel e Caim não eram crianças, mas talvez homens já até casados ou vivendo com suas companheiras. 
Mas o texto nos diz que ele conheceu sua esposa na terra de Node, como ela foi para lá? 
Assim diz o texto: 

"E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque;" (Gênesis 4:17)

Aqui "conheceu" está no sentido de "ter relações sexuais" e não que ele encontrou com sua esposa em Node. O mais correto de se pensar é que ela foi junto com ele para o exílio e lá tiveram um filho (além de outros) chamado Enoque. A ênfase do texto agora recai sobre Enoque, devido sua importância na narrativa.

Incesto?

Nesse período, devido a grande necessidade de se povoar a terra, ainda não havia uma proibição da relação entre irmãos, lei essa dada à Moisés por Deus durante a peregrinação. Nessa época as relações se estabeleceram entre irmãos, depois entre primos, tios e assim sucessivamente. Parece não ter existido uma palavra definida a respeito do caráter incestuoso do casamento entre irmãos senão na época de Abraão, que enfatizou perante os egípcios ser Sara sua irmã (Gn 20.12), dando a entender assim que ela não poderia ser sua esposa (Gn 12.13), pois Abraão era meio irmão de Sara. No Livro de Levítico, nos capítulos 18.9; 20.17 é que vamos ver a proibição dessa relação.

Amém!

Prof. Saulo Nogueira
Segue o Link do Vídeo do Pastor Lucinho:

O que é apologética?

Qual é o intuito de se fazer mais um blog de Apologética Cristã? Quando fiz esse Blog essa foi a primeira pergunta que veio a minha mente. Existem excelentes blogs desse assunto tão atual na rede e creio na necessidade de que mais pensadores cristãos, com uma postura conservadora, se coloquem em posição em defesa das verdades imutáveis contidas nas Sagradas Escrituras. A minha intenção é justamente somar forças com as vozes que se levantam para dar respostas satisfatórias as questões contemporâneas. Mas o que é Apologética?

A palavra "apologia" vem de uma palavra grega que significa "dar uma defesa". Apologética Cristã, então, é a ciência de dar uma defesa da fé Cristã. Há muitos céticos que duvidam da existência de Deus e/ou atacam a crença no Deus da Bíblia. Há muitos críticos que atacam a inspiração e inerrância das Escrituras. Há muitos falsos professores que promovem doutrinas falsas e negam as verdades básicas da fé Cristã. A missão da apologética Cristã é combater esses movimentos e promover o Deus Cristão e a verdade Cristã. O versículo chave para a apologética Cristã é provavelmente 1 Pedro 3:15-16:

"... antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor..." 

Não há nenhuma desculpa para um Cristão ser completamente incapaz de defender sua fé. Todo Cristão deve ser capaz de pelo menos dar uma apresentação razoável de sua fé em Cristo. É claro, que nem todo Cristão precisa ser um especialista em apologética, no entanto, deve saber o que acredita, por que acredita, como compartilhar sua fé com outras pessoas, e como defendê-la contra mentiras e ataques.Um segundo aspecto de apologética Cristã que é ignorado com freqüência é a primeira parte de 1 Pedro 3:16: 

"... fazendo-o, todavia, com mansidão e temor..." 

Defender a fé Cristã com apologética nunca deve envolver ser rude, furioso ou desrespeitoso. Enquanto praticando apologética Cristã, devemos tentar ser fortes em nossa defesa e ao mesmo tempo imitar a humildade de Cristo em nossa apresentação. Se ao ganharmos um debate levamos uma pessoa ainda mais longe de Cristo pela nossa atitude, perdemos o verdadeiro propósito da apologética Cristã.


 A defesa da fé cristã sempre esteve presente na vida da igreja desde seus primórdios, pois a "nova fé", necessitava de uma defesa. Conforme o versículo postado acima, percebemos como já no período apostólico os discípulos já enfrentavam problemas com os judaizantes, pagãos e gnósticos e deveriam ter uma boa resposta, racional e bem embasada para responder às questões levantadas. Além disso, os apóstolos e a Igreja já contavam com a capacitação do Espírito Santo que os dava ousadia para anunciar o Evangelho e através da operação de maravilhas, curas e milagres que também testificava do poder de Deus sobre a vida deles.



Com o fim do período apostólico e a morte dos discípulos que viveram com Jesus, surgiram outros homens que arvoraram a bandeira da apologética cristã. Um desses grandes nomes foi Irineu de Lyon, discípulo de Policarpo de Esmirna, que foi discípulo do Apóstolo João. Irineu escreveu no séc. II, um tratado chamado Contra as Heresias, que foi um ataque frontal à heresia perniciosa do gnosticismo, movimento que entre alguma de suas vertentes negava a natureza humana de Jesus. Outros grandes nomes da História Eclesiástica, como Tertuliano, Atanásio e Agostinho de Hipona, escreveram livros e tratados acerca da verdadeira ortodoxia e nos deixaram um grande legado escriturístico.



Agora é a nossa vez. E hoje mais do que nunca, assim como os grandes nomes da história da Igreja, devemos continuar levando essa mesma bandeira, dar prosseguimento a essa árdua tarefa de defender os valores cristãos dos inimigos da verdade e refutar com argumentos sólidos aos céticos que tentam desacreditar as Santas Escrituras. Que o Espírito Santo nos ajude a "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd. 1.3).



Amém!

Prof. Saulo Nogueira