terça-feira, 30 de junho de 2015

Lei dá a pastores o direito de não celebrar casamento gay

     O governador Greg Abbott assinou em cerimônia pública a lei 2065, que marca uma vitória de um movimento que uniu diversos movimentos evangélicos do Texas. A “Lei de proteção ao Pastor” assegura aos ministros o direito de não celebrarem cerimônias de casamento homossexual nas igrejas pelas quais são responsáveis. O imbróglio jurídico começou no ano passado, após o reconhecimento da legalidade do casamento gay em diversos estados norte-americanos. Seguindo a linha liberal da administração Obama, o governo federal fez pressão em vários níveis em favor da comunidade LGBT. Houve casos de empresas serem proibidas de se recusar a prestar serviço a casais homossexuais.
     No conservador Estado do Texas, a prefeita da cidade de Houston, Annise Parker, foi a primeira prefeita abertamente gay eleita em uma grande cidade dos EUA. A prefeitura de Houston logo emitiu um decreto-lei permitindo que indivíduos transgêneros podiam fazer queixa-crime se sentirem-se discriminados de alguma maneira. Alguns pastores mostraram-se contrariados depois que surgiram denúncias que eles estavam promovendo “discurso de ódio” nas igrejas. A prefeitura pediu então que eles submetessem cópias de seus sermões para que autoridades investigassem se havia homofobia. O recado era claro: os pastores ou padres que se manifestarem do púlpito contra o público LGBT terão de responder juridicamente por discriminação.
      A pressão dos evangélicos do Estado inteiro forçou a prefeitura a voltar atrás. Iniciou-se então um embate legal no tocante aos limites da liberdade de expressão nos púlpitos. Os cerca de 400 pastores de Houston conseguiram a suspensão do decreto municipal que limitaria sua liberdadeA partir de então um projeto de lei que recebeu o apoio de deputados dos dois partidos predominantes do sistema eleitoral começou a tramitar. Lobbies de organizações pró-LGBT como a ACLU, Iquality Texas e a Texas Freedom Network não tiveram sucesso. O embate ganhou força quando diversas igrejas e organizações religiosas e pró-família como o Conselho de Pastores do Texas, a Conferência Católica do Texas, Convenção Batista do Texas, Eagle Forum, Liberty Institute, Focus on the Family, Coalizão de Pastores Afro-americanos – entre outros – uniram forças.
     Com a aprovação da nova lei, nenhuma igreja ou organização religiosa do Texas poderá ser forçada a realizar um casamento e tampouco forçados a prestar serviços, acomodações, instalações ou ceder bens para qualquer atividade que viole suas crenças religiosas. Uma vez que foi aprovado com dois terços dos votos, o projeto passou a ser lei imediatamente. Jonathan Saenz, presidente da Texas Values Action, ONG jurídica que defende a liberdade religiosa, comemorou: “Hoje comemoramos com pastores e membros do clero que são guiados por suas crenças religiosas sinceras e asseguramos que o Texas desfruta de liberdade religiosa sem interferência do governo”. Com informações de Texas Value

sábado, 27 de junho de 2015

Suprema Corte dos Estados Unidos aprova o casamento gay em todos os estados americanos

     A suprema corte dos Estados Unidos acabou de aprovar o casamento de pessoas do mesmo sexo em todos os cinquenta estados americanos. A prática já era aceita na maioria dos estados, porém, treze estados (onde há mais evangélicos conservadores) ainda proibiam a prática. Agora, com a decisão da suprema corte, todos os cinquenta estados americanos são obrigados a aceitar o casamento de pessoas do mesmo sexo. Essa sem dúvida é uma decisão emblemática, tratando-se do país mais “evangélico” do mundo. Se lembrarmos que há apenas dez anos, a grande maioria dos estados americanos repudiava o casamento de pessoas do mesmo sexo, a comemoração dos ativistas pró LGBT diante da suprema corte americana mostra que a virada de jogo foi mesmo surpreendente.

       Meu ponto aqui não é tratar de “direitos civis”. É preciso reconhecer que, perante a Lei, todas as pessoas têm os mesmos direitos. E que, se alguém pretende “casar-se” com quem quer que seja, em tese, essa pessoa tem o "direito" de fazer isso, desde que não prejudique outra pessoa no caso. Ao mesmo tempo, e isso ainda parece ser realidade nos Estados Unidos, as pessoas e instituições religiosas que discordam continuam tendo o direito de discordar, e, provavelmente, as igrejas não serão obrigadas a realizarem esse tipo de casamento tão cedo. Porém, o que me chama atenção nesse caso é justamente a rápida mudança no pensamento mundial acerca desse assunto, e a consolidação disso na maior democracia cristã do mundo. Quando a maioria da população em uma democracia é favorável a uma prática, a tendência é que essa prática venha a ser institucionalizada. Foi o caso aqui. E isso mostra que os poderosos ventos de mudança que começaram a soprar mais fortemente no mundo desde o final do século 20, com a queda do muro de Berlim por exemplo, estão se intensificando cada vez, removendo com facilidade marcos antigos, em prol de uma unificação do paganismo na terra. A era cristã está terminando. E, tudo isso parece ter sido minuciosamente planejado.

       Talvez seja exatamente isso o que as pessoas estejam comemorando diante da suprema corte americana. Um cartaz no meio da multidão dizia: “a constituição é nosso escudo contra a Bíblia da intolerância e preconceito”. Esse é o ponto mais crucial me parece. Aqui está o verdadeiro motivo da disputa, o qual subjaz por detrás de todos os demais discursos. Mas o que, como cristãos, podemos dizer disso tudo? Reclamar e exclamar horrorizados expressões como: “é o fim dos tempos”? Talvez seja mesmo, e nesse caso, não deveríamos estar horrorizados, mas com a certeza indirimível de que tudo está acontecendo como tinha que ser. Sim, a era cristã precisa terminar, pois se ela não terminar, Jesus não voltará. O Apóstolo Paulo disse que antes que Cristo volte “primeiro" precisa “vir" a apostasia (2Ts 2.3). E o próprio Cristo disse que os dias que antecederiam sua volta recapitulariam dois importantes momentos da história bíblica. Um dos exemplos evocados por Cristo foi justamente os “dias de Noé”, quando as pessoas “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento” (Lc 17.26-27). Questões em relação ao casamento, portanto, estariam no centro da agenda do mundo mais uma vez, antes da volta de Cristo. Em Gênesis 6 temos a descrição de padrões de casamento inaceitáveis por Deus, e isso resultou diretamente no dilúvio. É interessante que o arco-íris que estaria nas nuvens como prova da aliança divina, agora esteja numa bandeira que contraria aquilo que o próprio Deus ordenou, porém institucionalizado na forma da lei. Mas, talvez isso faça Deus se lembrar mais uma vez… Mas, o segundo momento evocado por Cristo é ainda mais emblemático: 

"O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar” (Lc 17.28-30). 

       Em Sodoma e Gomorra, um dos maiores pecados, que resultou na destruição das cidades, foi o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo! Tudo isso aponta para uma inquietante realidade e, ao final, para uma surpreendente esperança. Todas as ações malignas no mundo, e que estão a todo vapor como podemos ver, trabalhando para a implantação do paganismo como sistema, apesar disso, estão debaixo dos desígnios daquele que anunciou o fim desde o começo. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8.28). Fica, entretanto, o alerta do Senhor: "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24.13).

Leandro Lima é escritor, teólogo e pastor presbiteriano.
Via: Púlpito Cristão

Nota do Blog: Trago aqui uma frase do Pastor Renato Vargens sobre essa questão: "Uma das formas de Deus trazer juízo a uma sociedade é entregando-a a si mesma. Hoje os EUA foram entregues pelo Senhor a um estilo de vida onde o pecado definitivamente foi relativizado. É como se Deus tivesse dizendo: "Vocês querem viver no pecado? Que vivam! Eu os entrego a uma vida dissoluta e de transgressões cujo deus foi fabricado por vocês mesmos. (Rm 1:26-28) "

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Quando a sua religião se torna inútil

“Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã” (Tg 1.26). Esse é um dos versículos mais assombrosos e amedrontantes da Bíblia. Ele decreta: de nada adianta viver cumprindo os preceitos da fé cristã se você não é capaz de controlar o que fala e a forma como fala. Ir ao culto, cantar louvores, orar, ler a Palavra, pregar, chorar de joelhos, postar reflexões sobre a vida cristã na internet, escrever livros cristãos… se você não tem domínio sobre o que fala e como fala, tudo isso é absolutamente vão, ou, como bem define o dicionário, “vazio, oco, inútil, sem valor, ilusório, sem fundamento real, fútil, frívolo, falso, ineficaz”.

     Controlar a língua não é um assunto secundário, coisa de fofoquinha entre vizinhas que ficam olhando a vida alheia. É um tema muito mais profundo do que simplesmente fofoca, como alguns, equivocadamente, pensam. Saber controlar o que se fala e como se fala é uma questão de caráter. De amor ao próximo. De respeito. É interessante que o versículo citado no início deste texto vem logo depois da afirmação: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22). Alguém dizer que pratica a Palavra sem controlar o que fala e como fala faz de si somente um enganador.  E é importante frisar que, em dias como os nossos, o “falar” aqui também deve ser entendido como “postar”, “tuitar”, “compartilhar”, “comentar”, “teclar” e por aí vai.

      Saber controlar a língua diz respeito, por exemplo, a falar com o próximo com carinho e gentileza. Um cristão que, por exemplo, entra em debates ácidos  pelas redes sociais ou em qualquer outro âmbito sobre assuntos teológicos e faz isso sem refrear a língua, tecendo comentários sarcásticos, sendo agressivo, tratando o próximo a quem deveria amar com estupidez (mesmo o inimigo)… nada mais é do que alguém cuja religião é vã. Grave, não é? Mas bíblico. E isso, por mais que supostamente tenha boas intenções e queira agradar a Deus. Em meu entendimento bíblico, quem faz isso não agrada a Deus, agrada somente ao próprio ego. Religioso. Vão.

    É claro que sempre teremos uma “boa desculpa” para usar a língua de forma pecaminosa. Diremos que estamos ofendendo e ironizando quem discorda de nós em nome da apologética, porque, afinal, “antes importa  agradar a Deus que aos homens”. Diremos que abrimos segredos que nos contaram para que “pudessem orar por fulano”. Inventamos mil histórias que tentam justificar nossa incapacidade de reter a língua. Desculpas, somente. Religião vã.

       Tenho ficado abatido com a forma como vejo cristãos discordarem de cristãos. Tenho ficado assombrado com a forma como cristãos discordam de não cristãos. Atacam. Agridem. Desprezam. Ironizam. Tiago 3 é um capitulo arrasador sobre o assunto. Descreve a pessoa perfeita: “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo” (v. 2). A Palavra de Deus diz que com a língua “bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus” (v. 9). É exatamente o que vejo todos os dias entre os cristãos, embora Tiago seja claro: “Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?” (v. 10-11). E a nossa boca tem sido amarga demais. Demais.

        Fica a sugestão (enfática): aprenda a refrear sua língua. Não imite o comportamento de quem não refreia, mesmo que sejam pastores, líderes, celebridades cristãs, gente famosa da internet ou o que for. Fuja de “mestres” que usam palavras com fúria, mesmo que seja em nome da fé. Não deixe que sua religião se torne vã. Amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio: se aquilo que você diz e a forma como diz não vêm encharcados dessas virtudes, está na hora de repensar seriamente tudo aquilo que fala e escreve. E, quem sabe, recomeçar do zero.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari

terça-feira, 23 de junho de 2015

O cóccix e a suposta cauda vestigial

       Em seu livro The Descent of Man, Charles Darwin citou o cóccix como um suposto traço vestigial o qual revelaria nossa descendência dos “ancestrais” que tinham cauda. Ele escreveu: “Em certos casos raros e anômalos, ele [o cóccix] tem sido conhecido por formar um [...] pequeno rudimento externo de uma cauda.”[1: p. 29] Assim nasceu a visão darwinista clássica da “cauda humana”, agora um ícone do pleno desenvolvimento da evolução. Esse mito sustenta que a “cauda” é a regressão de uma forma anterior, uma expressão de genes adormecidos acumulados de nossos antepassados ​​primatas. No século 19, 180 órgãos presentes no corpo humano eram considerados “vestigiais” e destituídos de função pelo simples fato de que sua função não era conhecida. Durante o julgamento de Scopes em 1925, o biólogo evolucionista Horatio Newman reforçou essa declaração de que existiam mais de 180 órgãos vestigiais e estruturas no corpo humano, “suficientes para fazer de um homem um verdadeiro museu ambulante de antiguidades”.[2: p. 268] Em 1971, a Encyclopaedia Britannica reivindicou mais de cem órgãos que teriam restado como vestígio no ser humano e, ainda hoje, em sua versão online, o cóccix é considerado como um deles.[3] Em 1981, Steve Scadding, autor de livros didáticos de biologia, também fez uma alegação semelhante.[4]

       A crença no caráter vestigial e não funcional de órgãos e estruturas esteve na base de muitos erros médicos e atrasou substancialmente a investigação a respeito da função desses órgãos no corpo humano. Atualmente, com o progresso das ciências biomédicas, há reservas em se afirmar que existam órgãos sem função. De fato, em 2008, a revista New Scientist relatou que, desde os dias do biólogo Horatio Newman, a lista de órgãos vestigiais “cresceu e então encolheu novamente”, a tal ponto que hoje “os biólogos são extremamente cautelosos em falar de órgãos vestigiais”.[5] Mas, apesar disso, livros didáticos ainda citam alguns órgãos como sendo vestígios da evolução. E o cóccix é o exemplo de órgão vestigial mais frequentemente usado. Em 2006, por exemplo, um dos mais populares livros de biologia atuais, ainda trazia a afirmação de que “muitas espécies de animais têm órgãos vestigiais”, incluindo também o exemplo do cóccix.[6: p. 384]

       Mas, para iniciarmos nossa análise sobre o cóccix, devemos conhecer a definição de órgão vestigial. A definição mais comum durante todo o século passado foi a seguinte: “Os seres vivos, incluindo o homem, são museus virtuais de estruturas que não têm nenhuma função útil, mas que representam os restos de órgãos que já tiveram algum uso.”[7: p. 30] A referência de autoridade The Evolution of Life define órgão vestigial como um “que perdeu sua função no curso da evolução, e é geralmente muito reduzido em tamanho”.[8]

     Nas últimas décadas, essa definição ainda é comumente usada. Um dos mais populares escritores de livros didáticos de ciências da atualidade definiu “vestigial” como segue: “A evolução não é um processo perfeito. Como mudanças ambientais selecionam contra certas estruturas, outras são retidas, às vezes persistentes, mesmo se elas não são usadas. Uma estrutura que parece não ter qualquer função em uma espécie, mas é homóloga a um órgão funcional em outras espécies, é denominada vestigial.”[9: p. 395] Em 2009, nos Estados Unidos, o Conselho Estadual de Educação do Texas (CEET) adotou um manual sobre conhecimentos e habilidades essenciais dos princípios da evolução darwiniana.[10] Esse material instrucional proposto contêm erros sobre a origem da vida ou embriologia, faz alegações imprecisas sobre órgãos vestigiais e evidências de ancestralidade comum, e ressuscita reivindicações já desmascaradas como, por exemplo, o cóccix ser um órgão vestigial, deixando de mencionar que esse órgão é reconhecido por ter funções importantes.

       Atualmente, já são conhecidas e descritas várias funções do cóccix. O cóccix humano é um grupo de quatro ou cinco pequenas vértebras fundidas em um osso na extremidade mais baixa da coluna vertebral. Com seu diafragma pélvico, ele mantém fixos muitos órgãos em nossa cavidade abdominal, evitando que eles literalmente caiam por entre as pernas. Alguns dos músculos do diafragma pélvico também são importantes para o controle da eliminação dos resíduos do organismo através do reto. O cóccix também serve como importante ponto de apoio para os músculos que sustentam o ânus no lugar.[11] Além de ser o local de inserção de vários músculos, ligamentos e tendões, ele também serve como uma perna do tripé - juntamente com as tuberosidades isquiáticas − que fornece suporte de sustentação de peso para uma pessoa nas posições ereta e sentada.[12] Embora o conhecimento a respeito desse órgão tenha avançado muito nos últimos anos, ainda assim pouco se sabe sobre sua anatomia e funcionalidade.[13]

     Para quem acha que o cóccix é inútil, basta cair da escada sobre ele. O que acontece? O indivíduo não consegue se levantar, não consegue se sentar, não consegue se deitar.  Em certo sentido, o cóccix é um dos ossos mais importantes em todo o corpo. De fato, em um embrião de um mês, o cóccix tem a aparência de uma cauda no fim da coluna vertebral, mas isso se deve ao fato de os músculos e os membros não terem se desenvolvido até a completa formação e atividade da medula espinhal. À medida que as pernas se desenvolvem, elas cercam e envolvem o cóccix, e ele acaba adentrando o corpo. 

       Há aproximadamente 40 casos (raros) relatados na literatura médica em que crianças nascem com uma suposta “cauda”.[14] Um artigo no Journal of Neurosurgery explica que esse ponto de vista é em si um resquício do pensamento de recapitulação: “Caudas humanas verdadeiras são raramente encontradas na medicina. No momento em que a teoria da evolução de Darwin era uma questão de debate, foram relatados centenas de casos duvidosos. A presença de uma cauda em um ser humano foi considerada por evolucionistas como um exemplo que ‘ontogenia recapitula[ndo] a filogenia’.”[15] Mas esses casos realmente se referem a uma cauda funcional? A resposta é não!

       As caudas são divididas em duas categorias: “caudas verdadeiras”, que se estendem desde o cóccix, onde se poderia esperar uma chamada “cauda vestigial”; e “pseudocaudas”, que são frequentemente encontradas em outros locais na região lombar, e parecem ser aberrações óbvias, uma vez que são frequentemente associadas com anomalias. Mesmo as chamadas “caudas verdadeiras” em seres humanos não merecem esse nome. Isso porque mesmo essas chamadas “caudas” não são nada como as encontradas em mamíferos caudais – pela simples razão de que a cauda vestigial humana carece inteiramente de vértebras, ou qualquer tipo de osso, cartilagem, notocorda, ou medula espinhal; sendo única com essa característica.[15] Diversas pesquisas científicas ao longo das últimas décadas confirmam essa observação.[16-20]

         As pseudocaudas, por sua vez, também não podem ser consideradas caudas. Isso porque (e as pesquisas confirmam) são estruturas anômalas ou saliências geralmente relacionadas a um tumor adiposo, tecido adiposo ou cartilagem.[18, 20-23] Por isso, o médico pode apenas cortá-las, sem complicações. Não é nada parecido, por exemplo, com a cauda de um gato que tem músculo, ossos e nervos. Em outras palavras, se os seres humanos têm uma cauda óssea, não é uma “cauda verdadeira”, é uma “pseudocauda” por causa de outras anomalias; mas se é uma “cauda verdadeira”, ​​ela não contém osso, cartilagem, notocorda ou medula espinhal. E nenhuma cauda humana contém vértebras.

        Outro aspecto diz respeito ao gene Wnt-3a, responsável pelo desenvolvimento de caudas em camundongos e outros vertebrados.[24, 25] Sabe-se que a inibição do gene Wnt-3a induz à apoptose das células da cauda durante o desenvolvimento do embrião. Portanto, os evolucionistas presumem que a perda da cauda em macacos antropoides ao longo da evolução foi simplesmente o caso de uma mutação reguladora que inibiu o gene Wnt-3a. Nesse sentido, para os evolucionistas, o cóccix é uma cauda vestigial que sofreu apoptose numa fase inicial do desenvolvimento embrionário, e isso sugere que há uma semelhança entre os humanos e outros mamíferos, sendo confirmada pela presença do gene Wnt-3a em ratos e em humanos. Para eles, portanto, a homologia entre essas espécies em nível ontogenético (estudo das origens e desenvolvimento) leva à conclusão de ancestralidade comum, da qual se herdariam esses genes.

        Porém, a dúvida que permanece é a seguinte: se ambas as espécies foram projetadas a partir de estruturas semelhantes, é mais lógico que permaneçam os órgãos e as estruturas aproveitáveis para outras funções. Afinal, os defensores do design inteligente presumem que o objetivo do Designer seria o de projetar animais capazes de sobreviver. Se o cóccix é parte de uma estrutura que auxilia no desenvolvimento embrionário, e se ele serve, como indicado, para fixar e sustentar o diafragma pélvico, seria sensato presumir que essa estrutura é útil para a nossa sobrevivência. Logo, a mente inteligente teria alterado a cauda e mantido o cóccix, com utilidade própria.

      Ademais, os evolucionistas também alegam que alguns indivíduos tiveram seus cóccix removidos cirurgicamente, o que implica que ele é inútil. Não me surpreende que as pessoas possam ter seus cóccix removidos e ainda sobreviver. Só porque você pode viver sem um cóccix não significa que ele não tenha uma função. As pessoas também podem viver com um rim em vez de dois. Podemos perder os cabelos, embora eles tenham uma função. Muitas pessoas ao longo da história humana têm vivido depois de perder muitos, se não a maioria dos dente, mas, certamente, dentes têm uma função. A teoria do design inteligente não exige que o cóccix seja indispensável do ponto de vista médico. Em vez disso, espera-se que o design do cóccix tenha alguma função que contribua para o sistema, de forma integrada. E o cóccix claramente tem múltiplas funções - e, assim, cumpre as previsões do design inteligente.

(Everton Fernandes Alves é enfermeiro e mestre em Ciências da Saúde pela UEM; seu e-book pode ser lido aqui)


Referências:
[1] Darwin CR. The descent of man, and selection in relation to sex. London: John Murray, 1871. Disponível em: http://darwin-online.org.uk/content/frameset?pageseq=42&itemID=F937.1&viewtype=side
[2] Horatio Hackett Newman, citado em: The World’s Most Famous Court Trial: Tennessee Evolution Case, 2 ed. Dayton, TN: Bryan College, 1990.
[3] Encyclopaedia Britannica [online, 2015]. Disponível em:http://global.britannica.com/EBchecked/topic/123507/coccyx
[4] Scadding SR. “Do Vestigial Organs Provide Evidence for Evolution?” Evolutionary Theory 1981; 5:173-176.
[5] Spinney L. “Vestigial organs: Remnants of evolution.” New Scientist, 2656 (May 14, 2008). Disponível em: http://www.newscientist.com/article/mg19826562.100-vestigial-organs-remnants-of-evolution.html
[6] Miller KR, Levine J. Biology: Teachers Edition. Upper Saddle River, NJ: Pearson Prentice Hall, 2006.
[7] Asimov I. Words of Science. NY: Signet Reference Books, 1959.
[8] Gamlin L, Vines G. The Evolution of Life. NY: Oxford University Press, 1987.
[9] Lewis R. Life. 3 ed., NY: WCB/McGraw Hill, 1998.
[10] Texas Essential Knowledge and Skills (TEKS), 2009. Disponível em:http://www.discovery.org/f/7711
[11] Bergman J, Howe G. “Vestigial Organs” are Fully Functional. Terre Haute, IN: Creation Research Society Books, 1990, pp. 32–34.
[12] Lirette LS, Chaiban G, Tolba R, Eissa H. “Coccydynia: An Overview of the Anatomy, Etiology, and Treatment of Coccyx Pain.” Ochsner J. 2014; 14(1):84-87.
[13] Woon JTStringer MD. “Clinical anatomy of the coccyx: A systematic review.” Clin Anat. 2012; 25(2):158-67.
[14] Shad J, Biswas R. “An infant with caudal appendage.” BMJ Case Rep. 2012; 2012: bcr1120115160.
[15] Spiegelmann R, Schinder E, Mintz M, Blakstein A. “The human tail: a benign stigma.” Journal of Neurosurgery 1985; 63:461-462.
[16] Ledley F. “Evolution and Human the Tail.” The New England Journal of Medicine 1982; 306(20):1212-1215.  
[17] Dao AHNetsky MG. “Human Tails and Pseudotails.” Hum Pathol. 1984; 15(5):449-53.
[18] Belzberg AJMyles STTrevenen CL. “The Human Tail and Spinal Dysraphism.” J Pediatr Surg. 1991; 26(10):1243-5.
[19] Chauhan SPGopal NNJain MGupta A. “Human tail with spina bifida.” Br J Neurosurg. 2009; 23(6):634-5.
[20] Puvabanditsin SGarrow EGowda SJoshi-Kale MMehta R. “A Gelatinous Human Tail With Lipomyelocele: Case Report.” J Child Neurol. 2013; 28(1):124-7.
[21] Dubrow TJWackym PALesavoy MA. “Detailing the Human Tail.” Ann Plast Surg. 1988; 20(4):340-4.
[22] Lu FL, Wang PJ, Teng RJ, Tsou Yau KI. “The Human Tail.” Pediatric Neurology 1998; 19(3):230-3.
[23] Park SHHuh JSCho KHShin YSKim SHAhn YHCho KGYoon SH. “Teratoma in Human Tail Lipoma.” Pediatr Neurosurg. 2005; 41(3):158-61.
[24] Greco TLTakada SNewhouse MMMcMahon JAMcMahon APCamper SA. “Analysis of the vestigial tail mutation demonstrates that Wnt-3a gene dosage regulates mouse axial development.” Genes Dev. 1996; 10(3):313-24.
[25] Katoh M. “Molecular cloning and expression of mouse Wnt14, and structural comparison between mouse Wnt14-Wnt3a gene cluster and human WNT14-WNT3A gene cluster.” Int J Mol Med. 2002; 9(3):221-7.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Jarro de 3.000 anos com nome de personagem bíblico é encontrado

     Arqueólogos israelenses descobriram e recuperaram os pedaços de uma vasilha de 3 mil anos com uma inscrição da época do bíblico rei Davi em uma escavação no Vale do Elah, região central de Israel, informou a Autoridade de Antiguidades de Israel nesta terça-feira. Trata-se da quarta inscrição desse tipo descoberta até o momento, que data do século X a.C., no Reino da Judeia. Os pedaços do recipiente de argila foram localizados em 2012 em escavações em Khirbet Qeiyafa, próximas à cidade israelense de Beit Shemesh e onde, segundo o relato bíblico, aconteceu a mítica batalha entre Davi e Golias. Nos fragmentos foram descobertas inscrições que despertaram a curiosidade dos pesquisadores Yosef Garfinkel, do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, e Saar Ganor, da Autoridade de Antiguidades de Israel. Ao recuperar e juntar os pedaços - um verdadeiro quebra-cabeças -, os arqueólogos encontraram recentemente o nome “Eshbaal Ben Beda” em letras antigas.
“Trata-se da primeira vez que aparece o nome Eshbaal em uma inscrição antiga no país. Eshbaal Ben Shaul, que governou Israel na mesma época que Davi, é citado pela Bíblia”, afirmou Garfinkel. Ele acrescentou que Eshbaal foi “assassinado e decapitado e sua cabeça levada a Davi em Hebron”. “É interessante destacar que o nome Eshbaal aparece na Bíblia, e agora também em um documento arqueológico. Esse nome só foi usado durante a era do rei Davi. O nome Beda é único e não aparece em inscrições antigas ou na tradição bíblica”, reforçou.
     Os pesquisadores salientaram que a descoberta de inscrições dos dias do mítico rei hebraico é um fenômeno muito recente. “Há uns cinco anos, não conhecíamos nenhuma inscrição datada no século X a.C. do Reino da Judeia. Isso muda totalmente nosso entendimento da expansão da escritura no reino e agora fica claro que estava muito mais estendida do que pensávamos”, justificaram. No lugar das escavações foram encontradas também uma fortificação, duas portas, um palácio e armazéns, além quartos e salas de culto, que faziam parte de um assentamento datado do final do século XI e princípios do X a.C.


Via: Veja.com

Nota do Blog: Alguns arqueólogos até pouco tempo duvidavam da historicidade do Rei Davi e do seu filho Salomão e, consideravam que as narrativas bíblicas sobre esses dois reis era "exagerada". Porém pesquisas e descobertas mais recentes, como a Estela de Tel-Dan e as minas de Timna não só provaram a existência de Davi, como a extensão de seu reino dentro dos limites estabelecidos pela Palavra de Deus. Cada dia mais a arqueologia comprovando atos narrados nas Escrituras e sua confiabilidade.

Prof. Saulo Nogueira

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Não estou ofendido...

    Quando vi as imagens da transexual "crucificada"na parada gay não me senti ofendido, como cristão. É óbvio que discordei da estratégia de marketing dos organizadores e sem dúvida percebi que o alvo era mesmo a provocação aos cristãos. Embora o episódio tenha sido justificado como sendo uma forma de expor a humilhação sofrida pelos gays, a impressão que dá é outra.

     Mas, afora isto, não me senti provocado, atingido ou ofendido. Por uma razão simples. Ali não estava acontecendo uma profanação de objetos sagrados para mim - no caso, a cruz - simplesmente por que para mim uma cruz de madeira nada tem de sagrada nela. Meu cristianismo evangélico reformado não tem templos sagrados, objetos sagrados, images sagradas, símbolos sagrados ou líderes sagrados. 

       Por isto não ficamos explodindo bombas quando zombam de Lutero, Zuinglio ou Calvino, quando tripudiam sobre a Bíblia ou quando picham as igrejas. E por isto eu não me sinto ofendido quando alguém usa uma cruz de madeira para suas manifestações anticristãs ou para outros objetivos. As coisas que considero santas estão muito além do alcance dos homens, para que estes possam profaná-las. O meu Salvador está nos céus, o meu Deus é rei do universo, minha morada é celestial, a Palavra de Deus está escrita nos céus e é eterna, o pão e o vinho nada mais são que representações materiais daquele que se assenta no trono do universo. Realmente, não há nada no meu cristianismo que esteja ao alcance de quem deseja me ofender através da profanação.


       Claro, para quem a cruz é sagrada, as imagens são sagradas, os templos são sagrados, seus líderes são sagrados... estes ficarão ofendidos. Eu os entendo. Devemos respeitar toda crença. Mas, no meu caso, uma transexual pendurada numa cruz provoca, no máximo, a confirmação do que eu já sei, que nenhum pecador consegue se livrar de Deus, ou daquilo que ele pensa que é Deus. Só me vem à mente o Salmo 2:

"Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs?
Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas.
Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles.
Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá."

Augustus Nicodemus Lopes

Nota do Blog: Concordo plenamente com a posição do Reverendo Augustus Nicodemus, apesar de que se o movimento LGBT quer respeito, primeiramente deve respeitar os outros, suas crenças, ideologias e tradições. A parada gay já perdeu o seu foco à muito tempo, e hoje simplesmente se transformou num festival de fornicação, prostituição, uso de drogas e adoração ao deus desse século, além de um desfile onde candidatos tentam alavancar carreiras políticas. Pena que o dinheiro público, nessa decadência econômica, seja utilizada para propósitos tão baixos e sem propósitos.

Prof. Saulo Nogueira

Palestina ou Israel – Qual o Nome da Terra Santa?

     Durante os últimos séculos, o mundo, inclusive os cristãos, adotou um hábito ruim. Caímos na armadilha de uma antiga propaganda romana. Temos usado o nome “Palestina”, que foi colocado no país de Israel pelo imperador romano Adriano no ano de 135 d.c. Como essa denominação foi usada durante tanto tempo, esse nome se tornou de uso comum. Porém, ele é tão incorreto quanto seria chamarmos a Rússia de hoje de “União Soviética”, ou nos referirmos atualmente a Berlim como “Alemanha Oriental”.

O uso de “Palestina” na atual propaganda política


      Está acontecendo agora uma guerra de propaganda política com o termo “Palestina”. Em um dado momento no passado, pode-se afirmar que “Palestina” era uma designação inócua da área do Oriente Médio que é geralmente entendida como a Terra Santa. Durante as últimas décadas, entretanto, o termo “Palestina” foi adotado pelos árabes que moram em Israel para designar a área a oeste do rio Jordão. O termo é usado especificamente para evitar o uso do nome Israel, e deve ser considerado um termo anti-Israel. Em todos os mapas publicados na Jordânia, no Egito, etc., a área a oeste do Rio Jordão é denominada Palestina, sem qualquer referência a Israel. A Palestina é o termo usado agora por aqueles que querem negar a legítima existência de Israel como uma nação genuína dentre a família das nações. O termo agora adotado pela entidade política dentro de Israel que está gradativamente obtendo mais e mais porções de território através do “processo de paz” é Autoridade Palestina (AP). Embora tenha que tratar diariamente com os documentos oficiais israelenses, a AP odeia usar o termo Israel em qualquer uma de suas comunicações.

       Portanto, “Palestina” deve agora ser considerado um termo de propaganda política com implicações maciçamente anti-Israel. A imprensa mundial usa o termo para questionar a legitimidade do Israel moderno. Os cristãos também têm usado o termo Palestina há séculos para se referirem à Terra Santa. Em tempos passados, isso poderia ser desculpado (embora biblicamente questionável) por causa de seu uso comum. Todavia, à luz da atual guerra de propaganda política contra Israel, os cristãos devem reavaliar o termo “Palestina” e considerar se é um termo bíblica, teológica ou profeticamente correto. 

O uso bíblico de “Palestina”


      O termo Palestina é raramente usado no Antigo Testamento, e quando é usado, refere-se especificamente à área costeira a sudoeste de Israel ocupada pelos filisteus. É a tradução da palavra hebraica “Pilisheth”. O termo nunca é usado para se referir a toda a área de Israel. Antes que Israel se estabelecesse na terra, seria geralmente correto dizer que a área costeira a sudoeste era denominada Filístia (o Caminho dos Filisteus, ou Palestina), enquanto que as áreas centrais mais altas eram denominadas Canaã. Tanto os cananeus quanto os filisteus haviam desaparecido como povos distintos pela época do cativeiro de Judá em Babilônia (586 a.C.), e já não mais existem. No Novo Testamento, o termo Palestina não é usado nenhuma vez. O termo Israel é essencialmente usado para se referir ao povo de Israel, em vez de se referir à Terra. Contudo, em pelo menos duas passagens, Israel é usado para se referir à Terra: 
“...um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino. Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel” (Mt 2.20-21).
“Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem” (Mt 10.23).
       A primeira passagem aconteceu quando José, Maria e Jesus retornaram do Egito para Israel; e a segunda refere-se à proclamação do Evangelho por toda a Terra de Israel. O anjo que falou a José, Mateus e Jesus usam o termo Israel com referência à Terra Santa, embora esse termo não fosse reconhecido pelas autoridades romanas naquela época. Fica claro, então, que a Bíblia nunca usa o termo Palestina para se referir à Terra Santa como um todo, e que os mapas bíblicos que se referem à Palestina no Antigo e no Novo Testamento são, na melhor das hipóteses, imprecisos, e, na pior das hipóteses, são uma negação consciente do nome bíblico de Israel.

A história do termo “Palestina”


       Onde se originou o termo “Palestina”? Como foi que o mundo e a Igreja adotaram o hábito de chamar a terra de Israel de “Palestina”? Um dos guias ás turnês a Israel, Zvi Rivai, um israelense cristão messiânico, que já fez consideráveis pesquisas sobre o assunto, nos informa que, antes do ano 135 d.C., os romanos usavam os termos Judéia e Galiléia para se referir à Terra de Israel. Quando Tito destruiu Jerusalém no ano 70 d.C., o governo romano cunhou uma moeda com a inscrição Iudea Capta, querendo dizer “a Judéia foi capturada”. O termo “Palestina” nunca foi usado nas designações romanas antigas. Foi apenas quando os romanos aniquilaram a segunda revolta dos judeus contra Roma, liderada por Bar Kochba, em 135 d.C., que o imperador Adriano aplicou o termo “Palestina” à Terra de Israel. Adriano, como muitos ditadores de seu tempo, percebeu o poder da propaganda política dos termos e dos símbolos. Ele substituiu os santuários do Templo Judeu e do Sepulcro de Cristo em Jerusalém por templos a deidades pagãs. Ele mudou o nome de Jerusalém para Aelia Capitolina, e mudou o nome de Israel e da Judéia para Palestina. A escolha do termo Palestina por Adriano foi proposital, não acidental. Ele tomou o nome dos antigos inimigos de Israel, os filisteus, latinizou o termo para Palestina, e aplicou-o à Terra de Israel. Ele esperava apagar o nome de Israel de todas as memórias. Desse modo, o termo “Palestina”, da forma que foi aplicado à Terra de Israel, foi inventado pelo inveterado inimigo da Bíblia e do povo judeu, o imperador Adriano. É interessante observar que os filisteus originais não eram, de forma nenhuma, do Oriente Médio. Eram povos europeus do Mar Adriático próximo à Grécia. Deve ter dado prazer a Adriano usar esse termo helenista para a terra dos judeus. De qualquer modo, o termo original “palestinos” não tem absolutamente nada a ver com os árabes.

A adoção do termo “Palestina” pelos cristãos


       Um dos primeiros usos do termo “Palestina” é encontrado nos trabalhos de Eusébio, o historiador da Igreja, que vivia em Cesaréia. Ele escreveu em torno do ano 300 d.C., uma vez que a perseguição romana aos cristãos estava terminando e o imperador Constantino começava a aceitar o cristianismo como legal. Eusébio não aceitou a designação Aelia Capitolina que Adriano deu a Jerusalém, mas usou o termo “Palestina”. O próprio Eusébio considerava ser um dos bispos da Palestina. Assim, o nome anti-Israel e anticristão de “Palestina” foi assimilado ao vocabulário da Igreja à medida que o Império Bizantino ia sendo estabelecido. Desde aquela época, a Igreja tem usado amplamente o termo “Palestina” na literatura e nos mapas para se referir à Terra de Israel. Não obstante, deve-se observar que as Cruzadas chamavam sua terra de Reino de Jerusalém. Entretanto, quando os britânicos receberam o mandato, depois da Primeira Guerra Mundial, eles chamavam os dois lados do rio Jordão de Palestina. Esse se tornou um termo geopolítico aceito por várias décadas, e aqueles que viviam naquela terra eram chamados de palestinos, sendo eles judeus, árabes ou europeus. Até mesmo cristãos evangélicos que crêem no futuro de Israel têm usado o termo “Palestina”. No final de muitas bíblias há mapas intitulados “A Palestina no Tempo de Jesus”. Nunca houve uma Palestina na época de Jesus. Esta é uma grave identificação incorreta. Seria algo como olhar um moderno mapa do estado do Texas com o título “O México no Século XX”. Parece que os cristãos que creem na Bíblia, seja consciente ou inadvertidamente, têm seguido o mundo, os pagãos e os que odeiam Israel ao chamarem Israel pelo nome anti-Israel de “Palestina”. Esse nome é encontrado em muitos mapas bíblicos, em comentários bíblicos e em livros-texto.

A designação adequada da terra


       O uso do termo “Palestina” foi inadequado biblicamente e errado em toda a era da Igreja. Contudo, é mais do que apenas errado, é devastador quando, em nossos dias, o termo “Palestina” é a pedra de esquina da guerra da propaganda política contra Israel e contra o povo judeu. Será que queremos usar termos inventados por aqueles que odeiam a Cristo, a Bíblia e Israel? Será que queremos utilizar termos usados pelos inimigos de Israel que desejam realizar nada menos do que a destruição do povo judeu? Acho que não!

       Os cristãos deveriam usar a terminologia da Bíblia sempre que possível. Por que não voltamos aos termos usados no Novo Testamento? Os escritores dos Evangelhos usaram o termo “Israel” para se referirem à Terra Santa. Por que deveríamos usar qualquer outro termo quando nos referimos à Terra Santa, especialmente agora que os judeus estão de volta a ela e se restabeleceram como a nação de Israel dentre a família das nações?

       À medida que nos aproximamos da Segunda Vinda de Cristo, devemos entender que a fúria de Satanás contra a Igreja e contra Israel irá crescer exponencialmente. Satanás odeia o Evangelho do Messias crucificado e ressurreto, e odeia a realidade da restauração de Israel como nação que finalmente receberá Jesus como Messias em Seu retorno, e a nação que será o quartel-general terreno de Cristo. O único termo que devemos usar para a Terra Santa é Israel, ou suas subdivisões: Judéia, Samaria e Galiléia. Deveríamos empreender todos os esforços para remover o termo “Palestina” de nossos mapas bíblicos e de nossos livros-texto, e usar apenas termos bíblicos com referência à Terra Santa de Israel.

Prof. Saulo Nogueira

Artigo escrito por:
(Thomas S. McCall, Th.D. - Pre-Trib Research Center -http://www.beth-shalom.com.br)