Durante os últimos
séculos, o mundo, inclusive os cristãos, adotou um hábito ruim. Caímos na
armadilha de uma antiga propaganda romana. Temos usado o nome “Palestina”, que
foi colocado no país de Israel pelo imperador romano Adriano no ano de 135 d.c.
Como essa denominação foi usada durante tanto tempo, esse nome se tornou de uso
comum. Porém, ele é tão incorreto quanto seria chamarmos a Rússia de hoje de
“União Soviética”, ou nos referirmos atualmente a Berlim como “Alemanha
Oriental”.
O uso de “Palestina” na atual propaganda política
Está acontecendo agora
uma guerra de propaganda política com o termo “Palestina”. Em um dado momento
no passado, pode-se afirmar que “Palestina” era uma designação inócua da área
do Oriente Médio que é geralmente entendida como a Terra Santa. Durante as
últimas décadas, entretanto, o termo “Palestina” foi adotado pelos árabes que
moram em Israel para designar a área a oeste do rio Jordão. O termo é usado
especificamente para evitar o uso do nome Israel, e deve ser considerado um
termo anti-Israel. Em todos os mapas publicados na Jordânia, no Egito, etc., a
área a oeste do Rio Jordão é denominada Palestina, sem qualquer referência a
Israel. A Palestina é o termo usado agora por aqueles que querem negar a
legítima existência de Israel como uma nação genuína dentre a família das
nações. O termo agora adotado
pela entidade política dentro de Israel que está gradativamente obtendo mais e
mais porções de território através do “processo de paz” é Autoridade Palestina
(AP). Embora tenha que tratar diariamente com os documentos oficiais
israelenses, a AP odeia usar o termo Israel em qualquer uma de suas comunicações.
Portanto, “Palestina”
deve agora ser considerado um termo de propaganda política com implicações
maciçamente anti-Israel. A imprensa mundial usa o termo para questionar a
legitimidade do Israel moderno. Os cristãos também têm usado o termo Palestina
há séculos para se referirem à Terra Santa. Em tempos passados, isso poderia
ser desculpado (embora biblicamente questionável) por causa de seu uso comum.
Todavia, à luz da atual guerra de propaganda política contra Israel, os
cristãos devem reavaliar o termo “Palestina” e considerar se é um termo
bíblica, teológica ou profeticamente correto.
O uso bíblico de “Palestina”
O termo Palestina é
raramente usado no Antigo Testamento, e quando é usado, refere-se
especificamente à área costeira a sudoeste de Israel ocupada pelos filisteus. É
a tradução da palavra hebraica “Pilisheth”. O termo nunca é usado para se
referir a toda a área de Israel. Antes que Israel se estabelecesse na terra,
seria geralmente correto dizer que a área costeira a sudoeste era denominada
Filístia (o Caminho dos Filisteus, ou Palestina), enquanto que as áreas
centrais mais altas eram denominadas Canaã. Tanto os cananeus quanto os
filisteus haviam desaparecido como povos distintos pela época do cativeiro de
Judá em Babilônia (586 a.C.), e já não mais existem. No Novo Testamento, o
termo Palestina não é usado nenhuma vez. O termo Israel é essencialmente usado
para se referir ao povo de Israel, em vez de se referir à Terra. Contudo, em
pelo menos duas passagens, Israel é usado para se referir à Terra:
“...um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino. Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel” (Mt 2.20-21).
“Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem” (Mt 10.23).
A primeira passagem
aconteceu quando José, Maria e Jesus retornaram do Egito para Israel; e a
segunda refere-se à proclamação do Evangelho por toda a Terra de Israel. O anjo
que falou a José, Mateus e Jesus usam o termo Israel com referência à Terra
Santa, embora esse termo não fosse reconhecido pelas autoridades romanas
naquela época. Fica claro, então, que
a Bíblia nunca usa o termo Palestina para se referir à Terra Santa como um
todo, e que os mapas bíblicos que se referem à Palestina no Antigo e no Novo
Testamento são, na melhor das hipóteses, imprecisos, e, na pior das hipóteses,
são uma negação consciente do nome bíblico de Israel.
A história do termo “Palestina”
Onde se originou o
termo “Palestina”? Como foi que o mundo e a Igreja adotaram o hábito de chamar
a terra de Israel de “Palestina”? Um dos guias ás turnês a Israel, Zvi
Rivai, um israelense cristão messiânico, que já fez consideráveis pesquisas
sobre o assunto, nos informa que, antes do ano 135 d.C., os romanos usavam
os termos Judéia e Galiléia para se referir à Terra de Israel. Quando Tito
destruiu Jerusalém no ano 70 d.C., o governo romano cunhou uma moeda com a
inscrição Iudea Capta, querendo dizer “a Judéia foi capturada”. O termo
“Palestina” nunca foi usado nas designações romanas antigas. Foi apenas quando os
romanos aniquilaram a segunda revolta dos judeus contra Roma, liderada por Bar
Kochba, em 135 d.C., que o imperador Adriano aplicou o termo “Palestina” à
Terra de Israel. Adriano, como muitos ditadores de seu tempo, percebeu o poder
da propaganda política dos termos e dos símbolos. Ele substituiu os santuários
do Templo Judeu e do Sepulcro de Cristo em Jerusalém por templos a deidades
pagãs. Ele mudou o nome de Jerusalém para Aelia Capitolina, e mudou o nome de
Israel e da Judéia para Palestina. A escolha do termo Palestina por Adriano foi
proposital, não acidental. Ele tomou o nome dos antigos inimigos de Israel, os
filisteus, latinizou o termo para Palestina, e aplicou-o à Terra de Israel. Ele
esperava apagar o nome de Israel de todas as memórias. Desse modo, o termo
“Palestina”, da forma que foi aplicado à Terra de Israel, foi inventado pelo
inveterado inimigo da Bíblia e do povo judeu, o imperador Adriano. É interessante observar
que os filisteus originais não eram, de forma nenhuma, do Oriente Médio. Eram
povos europeus do Mar Adriático próximo à Grécia. Deve ter dado prazer a
Adriano usar esse termo helenista para a terra dos judeus. De qualquer modo, o
termo original “palestinos” não tem absolutamente nada a ver com os árabes.
A adoção do termo “Palestina” pelos cristãos
Um dos primeiros usos
do termo “Palestina” é encontrado nos trabalhos de Eusébio, o historiador da
Igreja, que vivia em Cesaréia. Ele escreveu em torno do ano 300 d.C., uma vez
que a perseguição romana aos cristãos estava terminando e o imperador Constantino
começava a aceitar o cristianismo como legal. Eusébio não aceitou a designação
Aelia Capitolina que Adriano deu a Jerusalém, mas usou o termo “Palestina”. O
próprio Eusébio considerava ser um dos bispos da Palestina. Assim, o nome
anti-Israel e anticristão de “Palestina” foi assimilado ao vocabulário da
Igreja à medida que o Império Bizantino ia sendo estabelecido. Desde aquela época, a
Igreja tem usado amplamente o termo “Palestina” na literatura e nos mapas para
se referir à Terra de Israel. Não obstante, deve-se observar que as Cruzadas
chamavam sua terra de Reino de Jerusalém. Entretanto, quando os britânicos
receberam o mandato, depois da Primeira Guerra Mundial, eles chamavam os dois
lados do rio Jordão de Palestina. Esse se tornou um termo geopolítico aceito
por várias décadas, e aqueles que viviam naquela terra eram chamados de
palestinos, sendo eles judeus, árabes ou europeus. Até mesmo cristãos
evangélicos que crêem no futuro de Israel têm usado o termo “Palestina”. No final
de muitas bíblias há mapas intitulados “A Palestina no Tempo de Jesus”. Nunca
houve uma Palestina na época de Jesus. Esta é uma grave identificação
incorreta. Seria algo como olhar um moderno mapa do estado do Texas com o
título “O México no Século XX”. Parece que os cristãos
que creem na Bíblia, seja consciente ou inadvertidamente, têm seguido o mundo,
os pagãos e os que odeiam Israel ao chamarem Israel pelo nome anti-Israel de
“Palestina”. Esse nome é encontrado em muitos mapas bíblicos, em comentários
bíblicos e em livros-texto.
A designação adequada da terra
O uso do termo
“Palestina” foi inadequado biblicamente e errado em toda a era da Igreja.
Contudo, é mais do que apenas errado, é devastador quando, em nossos dias, o
termo “Palestina” é a pedra de esquina da guerra da propaganda política contra
Israel e contra o povo judeu. Será que queremos usar termos inventados por
aqueles que odeiam a Cristo, a Bíblia e Israel? Será que queremos utilizar
termos usados pelos inimigos de Israel que desejam realizar nada menos do que a
destruição do povo judeu? Acho que não!
Os cristãos deveriam
usar a terminologia da Bíblia sempre que possível. Por que não voltamos aos
termos usados no Novo Testamento? Os escritores dos Evangelhos usaram o termo
“Israel” para se referirem à Terra Santa. Por que deveríamos usar qualquer outro
termo quando nos referimos à Terra Santa, especialmente agora que os judeus
estão de volta a ela e se restabeleceram como a nação de Israel dentre a
família das nações?
À medida que nos
aproximamos da Segunda Vinda de Cristo, devemos entender que a fúria de Satanás
contra a Igreja e contra Israel irá crescer exponencialmente. Satanás odeia o
Evangelho do Messias crucificado e ressurreto, e odeia a realidade da
restauração de Israel como nação que finalmente receberá Jesus como Messias em
Seu retorno, e a nação que será o quartel-general terreno de Cristo. O único
termo que devemos usar para a Terra Santa é Israel, ou suas subdivisões:
Judéia, Samaria e Galiléia. Deveríamos empreender todos os esforços para
remover o termo “Palestina” de nossos mapas bíblicos e de nossos livros-texto,
e usar apenas termos bíblicos com referência à Terra Santa de Israel.
Prof. Saulo Nogueira
Artigo escrito por:
(Thomas S. McCall, Th.D. - Pre-Trib Research Center
-http://www.beth-shalom.com.br)
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