terça-feira, 29 de julho de 2014

Rubem Alves: lembranças pouco agradáveis. Patrulhamento teológico ou responsabilidade cristã?

“... exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. Judas 1.3

     Vivemos em meio a heresias e distorções do cristianismo histórico, e somos impelidos, pela própria Bíblia a, repetidamente, reafirmar os ensinamentos das Escrituras. É verdade que por vezes cansamos e chegamos a duvidar se vale a pena gastar tempo em tanta discussão. Alguns críticos, neste nosso blog, várias vezes aventaram se não estávamos forçando um pouco a barra em cima dos liberais. Deveríamos falar de outras coisas; de pontos mais positivos. É verdade que ninguém gosta muito de controvérsia. Apesar de umas poucas pessoas darem a impressão de serem alimentadas por dissonâncias de opiniões, a grande maioria, principalmente do Povo de Deus, procura a concórdia e a harmonia. Não nos sentimos bem discutindo questões a toda hora e isso é um reflexo de que Deus nos tem chamado “à paz” (1 Co 7.15). No entanto existe “paz” que pode ser enganosa, superficial e até mortal. Controvérsias doutrinárias, por mais desagradáveis que sejam, ocorrem no seio da igreja. Muitas vezes somos sugados a uma batalha que não nos alegra, nem representa o nosso desejo. Estas ocorrem na época e na providência divina, exatamente para nos testar, para que o nosso testemunho possa ser renovado, para que aqueles que introduzem falsos ensinamentos sejam revelados e identificados na igreja visível. A história já provou como a doutrina verdadeira é depurada, triunfa e é cristalizada e esclarecida às gerações futuras, no cadinho da controvérsia.

     Como bem indica Judas 1.3 (acima), esta é uma luta não só de especialistas ou de algum "clero especializado, mas de todos nós. Temos que ter a consciência de que vivemos uma batalha na qual nossas mentes e corações são testados pelas mais diferentes correntes de pensamento. Ela é vencida quando brandimos a Espada do Espírito – a Palavra de Deus; quando nos empenhamos no estudo das Escrituras e enraizamos suas doutrinas nas nossas vidas, de tal forma que vamos ficando equipados a reconhecer o erro e seus propagadores. Sempre mantendo uma postura cristã no trato, devemos ter firmeza doutrinária sobre o que cremos, principalmente porque existem aqueles que não possuem o mínimo apreço pela Bíblia, mas sorrateiramente possuem seguidores em nossos arraiais.

     Um grande exemplo claro disso foram os convites que eram feitos ao famoso educador, escritor e ex-pastor Rubem Alves para conferências e palestras em igrejas presbiterianas, no início deste século (>2000). Ele estava sendo convidado, apresentado e reverenciado em certos círculos presbiterianos e isso motivou até uma decisão do concílio maior da igreja - para que ele não tivesse a plataforma eclesiástica, contra a qual havia se pronunciado e se insurgido em tantas ocasiões. Agora, com o seu falecimento neste dia 19 de julho de 2014, ressurgem pronunciamentos enaltecendo não apenas as qualificações literárias do falecido, mas também a presença de um suposto espírito cristão elevado e uma mensagem essencialmente cristã em suas palavras e textos.

      Ora, ninguém disputa as grandes qualificações acadêmicas e o enorme talento que o Sr. Rubem Alves possuiu. Ele encantou multidões, principalmente educadores, com suas palestras e livros de histórias. No entanto, como desconhecer que foi uma pessoa que abjurou publicamente da fé? Como ignorar que ele, tanto explicitamente como nas entrelinhas, propagou uma mensagem destrutiva contra os ensinamentos da Palavra de Deus? Se a situação de tietagem teológica equivocada estava se alastrando a um ponto em que o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, definiu explicitamente que ele não deveria ocupar púlpitos da denominação, será que com a sua morte haverá o esquecimento disso e caminhamos para uma quase "canonização" protestante? É claro que o seu nome é alvo da abordagem politicamente correta que, em ocasiões do falecimento, oblitera as falhas e exalta as virtudes, mas o problema é que essa visão enaltece pronunciamentos metafísicos do Rubem Alves, que são letais para a alma. Não podemos passar às gerações à frente a ideia de que tombou no campo de batalha um grande general, ou mesmo soldado, cristão, que foi injustiçado ou incompreendido em suas proposições.

      Se você duvida da propriedade dessa análise (ou até da decisão conciliar da Igreja Presbiteriana), veja algumas frases que Rubem Alves proferiu, em 2004, em uma igreja presbiteriana do Rio de Janeiro que o havia convidado para uma cerimônia (pasmem!) de comemoração da Reforma do Século 16 – logo ele, que é contra tudo o que os reformadores ensinaram. Disse ele: “... Deus criou o homem e viu que era bom. Ser homem deve ser, na realidade, melhor do que ser Deus tanto que Deus se encarnou como homem. Somente um Deus cruel e sádico enviaria seu próprio filho para morrer daquela forma para pagar os pecados humanos. Essa ideia é construção do medievalismo. Acho que Deus quis ser homem porque ser homem deve ser melhor do que ser Deus”.

     Acho que dá para entender por que não podemos deixar passar esse resgate de sua biografia em branco. Faz parte do "batalhar pela fé". Deus é todo-poderoso e não precisa de nós para cumprir seus propósitos. Na realidade, é o próprio Cristo que nos ensina que “as portas do inferno” não prevalecerão sobre a sua igreja. No entanto, é a sua Palavra que nos comissiona a vigiar e orar; a estarmos alerta porque Satanás está nos rodeando, almejando a nossa queda. Que Deus nos capacite e nos dê discernimento sobre a multidão de ensinamentos falsos que estão infiltrados no meio dos evangélicos pela ação dos falsos mestres. Rubem Alves pode ser lembrado como um grande escritor e exímio contador de estórias, mas nunca como um teólogo, ou como alguém que tinha uma mensagem verdadeira das coisas espirituais.

***
Fonte: O Tempora, o mores! 
Comentário do Púlpito Cristão (Leonardo Gonçalves):

     Morreu Rubem Alves. Agora um monte de gente que nunca leu uma linha do que ele escreveu está postando mensagens melosas sobre a genialidade do cara. Muitas notas absurdas acerca da contribuição teológica de Rubem Alves foram postadas nas redes sociais, como se ele fosse um grande teólogo a quem todos deveríamos ouvir. Nada mais distante da verdade.
Alves negou as principais doutrinas cristãs e se referia ao cristianismo histórico com desprezo e zombaria:
"Hoje as ideias centrais de teologia cristã em que acreditei não significam nada para mim: são cascas de cigarras vazias. Não as entendo. Não as amo. Não posso amar um Pai que mata o Filho para satisfazer sua justiça" (Alves, Rubem. Isto É, 20/12/2000, p. 90)
      Como qualquer outro, lamento a morte dele. Mas verdade seja dita: Rubem Alves era um apóstata. Seus escritos eram cheios de religiosidade "hippie" (Paz e amor sem cristianismo nem cruz) e nenhuma base biblica. Ele deixou de ser evangelico e protestante ha muito tempo. Seus escritos teologicos eram engendros do inferno. Lamento sua morte. Gostaria que ele tivesse se arrependido antes de partir.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

A IURD quer costurar o véu que Jesus rasgou.

No próximo dia 31 de Julho, será a inauguração do grande "templo de Salomão", na cidade de São Paulo e a igreja Universal do Reino de Deus divulgou um vídeo falando sobre as regras para poder entrar no Santuário. O bispo Renato Cardoso, genro do bispo Edir Macedo, aparece no vídeo narrando as regras e avisando aos visitantes do Templo que todos serão revistados na porta e que não serão permitidos máquinas fotográficas, celulares, tablets e outros aparelhos eletrônicos que registrem imagem ou áudio. A revista também vai barrar objetos cortantes e outros utensílios que podem ser usados como arma. Segundo ele, o objetivo é preservar o templo e a integridades de seus visitantes. Nesse primeiro momento, só poderão entrar no Templo de Salomão os participantes das caravanas vindas dos cenáculos da IURD espalhados pelo país, onde todos os Iurdianos  receberão uma credencial com a data exata da visita e terão que chegar com 45 minutos de antecedência para o culto, faltando 15 minutos para iniciar a reunião as portas serão fechadas e ninguém mais poderá entrar.
     No vídeo o bispo Renato Cardoso reforça sobre as vestimentas, dizendo que pessoas vestidas com decotes, roupas curtas, bermudas, bonés, camisetas com dizeres comerciais, políticos ou esportivos serão impedidas de entrar na megaigreja. Bom, até aí tudo bem, pois em relação as vestimentas e como se portar no Templo (lugar de adoração), isso deveria ser observado em qualquer culto cristão. O grande problema é que a Universal quer costurar o véu, que Jesus Cristo rasgou, conforme nos diz o livro de Hebreus:
"Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus," (Hebreus 10:20-21) (cf. Mt. 27.51)
A IURD está restaurando o que Jesus rasgou, o véu do Templo.
      No próprio vídeo acima, percebemos que no finalzinho aparece um grande véu na frente do púlpito, onde com certeza, atrás desse véu estará a imponente "Arca da Aliança", representando a "presença de Deus" e os "sacerdotes", prontos para os mais variados sacrifícios financeiros. O próprio Líder dessa Seita, o bispo Edir Macedo, já está com sua "barba de molho", só esperando para começar seus trabalhos. Além disso os pastores serão chamados de Levitas, além de Menorah, óleo consagrado, Shofares e outras usurpações do culto no Antigo Testamento. 
     Além de ser uma clara usurpação da fé dos Judeus, a IURD deixa bem claro que o seu templo não é apenas mais uma de suas Mega igrejas, mas de fato esse é o verdadeiro Templo de Salomão, pois fica bem explícito no vídeo essa intenção, já no início quando ele diz que as pessoas deverão se vestir como se fossem encontrar com o próprio Deus, fazendo uma clara alusão ao texto de 2Cr. 7.12-22, 
"... o Templo de Salomão é a casa de Deus. O Próprio Deus chamou o Templo de a Minha Casa".
     Fazendo uma ligação com o texto de de 2 Crônicas, o bispo Renato tenta fraudar o texto original, fazendo parecer que o texto faz referência ao atual Templo, construído no Bráz, demonstrando sua grande desonestidade exegética. O pastor e teólogo Bruno dos Santos cita: "8 RAZÕES PORQUE NÃO IREI AO TEMPLO DE SALOMÃO DA IURD!"
      "Pela grandiosidade, este templo é mais uma obra faraônica do que cristã, porém existem alguns motivos que me levam a crer que estamos diante de um problema para a fé evangélica. Por que acredito que este templo não pode glorificar a Deus? Algumas objeções:"
1 – As pessoas vão cultuar espaços físicos no lugar de Deus.
2 – Haverá peregrinações como se fosse um lugar sagrado.
3 – Se criará mais um fomento do mercado religioso brasileiro.
4 – Voltar a “adorar” a simbologia do Antigo Testamento é um retrocesso da fé cristã.
5 – Apesar da afirmação “Feito para a glória de Deus”, o templo de Salomão não servirá ao pobre, à viúva, ao necessitado, ao desalojado e ao órfão, mas todas as pessoas servirão o templo e sustentarão seus gastos.
6 – Deus não está em templos feitos por mãos humanas, mas habita em pessoas através do seu Espírito. Os cristãos são o verdadeiro templo do Espírito de Deus. (At 17:24)
7 – A obra abrigará a tumba da família MACEDO.
8 – Por último deixo a opinião deste rabino do Temple Institute, em relação ao Templo de Salomão, uma usurpação à fé alheia. Vejam:
      O que esses pastores estão precisando é parar de bobagens e começar a ler a Bíblia, a Palavra de Deus, para compreenderem um pouco mais á respeito da simplicidade do Evangelho.
"Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado." (1 Coríntios 3:16-17 ) (NVI)    
"Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar". Jesus declarou: "Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém. Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade". (João 4:20-24) (NVI)
"O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor do céu e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas." (Atos 17:24-25) (NVI)

     "Edir Macedo está explorando uma doutrina chamada “Templocentrismo”. Onde o conceito de adoração à uma divindade está relacionada apenas com o templo físico, assim como se fazia no Egito antigo e em outras religiões e culturas politeístas. Devemos lembrar que o templo era destinado apenas para atos religiosos e sacrifícios, e administrado pelo sumo sacerdote. Já as sinagogas eram várias, e eram destinadas à oração, ensino, leitura da Palavra, e interpretação do Velho Testamento. Muito mais parecido com qualquer igreja séria de nossos dias."

     Além disso o próprio Jesus repudiou veementemente os Judeus do seu tempo, por transformarem o Templo que Deus permitiu que Salomão construísse, em um centro religioso, que valorizava mais uma religiosidade vazia do que a misericórdia e o amor, transformando a espiritualidade do povo em comércio, exatamente como faz a IURD. Jesus em momento algum faz referência ao Templo de sua época, como primordial para a fé que estava sendo difundida por ele, a saber o cristianismo, mas ao contrário disse: 
"Eu lhes digo que aqui está o que é maior do que o templo. (Mateus 12:6) e posteriormente, após seus discípulos lhe mostrarem a grandiosidade do Templo reformado por Herodes, Ele disse:
"Vocês estão vendo tudo isto? ", perguntou ele. "Eu lhes garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; serão todas derrubadas".(Mateus 24:2)
      "Jesus revolucionou conceitos e padrões impostos pela interpretação da Lei e o rigor religioso judaico. Jesus usava as sinagogas, mas também os campos e os montes. Ele jamais impôs um lugar apropriado para adorar a Deus. Por isso temos a liberdade de adorarmos o Senhor num templo ou mesmo em nossos lares. Em uma fazenda ou dentro da mais humilde e simples igreja construída. Jesus não aprovou um lugar específico. Por isso podemos ser discípulos de Jesus onde estivermos.

    Jesus aboliu qualquer templocentrismo. A atitude de Macedo reforça novamente o rigor das regras, os preceitos duros, os atos religiosos, e os votos pagãos. Podemos notar isso dentro do próprio esquema proposto pelo Templo de Salomão em São Paulo.

1. Edir Macedo juntamente com outros pastores faz o “voto” de não cortar a barba até a conclusão das obras.
2. Existe uma série de regras para adentrar o Templo da Universal, fazendo assim acepção de pessoas.
3. O lugar é considerado sagrado e deve ser adorado. Esta idéia esta baseada nos “pontos de contato”, doutrina difundida por Edir Macedo, em que a pessoa usa um utensílio físico para aumentar a sua fé.
4. O investimento levantado para a construção do lugar exigirá um retorno deste recurso, a ênfase deste templo será a exploração financeira e o marketing  para a IURD."
5. Não existe em toda a construção qualquer símbolo relacionado com o Novo Testamento, apenas com o Velho Testamento. A menorá, a arca da aliança, etc...Um retorno ou retrocesso à Lei."

     Jesus valorizava a verdadeira fé, que não dependia mais do Templo, (tanto é que Jesus profetizou sua destruição pelos romanos no ano 70 d.C.), nem de sacrifícios, mas baseada no Amor e na Misericórdia.

      Diante do exposto, devemos orar à Deus que abra os olhos da liderança dessa denominação dita cristã, para que eles se lembrem de onde caíram e voltem á pratica do Verdadeiro Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Professor Saulo Nogueira

Fonte:Gospel PrimeBlog do Bruno







quinta-feira, 17 de julho de 2014

Os "gigantes" sobreviveram ao Dilúvio?

    Recentemente, o Pastor Caio Fábio em uma entrevista dada ao programa The noite, conforme postado aqui, disse que os gigantes (nefilins)  haviam sobrevivido ao dilúvio e que Noé e sua família não eram os únicos sobreviventes. Para ele a narrativa de Gênesis era apenas o "olhar de um observador finito", ou seja, aquela narrativa estava mostrando apenas o ponto de vista do observador Noé em relação ao Dilúvio. Porém essa afirmativa contraria a inspiração divina do aludido Livro, além de contradizê-lo.

      A primeira pergunta que nos vem á mente é quem são esses nefilins?

 
     Os nefilins eram homens de grande estatura, gigantes e poderosos sobre a face da terra. Não eram frutos de uma relação sobrenatural entre anjos e humanos, conforme foi desmistificado nesse artigo e nem eram homens com vários metros de altura, mas possivelmente com seus 3,10 m como era Golias. Eles já existiam antes dos casamentos entre a linhagem piedosa de Sete, com os descendentes de Caim e simplesmente eram homens comuns, com uma força e estatura acima da média, ou como trazem algumas traduções, eram os homens de poder e influência da época. Algumas pessoa pensam que pelo fato deles serem mencionados em Gn. 6 (antes do Dilúvio) e em Nm. 13.33, eles sobreviveram á catástrofe.
"Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos. (Números 13:33)
     O fato deles serem descendentes dos gigantes, não significa necessariamente que eles mantiveram uma linhagem ininterrupta, sobrevivendo ao Dilúvio e chegando aos dias de Josué. Eram da descendência, mantinham as mesmas características genéticas dos seus antecessores, repassadas pela linhagem dos filhos de Noé, seus parentes. Hoje mesmo, vemos pessoas que nascem com uma estatura bem acima da média, sendo seus pais de estatura mediana, sem sofrerem de qualquer anomalia. Claro que não podemos comparar homens grandes de hoje, com aqueles homens da antiguidade, que talvez devido a uma genética mais privilegiada, (que talvez com o tempo e aos grandes cruzamentos e variações de genes, essa característica tenha se perdido) chegavam a um tamanho e força de forma natural, sem a necessidade de uso de qualquer substância anabólica.

     Não eram tão comuns, como se percebe nos textos de Samuel, e quando existiam, eram prontamente colocados como os seus "campeões", para travarem batalhas individuais, que resultariam em entrega do exército inimigo conforme o texto de 1Sm. 17:8-10
"E parou, e clamou às companhias de Israel, e disse-lhes: Para que saireis a ordenar a batalha? Não sou eu filisteu e vós servos de Saul? Escolhei dentre vós um homem que desça a mim. Se ele puder pelejar comigo, e me ferir, a vós seremos por servos; porém, se eu o vencer, e o ferir, então a nós sereis por servos, e nos servireis.Disse mais o filisteu: Hoje desafio as companhias de Israel, dizendo: Dai-me um homem, para que ambos pelejemos."
     Em relação ao fato de que algum gigante ou qualquer outra pessoa tenha sobrevivido ao Dilúvio, o próprio livro de Gênesis diz, sem sombra de dúvida, que não sobrou ninguém:
"Porque eis que eu trago o dilúvio sobre a terra, para destruir, de debaixo do céu, toda a carne em que há espírito de vida; tudo o que há na terra expirará. (Gênesis 6:17)
     Essa era a intenção do Senhor, purificar a terra através da destruição do dilúvio. E percebemos que isso foi cumprido cabalmente:
"Pereceu toda a carne que se movia sobre a terra, tanto ave como gado, animais selvagens, todo réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem." (Gênesis 7:21) (grifo meu)    
     Bom, isso já seria suficiente. Mas vamos ver se conseguimos mai argumentos para o nosso ponto de vista. Será que os escritores do Novo Testamento acreditavam que gigantes sobreviveram ao Dilúvio? 

   Pedro na sua segunda carta nos diz:
"se não poupou ao mundo antigo, embora preservasse a Noé, pregador da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios;" (2 Pedro 2:5) (grifo meu).
     Deus reduziu a população global para apenas oito pessoas, destruindo completamente o restante da população. Se alguém crê num Dilúvio universal deve também crer nessa afirmativa. 
      Agora vamos ver o que O Senhor Jesus nos diz sobre quantos sobreviveram ao Dilúvio:
"Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem." (Mateus 24:38-39). (grifo meu)
     Para quem crê na inerrância Bíblica e na sua inspiração Divina e infalibilidade, como eu creio, esses versículos são suficientes para refutar a argumentação de que outras pessoas se salvaram. Além do mais, Deus mandou essa grande catástrofe hídrica, justamente para exterminar toda a raça humana, e tenho certeza de que o Senhor não cometeria tão grosseiro erro de permitir que alguns "gigantes" escapassem pelo Seu descuido. Dizer que alguns se salvaram sem se utilizar da Arca, é como dizer que é possível se salvar hoje por outro caminho a não ser Jesus Cristo.    

     Mas não seria possível, essa ser uma afirmação apenas do ponto de vista do observador, como disse Caio Fábio? A resposta é não! Vejamos:

- Quem escreveu o livro de Gênesis foi Moisés, não Noé;
- Moisés tinha uma visão universal dos fatos, pois foi o próprio Deus quem o revelou;
- Jesus no Novo Testamento, também com sua visão Divina e universal, confirma que todos foram destruídos;
-Pedro, inspirado na sua segunda epístola confirma a visão de Jesus;
-Não nos resta outra opção a não ser ficar com a opinião de Jesus, que com certeza sabe mais sobre algo que Ele presenciou.

Prof. Saulo Nogueira
Paz a todos que estão em Cristo Jesus.



segunda-feira, 14 de julho de 2014

Grandes heresias Neo pentecostais

"apóstolo" Agenor Duque ungindo o sal da campanha
     É com lágrimas nos olhos e com uma indizível dor no coração que posto esses vídeos, denunciando mais uma vez a fraude, a falsidade e a heresia. Esse é o fardo do apologista, condenar as invencionices e mentiras de todas as religiões, seitas e seguimentos hereges muitas vezes dentro da própria "igreja". A bola da vez é o "apóstolo" Agenor Duque, da igreja Apostólica Plenitude do Trono de Deus. Esse coloca o Macedo no bolso e inventa cada campanha que "até Deus duvida". Esses rituais tem tido uma repercussão tão grande que atraiu a atenção da mídia internacional. Um dos “atos proféticos” da Igreja Apostólica da Plenitude do Trono de Deus em que o apóstolo “ungiu” 50 Kg de sal e espalhou o condimento no templo para que os fiéis participassem do rito foi destaque no portal em língua espanhola Acontecer Cristiano.

     A ideia é representar a batalha de Davi, no livro de 2Sm 8.13, quando o rei enfrentou 18 mil soldados no vale do sal (a questão é que a vitória de Davi não tem nada a ver com o sal, o texto fala simplesmente que a batalha se deu no vale do sal). Fiéis, obreiros e pastores auxiliares caminharam ajoelhados por cima do sal, e ao término do “ritual sagrado”, os frequentadores da igreja jogavam sal em seus corpos, como se preparassem para uma guerra. A foto do momento em que o apóstolo ora pelo sal mostra os fiéis da denominação à espera do final do ritual para que possam ser “ungidas” através do condimento.


Assista o Vídeo:

Vale do sal

     Até que ponto chega a insanidade desse povo, dizer que "em qualquer lugar em que se lançasse esse sal a maldição ia ser quebrada." Peraí gente. Agora o negócio ficou sério. Isso chega a ser blasfêmia. Aqui há uma total substituição do sacrifício de Jesus, pelo sal da campanha, além de contradizer e corromper brutalmente o texto Bíblico. Maldições só são quebradas mediante a fé verdadeira em Jesus Cristo, submissão completa ao Seu Senhorio e observância da sua Palavra. Não tem ritual, não tem mandinga, não tem sal. Estão tentando distorcer a a simplicidade do Evangelho, em prol de uma teologia fajuta, corrompida e mentirosa. Pra não ficar só nas minhas palavras:
"Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;" (Gálatas 3:13)
     É claro que num primeiro momento, o texto acima se refere a maldição da Lei, mas nos dá  base para relacionar o texto com qualquer maldição sobre as nossas vidas. Os pastores devem ensinar as pessoas que se elas querem ficar livres de seus vícios, enfermidades espirituais, depressões e angústias, elas devem se lançar nas profundezas da Graça de Deus, receber o Seu Santo Espírito, que é o único agente transformador de vidas e fazer parte da videira Verdadeira que é o próprio Cristo. Receita simples e infalível. Mas por quê não ensinam assim? Porque eles querem show, não Evangelho. Querem espetáculo, não santidade. Querem amuletos para que as pessoas sejam escravizadas por eles, não compromisso com as Sagradas letras. Querem promessas, não o Deus da promessas. Querem facilidade, e não tomarem sua cruz e abrir mão do seu eu. Mas esse tipo de Evangelho ninguém quer, pois ele saiu de moda numa sociedade hedonista que só busca satisfação própria e alimentar seu próprio ego. São soberbos e nada sabem, e dão força com seus discursos inflamados, recheados de auto ajuda e prosperidade, prometendo aquilo que o Evangelho não promete:
"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos,e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas." (2 Timóteo 4:3-4)
"E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição." (2 Pedro 2:1)
Abaixo mais alguns vídeos das campanhas mais absurdas e mirabolantes:

As 7 águas mais poderosas do mundo
óleo de fogo

Via : Gnotícias





quarta-feira, 9 de julho de 2014

Estudantes se surpreendem com a precisão bíblica

Estudantes de Física avançada da Universidade de Leicester receberam a missão de determinar se as dimensões bíblicas da arca de Noé – assumindo que foi bem construída – poderiam suportar a massa de 70 mil animais. O estudante Kayie Raymer disse ao The Telegraph (Reino Unido) que, depois de outros projetos “mais sérios”, esse foi “algo de diferente”.[1] O que foi que os alunos universitários apuraram? Usando 48,2 centímetros como o comprimento do cúbito para estimar a dimensão total da arca, e usando a densidade da água e o princípio de flutuabilidade de Arquimedes, os estudantes calcularam a massa total que a arca poderia conter sem afundar. Segundo o The Telegraph, embora não citando qualquer fonte, “pesquisas prévias sugeriram que existiam aproximadamente 35 mil espécies de animais que precisariam ser salvas por Noé”. Duplicando esse número para contabilizar os machos e as fêmeas de cada espécie, o grupo estudantil estimou que a Arca precisava ter contido aproximadamente 70 mil criaturas.

Para surpresa dos alunos, foi apurado que essa quantidade de animais não excedia a massa total que a Arca poderia conter. O estudante de Física Thomas Morris disse o seguinte ao The Telegraph: “Não se pensa na Bíblia necessariamente como uma fonte de informação cientificamente acertada, e, como tal, ficamos relativamente surpreendidos quando descobrimos que a Arca poderia funcionar.”

Os estudantes publicaram seus resultados no Journal of Physics Special Topics, da Universidade de Leicester. Os resultados dos estudantes, que se basearam numa estimativa de 70 mil criaturas, excede as expectativas Bíblicas, dando mais segurança à crença de que a Arca poderia conter tudo o que precisava – incluindo a comida e até água.

As criaturas sofrem variações dentro dos limites do seu “tipo” ou dentro das suas formas fundamentais, e, como tal, Noé não precisaria levar todas as “espécies” – termo moderno que parece ter tantas definições quanto o número de pesquisadores que o usam.

O que dizer dos detalhes bíblicos fornecidos em Gênesis que colocaram ênfase nos sete de cada tipo de ave – provavelmente com o significado de sete pares de cada tipo de ave – dentro da Arca de Noé? Se nessa situação as “espécies” atuais fossem substituídas pelos “tipos” básicos, então o número total de aves muito provavelmente excederia a capacidade da Arca.

No entanto, os biólogos criacionistas têm vasculhado a literatura disponível em busca de registos (focados na reprodução doméstica) que possam ser úteis para se estimar quais as “espécies” que muito provavelmente pertenciam a um “tipo”.[2] Por exemplo, estudos relativos à reprodução colocam os pardais e os tentilhões dentro do mesmo “tipo”.[3]

Em vez de mil “espécies” de pardais ou de tentilhões, dentro da arca muito provavelmente encontravam-se 14 representantes do grupo pardal-tentilhão. Se formos aplicar esse princípio a todas as “espécies” da arca, isso reduziria de modo drástico as 70 mil criaturas estimadas pelos estudantes da Universidade de Leicester.

O livro Noah’s Ark: A Feasibility Study, do pesquisador criacionista John Woodmorappe, estimou que o número de “tipos” presente na arca, combinando o número de famílias de criaturas terrestres que respiram pelas narinas, existentes e extintas, era de oito mil – totalizando 16 mil criaturas, incluindo sete pares de aves e animais limpos.[4] Isso haveria de requerer apenas um terço do volume da Arca, deixando bastante espaço para as provisões e para as pessoas.

É espantoso o que acontece quando a precisão da Bíblia é testada. Segundo o The Telegraph, os estudantes de Física da Universidade de Leicester “ficaram surpreendidos por descobrir que a arca poderia ter flutuado”.[1]

Quão mais surpreendidos ficariam eles se viessem a descobrir que a arca não só poderia ter flutuado, como poderia ter transportado seus passageiros e as provisões durante um ano, tal como dizem as Sagradas Escrituras?

Uma vez que a Bíblia contém verdades espirituais, descobrir ao mesmo tempo que ela também regista verdades históricas revela-se algo “mais sério” do que os estudantes secularizados suspeitavam de início.

“Provai e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nEle confia” (Salmo 34:8).

Referências:
1. Knapton, S. “Noah’s Ark would have floated... even with 70,000 animals”. The Telegraph. Posted on telegraph.co.uk, April 3, 2014, accessed April 3, 2014.
2. Henigan, T. “An initial estimate toward identifying and numbering the ark turtle and crocodile kinds”. Answers Research Journal. 7 (2014): 1-10.
3. Lightner, J. K. 2010. “Identification of a large sparrow-finch monobaramin in perching birds (Aves: Passeriformes)”. Journal of Creation. 24 (3): 117-121
4. Woodmorappe, J. 1996. “Noah’s ark: a feasibility study”. Santee, CA: Institute for Creation Research.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A expressão "filhos de Deus" em Gênesis 6.2 refere-se a anjos?

     Alguns eruditos Bíblicos, baseados na passagem de Gênesis 6, tem afirmado categoricamente que os "filhos de Deus" são anjos que mantiveram relação sexual com mulheres e dessa relação nasceram seres híbridos, que se tornaram gigantes e poderosos sobre a terra, os "varões de renome". De fato, essa é uma questão muito controversa, que traz uma grande dor de cabeça para aqueles que tentam interpretar esse texto á luz de outra passagens Bíblicas. Esse talvez seja um dos textos onde haja maior grau de dificuldade de interpretações, pois dependendo das conclusões que o estudante chegar, ele se verá diante de outros dilemas.  Henry Halley, em seu Manual Bíblico, deixa a questão suspensa:
"Os filhos de Deus (Gen.6.2), pensa-se terem sido os anjos caídos, a que talvez se refiram 2 Pe. 2.4 e Jd.6, ou pessoas de evidências das famílias Setitas que se misturaram pelo casamento com os ímpios, descendentes de Caim. Tais casamento anormais, qualquer que fossem, encheram a terra de violência.

      John F. MacArthur acredita que são anjos que coabitaram com as filhas dos homens:
"Os filhos de Deus, identificados em outro lugar, quase que exclusivamente como anjos (jó 1.6;2.1;38.7), viram e tomaram esposas da raça humana. Isso gerou uma união sobrenatural que violava a ordem dada por Deus a respeito do casamento e da procriação (Gn. 2.24)(...) a passagem coloca forte ênfase no contraste entre e angélico versus humano. O NT coloca esse relato na sequencia com outros acontecimentos de Gênesis e identifica-o como envolvendo anjos caídos que habitavam em sere humanos (2 Pe. 2.4; jd. 6). A passagem de Mateus não nega, necessariamente, a possibilidade de os anjos serem capazes de procriar, mas diz apenas que eles não se casam. Para procriarem fisicamente eles teriam que possuir um corpo humano masculino". 

     MacArthur já se previne das perguntas que surgiriam baseado em Mt. 22.30 e, por mais que creia que exista a possibilidade dos anjos terem tomado esposas na raça humana, ele nega que essa relação gerou os gigantes:
" A palavra Nephilim, provém de uma raiz que significa "cair" (naphal), indicando que eles eram homens muito fortes que "caíram"sobre outros no sentido de superá-los em força (o único outro uso desse termo se encontra em Nm. 13.33). Os gigantes já estavam na terra quando os "valentes, varões de renome" nasceram. Os caídos não são fruto dessa união"
Essa explicação encontra uma grande quantidade de adeptos e é uma teoria muito bem aceita nos meios acadêmicos e entre alguns dos Pais da Igreja. Norman Geisler, jogando ainda mais lenha na fogueira nos dá mais uma alternativa:
"Alguns eruditos bíblicos creem que a expressão "filhos de Deus" seja uma referência à linhagem piedosa de Sete (através da qual viria o redentor - Gn 4:26), que se entremeou com a linha ímpia de Caim. Eles alegam que: (a) isso se coaduna com o contexto imediato; (b) evita todo o problema decorrente da interpretação de que eram anjos; (c) está de acordo com o fato de que os seres humanos também são mencionados no AT como "filhos" de Deus (Is 43:6). Outros estudiosos acreditam que "filhos de Deus" seja uma referência a grandes homens, a "varões de renome na antiguidade". Apontam para o fato de que o texto refere-se a "gigantes" e "valentes" (v. 4). Ainda, isso evita o problema de os anjos (espíritos) coabitarem com seres humanos. Outros ainda combinam estas interpretações e especulam que os "filhos de Deus" eram anjos que "não guardaram o seu estado original" (Jd 6) e que na realidade possuíram seres humanos, levando-os a um cruzamento com "as filhas dos homens", produzindo assim uma raça superior, cuja semente foram os "gigantes" e os "varões de renome". Esta posição parece explicar todos os pontos, exceto o problema insuperável de os anjos, não tendo corpos (Hb 1:14) e sendo assexuados, coabitarem com seres humanos."
     Talvez Geisler não tenha notado, mas essa terceira opção traz ainda outro problema: Se o fato de demônios possuírem homens e esses homens manterem relações sexuais com mulheres, e dessa relação nascerem seres híbridos, hoje teríamos esses seres híbridos nascendo o tempo todo, pois existem muitas pessoas que são morada dos espíritos imundos hoje ainda. A não ser que esses anjos, sejam diferentes ou façam parte de uma hierarquia mais elevada, ou sejam os próprios anjos incorporados em forma humana, conforme Gn.18 e 19.4-5, que pareciam de fato humanos de carne e osso, a ponto dos habitantes de Sodoma e Gomorra quererem ter relações sexuais com eles. Mas isso não resolve a questão.

     Flávio Josefo, na sua Obra História dos Hebreus, escreveu:
"...Não prestavam mais a Deus a honra que lhe era devida nem exerciam mais a justiça para com os homens, mas se entregavam com mais ardor ainda a toda sorte de crimes, enquanto os seus antepassados se haviam dedicado à prática de toda espécie de virtudes. Assim, atraíram sobre si a cólera de Deus, e os grandes da terra, que se haviam casado com as filhas dos descendentes de Caim, produziram uma raça indolente que, pela confiança que depositavam na própria força, se vangloriava de calcar aos pés a justiça e imitava os gigantes de que falam os gregos."
     Na visão de Josefo, os filhos de Deus, são aqueles que mantiveram a pureza do culto verdadeiro á Deus, contrariamente aqueles que se corromperam da linhagem de Caim. Na mesma linha de raciocínio, Gleason Archer, na sua Enciclopédia de temas Bíblicos, diz que os filhos de Deus, se referem a linhagem piedosa de Sete, que se relacionou com a linhagem impiedosa de Caim. Ele diz:
"O termo "filhos de Deus" (bene elohim) é empregado no AT para anjos ou homens, verdadeiros crentes, compromissados totalmente com a obra de Deus. Entre as passagens que se referem a anjos como bene elohim estão Jó 1.6; 2.1; 38.7; Salmos 29.1; 89.6 (89.7 no Texto Massorético). (...)
     O que Gênesis 6.1, 2, 4 registra é a primeira ocorrência de casamento misto entre crentes e incrédulos e o resultado característico de tais uniões: total falta de testemunho do Senhor e pleno desprezo pelos padrões morais. Em outras palavras, os "filhos de Deus" dessa passagem eram descendentes da linhagem piedosa de Sete. Em vez de permanecer fiéis ao Senhor e leais à sua herança espiritual, permitiram-se ser tentados e seduzidos pela beleza de mulheres ímpias, as "filhas dos homens" — a saber, as seguidoras da tradição e do exemplo de Caim. O resultado desses casamentos foi a depravação da natureza humana, no tocante às gerações mais jovens, até que as civilizações antediluvianas se afundaram na iniqüidade e na perversão. "O SENHOR viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal" (v. 5). O resultado inevitável foi o julgamento, a terrível destruição pelo Dilúvio. Talvez fosse necessário aqui um último comentário sobre os anjos. Se admitíssemos que os espíritos conseguem, de alguma forma, manter relações sexuais com seres humanos — e eles não podem — nem assim deveriam enquadrar-se na passagem que estamos estudando. Caso fossem demônios, isto é, seres decaídos que seguiram Satanás, de modo algum poderiam ser chamados "filhos de Deus". Os espíritos maus destinados ao inferno jamais são assim designados ("filhos de Deus") nas Escrituras. Tampouco poderiam ter sido anjos de Deus, visto que estes vivem em obediência total ao Senhor. Não têm outro objetivo ou desejo senão o de fazer a vontade de Deus e glorificar seu nome. Portanto, está fora de cogitação qualquer envolvimento sórdido de anjos, como "filhos de Deus", com jovens mulheres impiedosas. Portanto, a única explicação viável é a que apresentamos no parágrafo anterior.
     As ocorrências de bene elohim com referência a homens que têm um relacionamento de aliança com Deus são tão numerosas no AT quanto aquelas que se referem a anjos (cf. Dt 14.1; 32.5; Sl 73.15; Os 1.10 — e, cremos, Gn 6.2 também). As razões por que entendemos que Gênesis 6.2 refere-se a membros da família da aliança, descendentes da linhagem de Sete, são muito fortes. As Escrituras ensinam com clareza que os anjos são espíritos, "espíritos ministradores, enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação" (Hb 1.14). Embora possam de vez em quando aparecer sob forma corpórea semelhante a homens, não têm corpo físico e, por isso, não conseguem manter relações sexuais com mulheres. A especulação rabínica de que Gn 6.2 faz referência a anjos constitui uma curiosa intrusão de superstição pagã sem nenhuma base nas Escrituras. A idéia de seres humanos incomuns dotados de estatura gigantesca (nefilins, v. 4) terem resultado desses casamentos não se baseia em nenhuma evidência de paternidade angelical. Não consta que os filhos de Anaque ou Golias e seus irmãos tivessem ligação com os anjos por causa de sua grande estatura; tampouco há razões para supor que os gigantes antediluvianos tinham ascendência angélica."
     Complementando a visão de Archer: se os gigantes fosse descendentes dessa união de anjos com humanas, teríamos que admitir então que além de Noé e sua família, os gigantes também sobreviveram ao Dilúvio e Deus foi frustrado no seu intento, pois existiam gigantes também depois do dilúvio. A única explicação que nos resta é admitir que os homens de grande estatura depois da grande catástrofe hídrica (que não eram tão altos assim como as pessoas imaginam com 11 metros de altura, mas talvez como Golias com seus 3,10 m de altura) são filhos de seres humanos normais, pois não existe nenhuma evidência de paternidade angelical. (cf. Nm. 13.33 e 1 Sm.17.4)

    A argumentação de Gleason Archer é mais plausível e que se melhor harmoniza com o restante das Escrituras, ou seja, os filhos de Deus são a descendência piedosa de Sete (chamados assim por fazerem a vontade soberana de Deus) em contraste com os filhos dos homens, que seguiram a dissimulação de Caim, chamados assim, por representarem a humanidade corrompida e por tentarem destruir a promessa da descendência da Mulher, ou seja, o Messias prometido.

Mas e 2Pe. 2.4 e Jd. 6 ?

"Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo;" (2 Pedro 2:4)
 "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;" (Judas 1:6)
     Os textos em questão fazem apenas referências á grandes juízos de Deus, sobre anjos e humanos. Alguns estudiosos fazem ligações entre esses textos e Gn. 6, devido ao fato de Pedro, por exemplo, após citar os versículos supra citados, fala acerca do Dilúvio:
"E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; (2 Pedro 2:5)
     Pedro apenas faz uma análise dramática do juízo de Deus sobre aqueles que desobedeceram as ordens Divinas, ensinando heresias de perdição:
"E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. (2 Pedro 2:1-3
     Assim como Deus não poupou nem os anjos, ele não poupará os falsos mestre e falsos doutores. Já Judas faz a citação dos anjos, porém se cala em relação ao Dilúvio, citando, assim como Pedro a destruição de Sodoma e Gomorra. Tentar fazer um paralelo entre esses textos e Gênesis é fazer uma interpretação forçada.

Prof. Saulo Nogueira
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Bibliografia:
L. Archer jr, Gleason; Enciclopédia de Temas Bíblicos;
Henry, Halley; Manual Bíblico;
MacArthur, John F.; Bíblia de Estudo MacArthur;
Josefo, Flávio; História dos Hebreus
Geisler, Norman; Howe, Thomas; Manual popular de dúvidas, enigmas e "contradições" da Bíblia.