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| Grand Canyon | 
Esse estudo, retirado majoritariamente da Enciclopédia de Temas Bíblicos, de um do maiores especialistas em Apologética, Gleason Archer, e de outras fontes mais recentes, nos levará uma maior compreensão da relação entre as descobertas mais recentes da Geologia e Arqueologia e a Inerrante Palavra de Deus. O artigo será um pouco extenso, mas tenho certeza que compensará cada segundo de estudo por parte daqueles que almejam um maior entendimento das Escrituras. A minha crença pessoal, creio que a mesma do Sr. Archer, é que de fato não existe nenhum impedimento Bíblico para que o Universo tenha mais de 6.000 anos, porém, para a idade do homem sobre a terra, essa é uma cronologia bem razoável, podendo se estender até no máximo uns 10.000 anos, devido a saltos genealógicos (além de não sabermos quanto tempo Adão e Eva ficaram no paraíso antes da queda).
Uma das objeções mais frequentemente apresentadas à confiabilidade da Escritura, encontra-se na aparente discrepância entre a narrativa da criação dada em Gênesis 1 e a suposta evidência de fósseis e minerais físseis nas camadas geológicas que dão indícios de ter a Terra bilhões de anos de idade [Recentemente pesquisas demonstraram que as datações geocronológicas não são tão confiáveis assim, conforme esse post]. Contudo, Gênesis 1, como se sabe, ensina que a criação ocorreu em seis dias de 24 horas, ao fim dos quais o homem já estava na terra. Mas esse conflito entre Gênesis 1 e os dados científicos fundamentados (em contraposição às teorias de alguns cientistas que tiram inferências de seus dados e são capazes de chegar a uma interpretação bem diferente da de pessoas igualmente capacitadas em geologia) é apenas aparente, não real. Com certeza, se tivéssemos de entender Gênesis 1 de forma completamente literal — o que pensam alguns ser o único princípio apropriado de interpretação no caso de a Bíblia ser verdadeiramente Inerrante e completamente confiável — então não haveria possibilidade de conciliação entre a teoria científica moderna e a narrativa de Gênesis. Mas uma crença verdadeira e adequada na inerrância da Escritura não implica numa única regra de interpretação, seja literal, seja figurada. O que de fato se requer é uma crença no sentido que o autor bíblico (humano e divino) tenha de fato atribuído às palavras usadas.
Uma das objeções mais frequentemente apresentadas à confiabilidade da Escritura, encontra-se na aparente discrepância entre a narrativa da criação dada em Gênesis 1 e a suposta evidência de fósseis e minerais físseis nas camadas geológicas que dão indícios de ter a Terra bilhões de anos de idade [Recentemente pesquisas demonstraram que as datações geocronológicas não são tão confiáveis assim, conforme esse post]. Contudo, Gênesis 1, como se sabe, ensina que a criação ocorreu em seis dias de 24 horas, ao fim dos quais o homem já estava na terra. Mas esse conflito entre Gênesis 1 e os dados científicos fundamentados (em contraposição às teorias de alguns cientistas que tiram inferências de seus dados e são capazes de chegar a uma interpretação bem diferente da de pessoas igualmente capacitadas em geologia) é apenas aparente, não real. Com certeza, se tivéssemos de entender Gênesis 1 de forma completamente literal — o que pensam alguns ser o único princípio apropriado de interpretação no caso de a Bíblia ser verdadeiramente Inerrante e completamente confiável — então não haveria possibilidade de conciliação entre a teoria científica moderna e a narrativa de Gênesis. Mas uma crença verdadeira e adequada na inerrância da Escritura não implica numa única regra de interpretação, seja literal, seja figurada. O que de fato se requer é uma crença no sentido que o autor bíblico (humano e divino) tenha de fato atribuído às palavras usadas.
A
literalidade absoluta, por exemplo, nos 
enredaria  na  proposta de 
que  em Mateus 19.24  (e  em
passagens paralelas) Cristo de  fato
tencionava  ensinar que  um camelo poderia passar pelo buraco da
agulha. Mas está claro que Cristo usava apenas uma conhecida figura de
retórica, a hipérbole, a fim de ressaltar como é difícil espiritualmente um
rico (por seu orgulho quanto às riquezas materiais) chegar ao
arrependimento  e  à 
fé  salvadora  em Deus. Interpretar  literalmente essa passagem equivale a uma
heresia ou no mínimo a uma perversidade para com a ortodoxia. Ou, ainda, quando
Jesus disse à multidão que o desafiava a operar algum milagre: "Destruam
este templo, e eu o levantarei em  três
dias"  (Jo  2.19), 
aquelas  pessoas  erraram 
deploravelmente  ao  interpretar 
sua declaração de  forma  literal. 
João 2.21, 22 explica que Jesus não pretendia que essa predição fosse
tomada literalmente, e sim de modo espiritual. "Mas o templo do qual ele
falava era o seu corpo. Depois que ressuscitou 
dos mortos,  os  seus 
discípulos lembraram-se do que ele tinha dito. Então creram na Escritura
e na palavra que Jesus dissera." 
Nesse  caso,  então, 
a  interpretação  literal 
estava  completamente  errada, porque  não 
era  o  que 
Jesus  queria  dizer: 
ele  se  referia 
ao milagre — muito mais grandioso — de sua ressurreição corporal. Assim,
torna-se claro que, ao estudar o texto de Gênesis 1, não podemos fugir à
responsabilidade de fazer cuidadosa exegese a fim de estabelecer com clareza o
que o autor  divino  quis 
dizer  com  a 
linguagem  que  seu 
profeta  inspirado  (provavelmente Moisés) foi orientado a
empregar.
Seria
o verdadeiro propósito de Gênesis 1 ensinar que toda a criação começou apenas
seis dias de 24 horas antes de Adão "nascer"? Ou será essa apenas uma
inferência enganosa que não leva em conta outros dados bíblicos relacionados
diretamente a essa passagem? Para responder a essa pergunta, precisamos
observar cuidadosamente o que se registra em Gênesis 1.27 com respeito à
criação do homem como o último ato do sexto dia da criação. Ali se declara que,
no sexto dia (ao que tudo indica, quase no fim do dia, após todos os animais
terem sido criados e colocados sobre a terra — portanto não muito tempo antes
do ocaso do mesmo dia), "criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus
o criou; homem e mulher os criou". Isso só pode significar que Eva foi
criada na última hora do sexto dia, junto com Adão. Ao examinar Gênesis 2,
entretanto, descobrimos que um intervalo considerável de  tempo 
deve  ter  ocorrido 
entre  a  criação 
de Adão  e  a 
criação  de Eva. Em 2.15, lemos
que Iavé Elohim (i.e., o SENHOR Deus) colocou Adão no jardim  do Éden, 
o ambiente ideal para seu desenvolvimento, e ali ele deveria cultivar e
manter o enorme parque,  com  todas 
as  suas  boas 
árvores,  colheita  abundante 
de  frutos  e 
quatro  rios poderosos  que 
fluíam  do  Éden 
para  outras  regiões 
do Oriente  Próximo.  Em 2.18, lemos: "Então o SENHOR Deus
declarou: 'Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie
e lhe corresponda'". Essa afirmação sugere claramente que Adão estivera
diligentemente ocupado em sua responsabilidade de podar, colher frutos e manter
o solo livre de vegetação rasteira por tempo suficientemente longo para ter
perdido o entusiasmo inicial e o senso de 
euforia  diante  dessa 
ocupação maravilhosa  no  belo 
paraíso  edênico.  Ele começara a sentir certa solidão e uma
insatisfação íntima. A fim de compensar a solidão, Deus incumbiu Adão de uma
tarefa importante na história natural: classificar  todas 
as  espécies  de 
animais  e  aves 
encontradas  na reserva. Com seus
cinco rios poderosos e vasta extensão, o jardim deve ter abrigado centenas de
espécies de mamíferos, répteis, insetos e aves, sem mencionar os insetos
voadores, que também são indicados pelo termo hebraico básico ‘ôp
("ave").  O cientista sueco Linnaeus
levou diversas décadas para classificar todas as espécies conhecidas dos
cientistas europeus do século XVIII. Sem dúvida, havia muitas mais a essa
altura que nos dias de Adão, e, naturalmente, a gama da fauna no Éden pode ter
sido mais limitada que a encontrada por Linnaeus.  Ainda assim, Adão deve ter precisado de muito
estudo para examinar cada espécime e determinar-lhes um nome adequado,
especialmente considerando o fato de que não havia absolutamente nenhuma
tradição humana a que recorrer no que dizia respeito à nomenclatura. Devem ter
sido necessários alguns anos ou, no mínimo, um número considerável de meses
para que ele concluísse esse abrangente inventário de todas as aves, animais
selvagens e insetos que povoavam o jardim do Éden. 
Por
fim, após essa tarefa ter sido completada, o que contou com o envolvente
interesse de Adão, ele experimentou novamente o senso de vazio.  Gênesis 2.20 termina com as palavras:
"Todavia não se encontrou para o homem alguém que o auxiliasse e lhe
correspondesse". Deus, portanto, submeteu-o a um sono profundo, removeu de
seu corpo o osso mais próximo do coração e, daquele cerne físico do homem,
moldou a primeira mulher. Finalmente Deus apresentou a Adão a mulher em toda a
sua beleza, cheia de frescor e de pureza, e Adão sentiu-se extasiado de
alegria. Visto termos comparado a Escritura com a Escritura (Gn 1.27 com
2.15-22), ficou muito patente que Gênesis 
1  não  foi 
escrito  para  ensinar 
que  o sexto dia 
da criação, no qual tanto Adão quanto Eva foram criados, durou apenas 24
horas. Tendo em vista  o  longo 
intervalo  de  tempo 
entre  o  surgimento 
de  ambos,  parece irracionalidade insistir que toda a
experiência de Adão em Gênesis 2.15-22 pode ser comprimida  nas 
últimas  horas  de 
um  dia  literal de  24  horas. 
A única conclusão razoável a que 
se pode chegar é que o propósito de Gênesis 1 não é dizer com que
rapidez Deus realizou a obra da criação (embora, naturalmente, alguns de seus
atos, como  a criação 
da  luz  no 
primeiro  dia,  devam 
ter  sido  instantâneos).  Antes, seu verdadeiro propósito foi
demonstrar que  o  Senhor 
Deus,  que  se 
havia  revelado  à nação hebraica e entrado num pacto de relacionamento com seu povo, era de  fato o único 
Deus  verdadeiro,  o 
Criador  de  todas 
as  coisas. Isso se colocava em direta oposição às noções
religiosas dos pagãos que os rodeavam, que presumiam o surgimento de um panteão
de deuses em fases  sucessivas  a 
partir  de matéria  pré-existente 
de  origem desconhecida, 
ativados  por  forças 
para  as  quais 
não  havia explicação. 
Gênesis
1 é um manifesto  sublime que  rejeita 
totalmente as cosmogonias das culturas 
pagãs  do  mundo 
antigo,  considerando-as  nada 
além  de  superstição infundada. O Senhor Deus
todo-poderoso existia antes de toda a matéria e, por sua própria Palavra de
comando, trouxe todo o Universo à existência governando todas as grandes forças
do vento, da chuva, do Sol e do mar segundo sua vontade soberana. Esse conceito
se posicionava em nítido contraste com as pequenas divindades e deuses  conflitantes, briguentos,  caprichosos  e 
gerados  pela  imaginação 
corrompida dos pagãos. A mensagem e o propósito de Gênesis 1 são a
revelação do único Deus verdadeiro que criou 
todas as coisas do nada e mantém para sempre o Universo sob seu controle
soberano. 
Gênesis
1.2-5 estabelece a primeira fase da criação: a formação da luz.  Isso deve ter significado basicamente a luz
do sol e de outros corpos celestes. A luz solar é de modo geral precondição
indispensável ao desenvolvimento da vida vegetal e animal (embora haja  algumas 
formas  subterrâneas de vida
que consigam viver  sem ela). 
Gênesis
1.6-8 apresenta a segunda fase: a formação de um "firmamento” (rāqia‘),
que fez separação entre a umidade suspensa no céu e a umidade suficientemente
condensada para permanecer na superfície da terra. O termo rāqîa‘ não significa
um dossel de metal batido, como alguns escritores já alegaram — nenhuma cultura
antiga jamais ensinou essa ideia em seu conceito de céu —, mas significa apenas
"um firmamento
estendido".  Isso fica bem evidente
em Isaías 42.5, em que o verbo cognato rāqa‘ é usado: "E o que diz Deus, o
SENHOR, aquele que criou o céu, e o estendeu [do verbo nāṭ āh,
"estender" cortinas ou cordas de tendas], que espalhou [rāqa‘] a terra
e tudo o que dela procede”(R.A.). 
Obviamente, rāqa‘ aqui não poderia significar "batido",
"estampado" (embora seja usado dessa forma com frequência ao
referir-se ao trabalho em metal). O paralelismo com nāṭ āh (destacado acima)
prova que aqui ele tem a força de estender ou expandir. Portanto, o substantivo
rāqîa‘ pode significar apenas "firmamento", sem nenhuma conotação de
chapa dura de metal. 
Gênesis
1.9-13 relata a terceira fase da obra criadora de Deus: o ajuntamento das águas
dos oceanos, mares e lagos em uma altitude inferior à das massas de terra que
surgiram acima delas, permitindo que secassem. Sem dúvida, o resfriamento
gradual do planeta Terra levou à condensação de água necessária para causar
esse resultado.  As pressões sísmicas que
produziram montanhas e colinas indubitavelmente contribuíram ainda mais para
essa separação entre terra e mar. Uma vez que a terra seca (hayyabbāšāh)
apareceu, tornou-se possível à vida vegetal e às árvores brotar na superfície
da terra, auxiliadas pela fotossíntese do céu ainda nublado. 
Gênesis
1.14-19 revela que na quarta fase criadora Deus abriu  o 
manto  de nuvens o suficiente para
que a luz direta do Sol caísse sobre a Terra e para que tivesse lugar a
observação correta dos movimentos do Sol, da Lua e das estrelas. Não se deve
entender que o versículo 16 mostra a criação dos corpos celestes no quarto dia.
Antes, ele nos informa que o Sol, a Lua e as estrelas, criados no primeiro dia
como fonte de luz, foram colocados em seus lugares designados por Deus com a
ideia de funcionar como indicadores de tempo ("sinais, estações, dias,
anos") para os observadores terrestres. O verbo hebraico wayya‘aś, do
versículo 16, seria traduzido melhor por "Fizera Deus os dois grandes
luminares etc", em vez do passado simples, Fez Deus". (O hebraico não
tem uma forma especial para o tempo mais-que-perfeito, mas usa o tempo perfeito
ou o imperfeito conversivo, como é o caso aqui, para expressar ou o passado ou
o mais-que-perfeito do português, dependendo do contexto). 
Gênesis
1.20-23 relata que no quinto dia da criação Deus desenvolveu totalmente  a  vida
marinha  e  a 
vida  de  água 
doce,  introduzindo  criaturas 
voadoras (insetos ou aves aladas). É interessante observar que as
camadas com fósseis da era paleozoica contêm a primeira evidência de vida
animal invertebrada, que surge com surpreendente brusquidão no período cambriano.  Não há nenhum indício nas camadas
pré-cambrianas de como as 5 mil espécies de vida animal marinha e terrestre
da  era 
paleozoica se  teriam 
desenvolvido,  pois  não  há  nenhum 
registro  delas  antes dos níveis cambrianos. 
Gênesis
1.24-26 relata que na sexta e última fase do processo criador Deus produziu todos
os animais da terra conforme suas várias espécies (lemînāh, no versículo 24, e
lemînēhû, no versículo 25, significam "conforme a sua espécie", quer
o  antecedente  seja masculino,  quer 
feminino  no  gênero gramatical), culminando 
afinal  com  a 
criação  do  homem, 
conforme  discutido mais  amplamente acima. Com referência a isso,
seria oportuno um comentário relacionado com a fórmula repetida no fim de cada
dia da criação: "Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o dia"
[ordinal]. A razão para essa declaração final parece ter sido dupla.  Em primeiro lugar, era necessário deixar
claro se a unidade simbólica em questão era um mero dia que ia do nascer do sol
até o ocaso, ou se era um dia de 24 horas, pois o termo yôm ("dia")
pode significar qualquer um dos dois. De fato, a primeira vez que yôm ocorre é
no  versículo  5: 
"Deus chamou  à 
luz  dia,  e 
às  trevas  chamou 
noite". Portanto, era necessário mostrar que cada um dos dias da
criação era simbolizado por um ciclo completo de 24 horas, começando com o
ocaso do dia anterior (segundo os nossos cálculos) e terminando com a parte que
tinha a luz solar, até o ocaso, no dia seguinte (conforme calcularíamos). Em
segundo lugar, o dia de 24 horas é um símbolo melhor que um mero dia de luz
solar para distinguir o início e o final de uma fase da criação antes da fase
seguinte. 
Houve
fases definidas e distintas no procedimento criador de Deus.  Se essa foi a verdadeira intenção da fórmula,
então ela não serve como evidência de um conceito de 24 horas literais por
parte do autor bíblico. Alguns têm argumentado que a referência no Decálogo (no quarto
mandamento) quanto a Deus ter descansado no sétimo dia, que serve de base para
se honrar o sétimo dia de cada semana, sugere enfaticamente a natureza literal
de "dia" em Gênesis 1. Esse argumento, todavia, não é tão persuasivo
assim, tendo em vista o fato de que, se era para haver qualquer dia da semana
especialmente separado para o descanso, para o culto e para o serviço ao
Senhor, teria de ser um dia de 24 horas (sábado), de qualquer forma. Na realidade,
a Escritura não ensina de forma alguma que Iavé descansou apenas um dia de 24
horas ao concluir sua obra criadora. Não há nenhuma fórmula final no
encerramento do sétimo dia mencionado em Gênesis 2.2, 3. E, de fato, o N.T. ensina (em Hb. 4.1 -11) que aquele sétimo dia, aquele "sábado de descanso",
conservou um sentido muito definido até 
a  era  da 
igreja.  Assim, seria impossível
alinhar o sábado com o Sétimo Dia, que concluiu a obra criadora original de
Deus! 
Uma última observação referente à palavra
yôm conforme usada em Gênesis 2.4.  Ao
contrário de algumas versões modernas, a Versão do rei Tiago traduz
corretamente esse versículo: "Essas são as gerações dos céus e da terra
quando foram criados, no dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus".
Visto o capítulo anterior ter indicado que houve pelo menos seis dias na
criação dos céus e da terra, é evidente que o yôm de Gênesis 2.4 não pode de
forma alguma ser compreendido como um dia de 24 horas — a menos que a  Escritura 
esteja  em  contradição! 
(Para uma boa dissertação sobre esse tópico por um professor cristão de
geologia, v. Creation and the Flood and Theistic evolution [Criação e o dilúvio
e a evolução teísta], de Davis A. Young [Grand Rapids,  Baker, 
1977].  Alguns  pormenores estão  abertos ao questionamento,  e  o 
autor  nem  sempre 
é  preciso  na 
terminologia, mas  em  geral 
o trabalho fornece uma sólida contribuição para essa área de
debate.) 
A antiguidade da raça humana
Tendo apresentado  a 
evidência  para  compreender 
os  seis  dias 
da  criação  de Gênesis como fases distintas no desenrolar do processo,
prosseguimos agora para a questão 
da  antiguidade  de Adão 
e  o  começo 
da  raça  humana. 
Essa questão já foi discutida até certo ponto em meu livro Merece
confiança o Antigo Testamento?  (4. ed.,
São Paulo, Vida Nova, 1986). A grande era atribuída pelos paleantropólogos aos
esqueletos de várias espécies de antropoides é uma questão consideravelmente debatível.
L. S. B. Leakey usou a análise de potássio-argônio para chegar à estimativa de
1.750.000 anos para a idade do que ele identificou como o
"Zinjan-thropus" de Tanganykia 
("Exploring  1.750.000
years into  man's 
past"  [Explorando  1750000 anos 
no  passado  do 
homem],  National  Geographic, outubro de  1961).  A outros espécimes da área da garganta
Olduvai foi atribuída idade ainda mais antiga. Considera-se que o homem de
Neanderthal viveu de cem mil a cinquenta mil anos atrás e parece ter
desenvolvido aptidões como a manufatura de setas de pedra e cabeças de machado.
O homem de Neanderthal parece também ter usado fogo para cozimento na preparação  de 
alimentos.  Ele pode ter tido também
algum envolvimento com arte,  embora  as notáveis pinturas nas  cavernas de Altamira  e de outros lugares talvez sejam produto da
raça posterior dos Cro-Magnons. [Algumas pesquisas mais recentes demonstram que na realidade o Neandertal, nada mais é que o próprio homo-sapiens, com características e anatomia um pouco diferenciada.] Abaixo algumas pesquisas que confirmam essas informações:
"... Segundo pesquisadores da UFRGS, os Neandertais eram tão espertos como nós. Se eles foram extintos, diz a professora Maria Cátira Bortolini, não foi por falta de astúcia, mas por diferenças culturais entre aquela "espécie" e a nossa. Bortolini não é antropóloga culturalista - bióloga, comparou 162 genes das duas espécies e constatou que, em matéria de cognição, o Neandertal não fica devendo nada para um Da Vinci. Ainda hoje, num isolamento ainda possível, temos primos Homo sapiens vivendo no tempo da indústria lítica, construindo ferramentas de pedra rudimentares. [pois é, e se fossem descobertos fósseis deles, possivelmente diriam que são ancestrais de milhões de anjos...]. Os códigos que separam esses povos aborígenes de quem lê jornal no tablet não estão inscritos na genética, mas na cultura ...."
"... E onde fica aquela aula de ciências dizendo que a cruza de espécies diferentes só pode gerar descendentes estéreis, como a mula? Bem, essa regra nem sempre funciona (numa cruza entre tigres e leões, hora ou outra sai uma fêmea fértil), mas ela ajuda a reforçar a defesa de que Homo neanderthalensis e Homo sapiens são, de fato, uma mesma espécie" [bingo!].
"Ao que vínhamos chamando “espécie” Neandertal, Bortolini prefere “população”. E assim também João Zilhão, arqueólogo da Universidade de Barcelona que vem estudando a arte deixada pelos neandertais nos sítios Cueva de los Aviones e Cueva Antón, no sudeste da Espanha. “Não faz sentido colocar a questão em termos de ‘nós e os outros’, mas sim de duas populações ancestrais da mesma espécie. Uma delas, europeia, desenvolveu características rácicas que a tornaram mais facilmente diferenciada das populações africanas. Diferiam mais do que, hoje em dia, diferem os esquimós e os etíopes, mas também eram diferenças intraespecíficas, e não interespecíficas”, afirma Zilhão" [ Mais claro que isso, impossível]. Uma outra pesquisa recente, onde foram encontrados diversos crânios de supostos hominídios num mesmo local e extrato geológico, sugere que toda a escala evolutiva está por um fio:
"E se em vez de serem todos de espécies diferentes, os diversos homens primitivos cujos fósseis têm sido encontrados ao longo dos anos em diversos locais – Homo habilis, Homo rudolfensins, Homo erectus e outros – fossem todos membros de uma única e mesma espécie de humanos e as suas diferenças físicas apenas refletissem a variabilidade normal entre indivíduos dessa espécie? Os autores de um novo estudo comparativo de crânios fósseis humanos encontrados no Cáucaso, e publicado nesta sexta-feira na revista Science, afirmam que é precisamente isso que os seus resultados sugerem. (...)" (Leia esse Post.)
"... Segundo pesquisadores da UFRGS, os Neandertais eram tão espertos como nós. Se eles foram extintos, diz a professora Maria Cátira Bortolini, não foi por falta de astúcia, mas por diferenças culturais entre aquela "espécie" e a nossa. Bortolini não é antropóloga culturalista - bióloga, comparou 162 genes das duas espécies e constatou que, em matéria de cognição, o Neandertal não fica devendo nada para um Da Vinci. Ainda hoje, num isolamento ainda possível, temos primos Homo sapiens vivendo no tempo da indústria lítica, construindo ferramentas de pedra rudimentares. [pois é, e se fossem descobertos fósseis deles, possivelmente diriam que são ancestrais de milhões de anjos...]. Os códigos que separam esses povos aborígenes de quem lê jornal no tablet não estão inscritos na genética, mas na cultura ...."
"... E onde fica aquela aula de ciências dizendo que a cruza de espécies diferentes só pode gerar descendentes estéreis, como a mula? Bem, essa regra nem sempre funciona (numa cruza entre tigres e leões, hora ou outra sai uma fêmea fértil), mas ela ajuda a reforçar a defesa de que Homo neanderthalensis e Homo sapiens são, de fato, uma mesma espécie" [bingo!].
"Ao que vínhamos chamando “espécie” Neandertal, Bortolini prefere “população”. E assim também João Zilhão, arqueólogo da Universidade de Barcelona que vem estudando a arte deixada pelos neandertais nos sítios Cueva de los Aviones e Cueva Antón, no sudeste da Espanha. “Não faz sentido colocar a questão em termos de ‘nós e os outros’, mas sim de duas populações ancestrais da mesma espécie. Uma delas, europeia, desenvolveu características rácicas que a tornaram mais facilmente diferenciada das populações africanas. Diferiam mais do que, hoje em dia, diferem os esquimós e os etíopes, mas também eram diferenças intraespecíficas, e não interespecíficas”, afirma Zilhão" [ Mais claro que isso, impossível]. Uma outra pesquisa recente, onde foram encontrados diversos crânios de supostos hominídios num mesmo local e extrato geológico, sugere que toda a escala evolutiva está por um fio:
"E se em vez de serem todos de espécies diferentes, os diversos homens primitivos cujos fósseis têm sido encontrados ao longo dos anos em diversos locais – Homo habilis, Homo rudolfensins, Homo erectus e outros – fossem todos membros de uma única e mesma espécie de humanos e as suas diferenças físicas apenas refletissem a variabilidade normal entre indivíduos dessa espécie? Os autores de um novo estudo comparativo de crânios fósseis humanos encontrados no Cáucaso, e publicado nesta sexta-feira na revista Science, afirmam que é precisamente isso que os seus resultados sugerem. (...)" (Leia esse Post.)
      “Nossa análise estatística mostra que os padrões e a magnitude da variabilidade dos crânios de Dmanisi são semelhantes aos das populações de espécies modernas”, disse Zollikofer. “Embora os cinco indivíduos de Dmanisi sejam claramente diferentes uns dos outros, não são mais diferentes entre eles do que cinco humanos modernos ou cinco chimpanzés numa dada população.” Ou seja, “a diversidade no interior de uma espécie é a regra e não a exceção”. Os cientistas decidiram designar essa potencial única espécie pelo nome Homo erectus, por ser a mais bem documentada e consensual de todas as espécies de homens primitivos cujos fósseis se conhecem."
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| Evidência de simples diversificação, não "evolução" | 
      "Os novos resultados poderão ter implicações em termos da classificação das espécies de hominídeos que viviam na África e saíram de lá há cerca de dois milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista], espalhando-se pela Europa e Ásia, especulam os cientistas. “Há duas maneiras de interpretar a diversidade dos hominídeos fósseis”, explicou Zollikofer. “A primeira é que existiu apenas uma linhagem de homens primitivos; a segunda é que houve múltiplas linhagens coexistentes.” Conclui. 
Por mais que essas pesquisas se baseiem em uma ótica evolucionista, as conclusões que eles chegam só reforçam os argumentos criacionistas, que sempre disseram que os “homos” são simplesmente humanos antigos com a natural variabilidade morfológica que existe entre seres humanos atuais (talvez alguns até com certas deformidades).
Por mais que essas pesquisas se baseiem em uma ótica evolucionista, as conclusões que eles chegam só reforçam os argumentos criacionistas, que sempre disseram que os “homos” são simplesmente humanos antigos com a natural variabilidade morfológica que existe entre seres humanos atuais (talvez alguns até com certas deformidades).
         “Se a caixa craniana e a face do Crânio 5 tivessem sido encontradas separadamente em locais diferentes da África, poderiam ter sido atribuídas a duas espécies diferentes”, acrescentou [admissão interessante]. Mas visto que os fósseis de Dmanisi provêm indubitavelmente do mesmo ponto no tempo e no espaço – e que parecem ter todos pertencido a uma única espécie de homens primitivos –, o mesmo poderá ter acontecido na África."
A
essa altura, algo deve ser dito sobre as novas e surpreendentes descobertas
geológicas que tornam as antigas estimativas da ciência geológica convencional
quase impossíveis  de  serem 
mantidas  no presente.  Uma análise aprofundada da evidência
fornecida por uma camada exposta do 
leito do  rio Paluxy, em Glen
Rose, no  Texas,  foi publicada 
por  Cecil  Dougherty, 
de  Temple,  no 
Texas,  sob  o título Valley  of 
the  giants  [ Vale 
dos gigantes]  (Minneapolis,
Bible-Science Association, s.d.), agora na sexta edição. No Bible-science Newsletter
de abril de 1979 (p. 4), há um relatório de Fred Beierle de Lyons, de Kansas,
referente a uma viagem de estudos feita a esse luga extraordinário. Ele mostra na
mesma camada uma boa marca de pegadas 
de  um  dinossauro 
de  três  dedos 
e,  depois,  logo 
acima, as pegadas características
de um tiranossauro e também de um brontossauro. O baixo nível de água durante a
seca do verão tornou muito fácil descobrir e ver áreas em que pegadas claras de
alguma espécie humana primitiva cruzam as pegadas desses dinossauros! Ademais,
num nível  adjacente  na mesma 
camada crustácea  dessas  pegadas, havia um  longo 
risco preto que se descobriu ser um galho de árvore caído que fora
reduzido a carvão pelo fogo e subsequentemente submerso na superfície calcária.
Ele tinha cerca de cinco 
centímetros  de  diâmetro 
e  pouco  mais 
de  dois  metros 
de comprimento,  estando  localizado cerca  de 
duzentos  metros  abaixo 
das  pegadas humanas  e  dos  dinossauros. 
Uma seção desse galho foi 
removida  e  enviada 
a  R. Berger, geofísico da Universidade
da Califórnia, em Los Angeles, para uma análise de  carbono-14. 
Ele relatou depois o que descobriu: o galho tinha 12.800 anos de idade,
duzentos anos a mais ou a menos. Se seu veredicto for confirmado por outros
laboratórios, isso parece indicar que toda a ciência da geocronologia, conforme
praticada pelos geólogos tradicionais, está precisando de uma revisão completa.
Aqui temos uma camada do fim da era mezozóica com evidência de hominídeos
primitivos vivendo na mesma época que os mais altamente desenvolvidos
dinossauros e datada por um galho de árvore com não mais de 13 mil anos! 
Um
editorial na página 2 desse mesmo número do Bible-Science Newsletter
fornece  uma  pista 
importante  quanto  à 
fonte  desse  erro 
tão  grosseiro nos métodos geocronológicos  convencionais 
para  a  computação 
do  tempo. A análise cuidadosa dos
minerais físseis (como a decomposição do urânio em chumbo ou do argônio 40 em
argônio 36) tem operado a partir da premissa simplista de que todos os
depósitos desse  tipo  eram 
originariamente compostos  de  elementos 
precursores  puros. Então, depois
que  o 
magma  esfriou,  o 
elemento precursor 
supostamente  começou  a  se
decompor com a perda gradual de elétrons e se tornou o elemento derivado com
uma contagem atômica inferior. Mas amostras bem recentes tiradas do núcleo de
vulcões, com mil anos ou menos de idade, trazem espécimes que evidenciam idades
de muitos milhões  ou  até mesmo 
bilhões  de  anos — 
a  julgar  pela 
proporção  de  elementos derivados  dos 
elementos precursores  na  mesma 
amostra.  Isso inevitavelmente
demonstra que, mesmo na fase inicial do depósito, as formações físseis já
continham uma alta proporção de elementos derivados. Portanto, não têm
praticamente nenhum valor  ou  são 
completamente  enganosas  para 
datar  os  níveis nos  quais  são encontradas.  Será 
interessante  ver  como 
os  teoristas  da 
geologia  convencional tratarão
essa nova descoberta. Ela não pode permanecer ignorada nem ser oculta ao
público  permanentemente, não importando  o 
quanto  os  teoristas 
antigos  possam sentir-se
ameaçados.
Mas, independentemente de quão pouco
confiáveis possam ter sido os métodos de datação que levaram a estimativas tão
elevadas da antiguidade desses antropoides, permanece o fato de que eles não
podem ser datados como anteriores à criação 
de Adão e Eva, a que se refere Gênesis 1 — 3. Não importando como as
estatísticas de Gênesis 5  sejam  tratadas, 
elas  dificilmente  podem 
determinar  para Adão  uma 
data muito anterior a 10.000 a.C. Se os números em Gênesis merecerem
qualquer  tipo de confiança,  mesmo 
admitindo  a  ocorrência 
de  lacunas  esporádicas 
na  corrente genealógica,  somos forçados  a 
considerar  todos  esses 
antropoides  primitivos  como pré-adâmicos.  Em outras palavras, todas essas espécies,
desde os  cro-magnons, voltando  até os 
zinjantropos, devem  ter  sido de macacos  avançados 
ou  antropoides possuidores  de 
considerável  inteligência  e 
criatividade — mas  que
desapareceram completamente antes que Adão e Eva fossem criados. 
Se examinarmos o registro bíblico
cuidadosamente, teremos de reconhecer que, quando Deus criou Adão e Eva  à 
sua  imagem  (Gn 
1.27),  soprou neles  algo de 
seu próprio Espírito  (Gn 2.7), de
uma maneira que não havia  feito  em nenhuma ordem prévia  da 
criação.  Essa imagem divina
consistiu de alguma forma material, algum tipo especial de esqueleto ou
estrutura anatômica?  Claro que não, pois
Deus é espírito, não carne (Jo 4.24). 
Portanto, o que tornou Adão tão superior foi sua constituição interior —
alma (nepeš) e espírito (rûacḥ), bem como sua estrutura física e natureza corpórea,  com 
suas paixões  e impulsos 
animais.  Daquele  primeiro 
ser humano verdadeiro, como agente moral responsável, como pessoa
possuidora de espírito que permanece em um relacionamento de pacto com Deus, é
que descende todo o restante da raça humana (Rm 5.12-21). Pode ter havido
hominídeos adiantados e inteligentes que viveram e morreram antes de Adão, mas
que não foram criados à imagem de Deus. Essa é uma linha de distinção à
qual  a 
Palavra  de  Deus 
nos  compele,  e 
é  aqui  que 
devemos  rejeitar qualquer interpretação 
de  dados  paleantropológicos  que 
suponha  que  uma semelhança  no 
esqueleto estabelece os  antropoides 
pré-adâmicos  como  verdadeiros seres humanos, no sentido bíblico
do  termo. Embora esses habitantes
primitivos das cavernas possam ter desenvolvido certas aptidões em sua busca de
alimento e se engajado em guerras  entre  si — 
como o  fazem outros  animais —, não há,  todavia, nenhuma evidência arqueológica de
que uma alma humana verdadeira animava seus corpos. Portanto, evidências de
inteligência semelhante no "homem" pré-histórico não são provas
decisivas de humanidade no sentido adâmico  nem  de 
capacidade  moral  e 
espiritual.  Portanto, essas raças
não-adâmicas,  pré-adâmicas, não 
ameaçam  de  forma 
alguma  a credibilidade bíblica,
não importa quão antigas sejam.
Fontes:
Geisler, Norman.Enciclopédia de Temas Bíblicos.
Site criacionismo
Gazeta do Povo
Fontes:
Geisler, Norman.Enciclopédia de Temas Bíblicos.
Site criacionismo
Gazeta do Povo

 
 
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