quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Deus não está morto

       Recentemente assisti ao filme "Deus não está morto", (excelente filme por sinal) que retrata a coragem de um jovem cristão na Universidade com um desafio em defender sua fé perante um arrogante professor de Filosofia ateu. Por particularmente gostar muito de apologética e estar familiarizado com alguns termos debatidos no filme, pude refletir acerca dos argumentos utilizados por aquele jovem diante da árdua tarefa de trazer diante de uma platéia de universitários e do seu cético professor uma explicação plausível e científica para a possibilidade da existência de Deus. O que me chamou a atenção foi a defesa feita pelo aluno Josh Wheaton , usando grandes argumentos defendidos pelos maiores apologistas e filósofos desde longa data. Pela explicação dada pelo aluno percebemos que ele se utiliza do "Argumento Cosmológico", atualmente defendido pelo grande Apologista Willian Lane Craig, numa variação conhecida como Argumento Cosmológico Kalam (termo árabe para discurso), "que tem como objetivo demonstrar que o Universo teve um princípio em determinado momento no passado e que nada surge do nada, mas precisa ter uma causa transcendente que traga o Universo à existência. Os proponentes clássicos desse argumento procuram demonstrar que o universo começou á existir com base nos argumentos Filosóficos contra a existência do regresso temporal infinito de eventos passados. O interesse contemporâneo por tal argumento origina-se principalmente da surpreendente evidência empírica da cosmologia astrofísica favorável ao princípio do tempo e do espaço.”[1]

Resumidamente se baseia em três premissas básicas:

Tudo que começou a existir tem uma causa;
O Universo começou a existir;
Logo, o Universo tem uma causa.

      Podem parecer simples, mas esses argumentos são irrefutáveis e nos levam á certeza de um agente Criador, pois a cosmologia moderna indica que o Universo físico teve um ponto inicial de existência. Se o Universo teve um ponto inicial de existência, então ele tem que ter uma Causa não física que exista fora do tempo e do espaço. Logo, é pelo menos plausível que o nosso Universo tenha sido feito do nada pelo Criador.

      O aluno também se utiliza de outro argumento bem conhecido: o argumento Teleológico (do grego Telos – finalidade e logia – estudo, tratado), que se baseia na premissa de que a ordem e o ajuste fino do universo e da criação apontam para uma mente criativa e inteligente.    

      “O ajuste fino é de dois tipos. Primeiro, quando as leis da natureza são expressas como equações matemáticas você encontrará nelas certas constantes, como a constante que representa a força da gravidade. Estas constantes não são determinadas pelas leis da natureza. As leis da natureza são consistentes com uma ampla gama de valores para estas constantes. Segundo, em adição a estas constantes, existem certas quantidades arbitrárias colocadas como condições iniciais sobre as quais as leis da natureza operam, por exemplo, a quantidade de entropia ou o equilíbrio entre matéria e antimatéria no universo. Agora, todas estas constantes e quantidades arbitrárias se encaixam em uma extraordinária faixa estreita de valores que permitem a existência de vida. Se estas constantes ou quantidades fossem alteradas em menos do que a largura de um fio de cabelo, o equilíbrio que permite a existência de vida seria destruído e nenhum organismo de qualquer espécie poderia existir.”[2]

        Começando nas estruturas em larga escala no Universo até ao mundo microscópio das partículas subatômicas, a ciência revelou uma ordem espantosa no nosso Universo. Desde as galáxias mais distantes até os microrganismos presentes no nosso corpo, apresentam uma complexidade tão grande que é impossível atribuir essas características ao mero acaso. De fato o nosso Universo não precisava ser assim: existe muito mais probabilidades de um universo ser caótico do que ser ordenado. Se Deus não existe, seria muito pouco provável que o nosso Universo fosse ordenado, pois a tendência natural era justamente o oposto, ou seja: o caos. No entanto, a partir das nossas observações e das nossas experiências diretas, sabemos que mentes criam sistemas ordenados, e desde logo, parece muito mais provável que um Agente Racional tenha ordenado o nosso Universo.

       Mas porque algumas pessoas teimam eu querer matar Deus? O Pastor Renato Vargens resume bem a questão no seu Blog pessoal:

"Se Deus não existe, também não existe lei, muito menos pecado, o que viabiliza como relativiza a prática de todo tipo de iniquidade.
Se Deus não existe, não existe salvação, muito menos punição eterna.
Se Deus não existe não existem valores morais e sim tabus que precisam ser quebrados.
Se Deus não existe, deuses podem ser fabricados de acordo com as conveniências humanas, proporcionando assim que a criatura manipule o criador conforme suas crenças, vontades e pecados.
Se Deus não existe tudo é válido, todo tipo de pecado é justificável, todo tipo de imoralidade é permitida."

      Ou como dizia Dostoiévski: Em um mundo sem Deus, tudo é permitido.

     Tudo isso me faz lembrar de um hino muito conhecido, que nos traz a certeza e a paz daqueles que creem na existência do Deus Todo Poderoso:

“(...) Porque Ele vive, posso crer no amanhã (...)”

Paz á todos que estão em Cristo.

Professor Saulo Nogueira

Bibliografia:

[1]Moreland, J.P.& Craig, William Lane. Filosofia e Cosmovisão Cristã.
[2]Craig, William Lane. O Novo ateísmo e o cinco argumentos para existência de Deus.

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