Recentemente
assisti ao filme "Deus não está morto", (excelente filme por sinal) que retrata a coragem de um jovem cristão na Universidade com um desafio em defender sua fé perante um arrogante professor de Filosofia ateu. Por particularmente gostar muito de apologética e estar familiarizado com alguns termos debatidos no filme, pude refletir acerca dos argumentos utilizados por aquele jovem diante da árdua tarefa de trazer diante de uma platéia de universitários e do seu cético professor uma explicação plausível e científica para a possibilidade da existência de Deus. O que me chamou a atenção
foi a defesa feita pelo aluno Josh Wheaton , usando grandes argumentos defendidos pelos
maiores apologistas e filósofos desde longa data. Pela explicação dada pelo
aluno percebemos que ele se utiliza do "Argumento Cosmológico",
atualmente defendido pelo grande Apologista Willian Lane Craig, numa variação
conhecida como Argumento Cosmológico Kalam (termo árabe para discurso),
"que tem como objetivo demonstrar que o Universo teve um princípio em
determinado momento no passado e que nada surge do nada, mas precisa ter uma
causa transcendente que traga o Universo à existência. Os proponentes clássicos
desse argumento procuram demonstrar que o universo começou á existir com base
nos argumentos Filosóficos contra a existência do regresso temporal infinito de
eventos passados. O interesse contemporâneo por tal argumento origina-se
principalmente da surpreendente evidência empírica da cosmologia astrofísica
favorável ao princípio do tempo e do espaço.”[1]
Resumidamente
se baseia em três premissas básicas:
Tudo que começou
a existir tem uma causa;
O
Universo começou a existir;
Logo, o
Universo tem uma causa.
Podem
parecer simples, mas esses argumentos são irrefutáveis e nos levam á certeza de
um agente Criador, pois a cosmologia moderna indica que o Universo físico
teve um ponto inicial de existência. Se o Universo teve um ponto inicial de
existência, então ele tem que ter uma Causa não física que exista fora do tempo
e do espaço. Logo, é pelo menos plausível que o nosso Universo tenha sido
feito do nada pelo Criador.
O aluno
também se utiliza de outro argumento bem conhecido: o argumento Teleológico (do
grego Telos – finalidade e logia – estudo, tratado), que se baseia na premissa
de que a ordem e o ajuste fino do universo e da criação apontam para uma mente
criativa e inteligente.
“O ajuste fino é
de dois tipos. Primeiro, quando as leis da natureza são expressas como equações
matemáticas você encontrará nelas certas constantes, como a constante que
representa a força da gravidade. Estas constantes não são determinadas
pelas leis da natureza. As leis da natureza são consistentes com uma ampla gama
de valores para estas constantes. Segundo, em adição a estas constantes,
existem certas quantidades arbitrárias colocadas como condições iniciais sobre
as quais as leis da natureza operam, por exemplo, a quantidade de entropia ou o
equilíbrio entre matéria e antimatéria no universo. Agora, todas estas
constantes e quantidades arbitrárias se encaixam em uma extraordinária faixa
estreita de valores que permitem a existência de vida. Se estas constantes ou
quantidades fossem alteradas em menos do que a largura de um fio de cabelo, o
equilíbrio que permite a existência de vida seria destruído e nenhum organismo
de qualquer espécie poderia existir.”[2]
Começando nas estruturas em larga
escala no Universo até ao mundo microscópio das partículas subatômicas, a
ciência revelou uma ordem espantosa no nosso Universo. Desde as galáxias mais
distantes até os microrganismos presentes no nosso corpo, apresentam uma
complexidade tão grande que é impossível atribuir essas características ao mero
acaso. De fato o nosso Universo não precisava ser assim: existe muito mais
probabilidades de um universo ser caótico do que ser ordenado. Se Deus não
existe, seria muito pouco provável que o nosso Universo fosse ordenado,
pois a tendência natural era justamente o oposto, ou seja: o caos. No entanto,
a partir das nossas observações e das nossas experiências diretas, sabemos que
mentes criam sistemas ordenados, e desde logo, parece muito mais provável
que um Agente Racional tenha ordenado o nosso Universo.
Mas porque algumas pessoas teimam
eu querer matar Deus? O Pastor Renato Vargens resume bem a questão no seu Blog pessoal:
"Se Deus não existe, também não existe
lei, muito menos pecado, o que viabiliza como relativiza a prática de todo tipo
de iniquidade.
Se Deus não existe, não existe
salvação, muito menos punição eterna.
Se Deus não existe não existem valores
morais e sim tabus que precisam ser quebrados.
Se Deus não existe, deuses podem ser
fabricados de acordo com as conveniências humanas, proporcionando assim que a
criatura manipule o criador conforme suas crenças, vontades e pecados.
Se Deus não existe tudo é válido, todo
tipo de pecado é justificável, todo tipo de imoralidade é permitida."
Ou como dizia Dostoiévski: Em um mundo
sem Deus, tudo é permitido.
Tudo isso me faz lembrar de um hino
muito conhecido, que nos traz a certeza e a paz daqueles que creem na
existência do Deus Todo Poderoso:
“(...) Porque Ele vive, posso crer no
amanhã (...)”
Paz á todos que estão em
Cristo.
Professor Saulo Nogueira
Bibliografia:
[1]Moreland, J.P.& Craig, William Lane. Filosofia e Cosmovisão Cristã.
[2]Craig, William Lane. O Novo ateísmo e o cinco argumentos para existência de Deus.
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